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Saiba como evitar pelos encravados decorrentes da depilação com lâmina

Ao usar a lâmina com frequência, a haste do pelo tende a alargar e fazer com que o mesmo encrave - Thinkstock
Ao usar a lâmina com frequência, a haste do pelo tende a alargar e fazer com que o mesmo encrave Imagem: Thinkstock

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

20/02/2013 08h00

Não tem como negar: depilar com lâmina é prático, fácil e custa pouco; além de ser uma boa alternativa quando o momento é de emergência. Mas mesmo sendo simples, é um procedimento que requer alguns cuidados para, depois, evitar os indesejáveis pelos encravados, pois, mesmo sendo retirados rente à pele, sem serem arrancados desde a raiz, os pelos raspados com lâmina podem sim encravar. “À medida que se raspa uma área com frequência, a haste do fio tende a alargar e pode ter dificuldade de romper a pele; assim, por não conseguir despontar, se encurvam embaixo da pele e ficam encravados. Áreas de muito atrito como a virilha são as mais propensas a essas complicações”, explica a dermatologista Paulina Kede, do Rio de Janeiro.

As causas que levam a encravar os pelos, no entanto, vão além. Características físicas do indivíduo também contam. “A espessura e o formato do pelo, além do tamanho do poro, fazem diferença. Os pelos mais enrolados saem quase que paralelos à pele, isso dificulta o rompimento para saírem. Já os lisos, que crescem retos, rompem a pele com mais facilidade. Quanto aos poros, os estreitos tendem a dificultar a saída do pelo”, justifica a dermatologista Erica Monteiro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, que completa: “Mesmo cortando o pelo superficialmente com a lâmina, ele sempre terá dificuldade ao sair. E também podem ocorrer microferimentos com a lâmina que estimulam a formação de um processo cicatricial na saída do pelo, além das cicatrizes já formadas, e outras lesões cutâneas, que também dificultam a saída dos pelos, favorecendo que fiquem encravados. Isso acontece muito com a barba dos homens”, completa a médica de São Paulo.

Atrito não é bom

Áreas que ficam constantemente “tampadas” como virilha e axila; e a região do pescoço, para os homens, requer o dobro de cuidado, pois o contato com as roupas dificulta o crescimento do pelo. “Nessas regiões, o pelo cresce mais enfraquecido e com uma tendência maior a se encurvar sob a pele”, explica Paulina. E nos homens, que geralmente têm a pele mais grossa, justamente por um desgaste maior, que é fazer a barba quase que diariamente, o crescimento do pelo é ainda mais complicado. “Ao menor sinal de irritação, é importante higienizar a área com álcool a 70°. E no caso de foliculite na região do pescoço, por conta do atrito com o colarinho, um secativo indicado para acne pode controlar o problema”, recomenda a esteticista Gisela Haddad, da GH Estética, de São Paulo.

Já encravou

Quando os pelos encravam, o primeiro reflexo que temos é o de tentar retirá-lo de baixo da pele, mas essa tentativa deve ser feita com muita cautela, pois pode acarretar complicações. O uso de pinças e outras ferramentas pontiagudas não é recomendado, já que corre o risco de machucar a pele, deixando marcas e manchas. Especialistas recomendam que o primeiro recurso deve ser esfoliar a região para soltar o pelo, caso não funcione, o ideal é procurar orientação de um médico. Porém se funcionar, o poro vai ficar mais aberto, portanto mais propenso a inflamações. “Nesse caso, o ideal é usar uma pomada com algum ativo antiinflamatório como aloe vera ou camomila, entre outros. Muitos géis pós-depilação contêm essas substâncias”, esclarece Paulina. Mas atenção: “se ocorrer uma inflamação mais grave, é necessário o uso de antibióticos, prescritos por um médico”, completa a médica.

Esfoliação: grande aliada

No ranking das pequenas atitudes que podem prevenir os pelos encravados está, disparada na frente, a esfoliação. O motivo é simples, como explica Paulina Kede: “Esfoliarajuda a diminuir a camada de células mortas, que se forma na superfície da pele, dificultando a saída dos pelos. Ao esfoliar fica mais fácil soltar aqueles que podem estar encurvados, penetrando na pele”. Mas atenção, a técnica não funciona para todos. “Pessoas com a pele sensível podem irritar uma região ao esfoliar e, nesses casos, a irritação pode ser tão ruim quanto o pelo encravado”, pondera Erica Monteiro, que também recomenda para as peles íntegras esfoliação com sabonetes esfoliantes ou esponja apropriada, uma ou duas vezes por semana.

Para prevenir

Tudo que facilita o sucesso da depilação é uma prevenção para que os pelos não fiquem encravados. Veja a seguir algumas dicas muito simples de se fazer no dia a dia.

- Utilize sempre uma lâmina nova, com bom corte, para evitar lesões. Para saber a hora certa de trocar, ao menor sinal de “corte cego” é melhor descartá-la.

- Passar a lâmina no sentido do nascimento dos pelos agride menos, mas por não depilar tão rente, o intervalo entre uma depilação (ou barbear) e outra será menor.

- Nunca passe a lâmina sobre a pele seca. Os homens devem utilizar uma espuma para barbear e as mulheres, se possível também, ou algum sabonete suave, que não seja tão adstringente.

- Lave a região que será depilada com água quente (sem exagero, para não desidratar a pele) – esse truque dilata o poro facilitando a saída do pelo, que por sua vez fica mais maleável com a alta temperatura.