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Peelings ajudam a recuperar a pele após estragos de verão; veja como escolher

Com o excesso de exposição solar no verão, a pele sofre as consequências, podendo manchar, ressecar ou até ganhar mais linhas finas e rugas; os peelings ajudam a amenizar esses problemas - Thinkstock
Com o excesso de exposição solar no verão, a pele sofre as consequências, podendo manchar, ressecar ou até ganhar mais linhas finas e rugas; os peelings ajudam a amenizar esses problemas Imagem: Thinkstock

Shâmia Salem

Do UOL, em São Paulo

17/05/2012 14h43

A chegada do inverno é o período ideal para fazer tratamentos mais potentes no rosto e reparar os danos causados ou intensificados pela exposição ao sol e demais agentes externos durante o verão, caso de manchas, linhas finas, rugas, falta de brilho, ressecamento e acne. Mas, tudo isso pode ser resolvido com peeling, o terceiro procedimento mais realizado no Brasil, ficando atrás apenas do preenchimento e da aplicação de toxina botulínica, segundo pesquisa de 2009 do Instituto Datafolha encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia. “Volta e meia surgem novos ativos e os clássicos são aperfeiçoados trazendo resultados cada vez mais satisfatórios e sem afastar a pessoa da rotina”, justifica o dermatologista Alexandre Okubo, de São Paulo, que junto com outros especialistas explicam como funciona algumas das melhores opções para recuperar a saúde e a beleza do seu rosto.

Falta de brilho
Para resolver o problema, que aparece devido à desidratação provocada pelo sol, o dermatologista Alexandre Okubo, da Clínica Prime Medicina, em São Paulo, sugere o easy peel. Elaborado com os ácidos tricloroacético, cítrico e L-ascórbico, ele provoca uma descamação suave na pele que elimina as células mortas para que as novas fiquem na superfície. “Isso é suficiente para deixar o rosto mais iluminado, claro e com coloração uniforme na primeira sessão, apesar de serem indicadas quatro, com intervalo de sete a dez dias entre elas”, diz o médico. Segundo ele, o tratamento não leva mais do que 15 minutos, causa um leve ardor e pode deixar o rosto um pouco avermelhado por até duas horas. Quem está grávida ou amamentando não pode fazer.

Ressecamento

  • Feitos em consultórios dermatológicos, os peelings têm níveis de descamação e irritabilidade variáveis

O alkapeel é uma boa pedida. “Trata-se de um peeling alcalino suave que reage com a gordura do rosto a fim de facilitar a remoção da camada mais externa da pele que está ressecada”, explica o dermatologista Alexandre Okubo. Para isso, o médico espalha o produto no rosto (o que leva 15 minutos) e, na sequência, passa um creme com ativos hidratantes e regeneradores. “O tratamento não dói nem arde, no máximo, deixa uma discreta vermelhidão por alguns minutos em quem tem pele sensível”, garante o médico. A desidratação é atenuada logo de cara, mas para ser efetiva é necessário fazer entre duas e cinco sessões, sendo uma a cada duas ou três semanas. Em tempo: quem tem acne inflamada ou alguma irritação na pele, está grávida ou amamentando não deve fazer o procedimento.

Acne
Apesar da radiação ultravioleta agir como um antibactericida natural, secando ou melhorando as espinhas, há casos em que elas pioram. “Isso porque o calor ativa a produção de sebo, o que favorece a proliferação dos germes causadores da acne, assim como o uso de filtro solar oleoso”, diz a dermatologista Regina Schechtman, do Rio de Janeiro. Nesses casos, ela indica o peeling que combina resorcinol e os ácidos salicílico, retinoico e lático. “Além de eliminar o excesso de oleosidade, o procedimento elimina as células que estão inflamadas por meio da descamação e permite que outras novas surjam no lugar”, completa a médica. O tratamento, que é feito entre 20 e 30 minutos, deixa a pele vermelha e descamando por até sete dias, que é quando o resultado aparece. A recomendação é fazer entre três e cinco aplicações, sendo uma a cada sete ou 15 dias. “Há uma melhora de 50% a 80% da acne. O restante pode ser resolvido com tratamento em creme ou comprimido conforme a intensidade do problema”, diz Regina, que avisa que esse peeling não pode ser realizado por quem tem lúpus, vitiligo, psoríase, está grávida ou amamentando.

Linhas finas
Se elas ficaram mais evidentes por causa do sol, a dermatologista Leila Mussa Ribeiro, de Três Lagoas (MS), recomenda fazer um peeling de ácido retinoico entre 1% e 5%. “Além de provocar uma descamação suave, o procedimento estimula o colágeno, deixando a pele mais saudável, viçosa e lisinha”, conta. A sessão é tranquila: basta o médico limpar a pele e espalhar o ácido, que só vai ser enxaguado entre quatro e seis horas depois, quando já estiver em casa. “Durante a aplicação, a pessoa sente apenas um leve ardor. Já a vermelhidão, a descamação e o ressecamento surgem na primeira semana. Passada essa fase, já dá para notar a melhora da pele”, afirma Leila, que avisa que o número de sessões e o intervalo entre elas variam de pessoa para pessoa, podendo ser semanal, quinzenal ou mensal, desde que não tenha sensibilidade ao ácido retinoico nem predisposição a manchas ou seja muito branquinha.  

Rugas
Quando elas dão as caras, a dermatologista Carmem Durazzo, da Cliniderm, em São Paulo, costuma associar dois peelings. “Primeiro, aplico um mais suave, à base de resorcinol e ácidos salicílico, retinoico e lático, para descamar a pele. Logo em seguida, espalho o ácido tricloroacético (ATA) 25% ou 35% para atingir as camadas mais profundas e ativar o colágeno”, esclarece a médica. De acordo com ela, o segundo peeling causa desconforto mas como ele é removido no próprio consultório, em poucos minutos, é bem tolerado. Em média, são necessárias entre três e quatro sessões, com intervalos de 30 a 45 dias entre elas. “É preciso ressaltar que o rosto descama por dez dias, a pessoa fica proibida de se expor ao sol nesse período e necessita manter a pele hidratada e protegida com FPS 30+”, avisa Carmem. Em tempo: as rugas dão uma boa suavizada, mas não desaparecem totalmente. Além disso, quem tem alergia à substância clareadora hidroquinona e está bronzeada não pode fazer.

Manchas
Se o verão deixou sua marca mais escura ou fez surgir alguma que estava escondida (geralmente, isso acontece em quem tem facilidade para manchar a pele), a dermatologista Fernanda Sanchez, do Rio de Janeiro, indica o melanoblock. Composto pelos ácidos retinoico, azelaico, kójico e glicerritinico, além de arbutin, glabridina e extrato de brassica napus, ele serve tanto para estimular a descamação do rosto e combater a irritação quanto para inibir e diminuir a quantidade do pigmento responsável pela cor escura. “Para isso, o melanoblock deve permanecer em contato com a pele por 24 horas, período em que é comum arder ou pinicar. Após o enxágue, o rosto fica sensível, avermelhado e descama por uma semana”, avisa a dermatologista. Segundo ela, uma única aplicação elimina manchas superficiais, enquanto as mais profundas são apenas clareadas. “O tratamento pode ser feito por brancas, morenas e negras, exceto gestantes ou quem tem alergia a um dos componentes da fórmula”, completa.