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Decifre os tipos encontrados nas prateleiras e encontre sua base ideal

Ciça Vallerio

Do UOL, em São Paulo

23/01/2013 21h52

Passou a época do pancake: base pesada e oleosa que, por um bom tempo, era a única solução para maquiadores uniformizarem a pele, disfarçarem imperfeições, especialmente entre atrizes sempre expostas a holofotes e closes. Apesar de ser um produto ainda vendido no mercado, ele saiu praticamente de cena para dar lugar às bases com tecnologia avançada. Ainda bem!

Hoje, há nas prateleiras uma profusão de tipos desse item essencial da maquiagem. São bases com texturas e acabamentos diferentes, além de coberturas variadas, ou seja, quanto o produto é capaz de uniformizar a pele e esconder marcas (veja abaixo). “Se antes eram poucas opções, atualmente as mulheres se perdem na hora de escolher um produto”, observa o maquiador Rosman Braz, do salão 1838.


O primeiro passo para ajudar na difícil tarefa de encontrar a base perfeita é saber o tipo de pele, explica Rosman, o queridinho de famosas e socialites: "Se for oleosa, opte por uma base oil free além do pó para fazer retoques ao longo do dia. Se ela brilha muito, vale investir em acabamento matte ou semimatte, que têm efeito opaco. Pele mista também pode seguir essa dica. Já as do tipo seca e madura devem preferir  versões hidratantes."

A maquiadora Penelope Beolchi, profissional com mais de 20 anos de estrada, lembra que não existe uma única regra para encontrar o produto adequado. "É importante saber diferenciar os tipos de base para facilitar nesse caminho, mas o que vale mesmo é experimentar e testar", diz ela, que dá aula de automaquiagem. "Depende da adaptação de cada mulher, pois essa é uma escolha mais sensorial do que racional."

Verdade. Até uma base conquistar o lugar de favorita, é normal escorregar muito até acertar o alvo. Afinal, raras são as mulheres que tem a chance de receber orientação certeira de um maquiador profissional. Porém, mais difícil do que entender as variantes atuais das bases, avisam os maquiadores, é acertar a tonalidade adequada. Comprar uma mais escura ou mais clara do que a pele é ainda o principal erro.

"Para garantir naturalidade, que é essencial na maquiagem, sempre aconselho escolher a base de acordo com a cor do colo, não com a do rosto", conta Rosman. Explica-se: mais cuidadosa com a exposição solar, a brasileira passou a usar protetor no rosto, mas esquece de fazer o mesmo no colo, que sempre fica mais exposto ao sol. Resultado: cria-se uma diferença de tom entre o colo mais bronzeado e o rosto mais branco, que se acentua quando a base segue o padrão da face.

Penélope também não indica experimentar a base na mão ou no pulso, como é de costume. Por estarem mais expostas ao sol, essas regiões geralmente são mais escuras do que o rosto. "Outra forma é testar na bochecha. E não confie em vendedora. Lembre-se de que ela quer vender o produto", afirma a maquiadora. "Conte com a opinião de uma amiga na hora de bater o martelo e, para garantir mais acerto, escolha sob a luz natural, não da loja, que pode alterar o resultado."

 

No uso diário, várias são as dicas para usufruir das vantagens que esses produtos oferecem. Penélope lembra que é muito importante passar a base na pele limpa para ter melhor cobertura e duração. A aplicação deve sempre começar da zona central (ou zona T) do rosto para fora, até a raiz do cabelo. No pescoço, ela aconselha passar apenas o restinho do que sobrou no pincel, na esponja látex ou na ponta dos dedos. "Mas cuidado para não deixar os fios marcados", lembra a maquiadora.

Já Rosman prefere aplicar base com pincel próprio e espalhar com uma esponja úmida, para absorver o excesso e deixar a maquiagem mais natural. A base, no entanto, nunca deve servir como retoque ao longo do dia, apenas a versão em pó. “Ele absorve a oleosidade excessiva e evita pele pegajosa. Como vivemos em um país tropical, com muito calor na maior parte do ano, e considerando que a maioria das brasileiras tem pele mista ou oleosa, sempre há necessidade de retoque, pois não existe milagre”, conclui.       

No entanto, ele não aconselha repassar o pó na área inferior dos olhos que, por ser mais fina, é também mais seca, e o excesso do produto evidencia rugas por causa do efeito "craquelado". Segundo Rosman, exagerar na base para disfarçar imperfeições só destaca problemas como olheira e rugas. Nesses casos, o ideal é usar um corretivo um tom abaixo da base. E lembrar sempre que menos é mais.  

Para evitar pele artificial, Penélope explica que é preferível suavizar as marcas de acne e olheiras do que esconder tudo. Ela lembra ainda que protetor solar sempre vem antes da base: "Para evitar pele melecada no fim do dia por causa do calor, uma opção é investir em bases já com FPS. Depois, basta reaplicar pó com proteção ao longo do dia, que de quebra aumenta o tempo de fixação da base".

Peles negras
"Atenção dobrada para quem é negra, pois algumas cores deixam a pele acinzentada", afirma Rosman. Embora as marcas estejam oferecendo cada vez mais opções para peles negras, existe ainda muita dificuldade de encontrar bases com a variedade de tonalidades de peles das brasileiras. Para essas mulheres, o maquiador indica as marcas Makeup Forever e M.A.C, cuja cartela de cores é extensa. Para quem procura preços mais em conta, Penelope sugere a linha de cosmético da Muene (www.muene.com.br).

Tipos de acabamento
- Matte: sem brilho, opaca. Pode ser escrita também “mate”. Ajuda a controlar a oleosidade e o excesso de brilho da pele.
- Semimatte ou semiopaca: também opaca, mas em grau menor do que a base matte. Uma opção para peles mistas.
- Acetinada: mais fluida, tem efeito aveludado. Indicada para peles de normais a secas.  
- Iluminadora: com um leve brilho. Indicada para peles secas ou sem viço. Mas cuidado, pois pode evidenciar rugas.

Tipos de textura
- Cremosa: tradicional, é a mais indicada para quem tem pele seca ou mista por causa de sua capacidade de hidratação. Ideal para pele madura e com mais imperfeições por causa da alta cobertura.
- Líquida ou fluida: indicada para todos os tipos de pele, porém, com poucas imperfeições por ter baixa cobertura. Seu efeito é o mais natural. Ideal para quem prefere base discreta. Aconselha-se retoque com pó ao longo do dia.
- Mousse: elaborado a partir da espuma de silicone, sua textura fica entre a cremosa e a líquida. Por ter efeito matte, não é indicada para peles secas. Cobertura média.
- Stick ou bastão: pode servir como corretivo e base ao mesmo tempo. Por ter consistência mais cremosa, não é indicada para peles oleosas. Cobertura de média a alta.   
- Pó: ideal para pele jovem e perfeita, pois tem pouca cobertura. Mas é uma opção complementar para quem tem pele oleosa ou mista e precisa reaplicar durante o dia a fim de reduzir o excesso de brilho. As do tipo mineral não levam óleo na sua composição. Passar primer antes ajuda a fixar mais esse tipo de produto, que deve ser sempre do mesmo tom da base.
- Compacta: por ter textura mais cremosa, sua cobertura é de leve a média. Pode ser usada em todos os tipos de pele.  
- HD: significa "high definition" ou alta definição. É elaborada com micropartículas que refletem a luz. Por isso, é muito usada para fotos e filmagens. Por ser bem absorvida pela pele, disfarça linhas finas e pequenas rugas. Cobertura média a alta. Para todos os tipos de pele.
- Spray: por ser mais "seca", é uma opção para peles oleosas e tem boa cobertura. O recomendado é aplicar o jato no pincel e distribuir na face. Se aplicado diretamente no rosto, pode sujar o cabelo e as sobrancelhas.
- Full coverage: base "artística", mais densa e oferece cobertura 100%. Indicada para peles com marcas de acne, poros e imperfeições evidentes.