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Saiba como tratar as manchas na pele que aparecem no verão

As manchas amarronzadas que insistem em aparecer no rosto são chamadas de melasmas e exigem tratamento constante - Thinkstock
As manchas amarronzadas que insistem em aparecer no rosto são chamadas de melasmas e exigem tratamento constante Imagem: Thinkstock

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

15/03/2013 08h00

Mesmo tomando o maior cuidado no verão e “tomando banho” de protetor solar, lá estão elas, as manchinhas amarronzadas que insistem em aparecer no rosto – geralmente na testa, bochechas e buço. São os chamados melasmas. A explicação, para tamanha insistência, é simples: “Mesmo protegendo a pele com FPS os raios de sol podem travessar os filtros solares e atingir a epiderme, camada da pele onde estão as células que produzem o pigmento que dá origem à mancha”, justifica Regina Schechtman, do Rio de Janeiro, doutora em dermatologia pela Universidade de Londres. “Por isso, após o verão, o ideal é procurar um dermatologista e iniciar um novo tratamento, de acordo com o quadro que se apresenta naquele momento”, completa. Mas atenção, isso não significa que aplicar protetor solar seja em vão. Pelo contrário, é uma condição essencial no controle do problema. “O melasma é uma doença crônica e recorrente, cujas principais causas são a exposição ao sol e fatores genéticos. Por isso uma proteção solar rigorosa com filtros solares de amplo espectro e boa qualidade, que protejam contra luz solar e contra a luz visível é fundamental para não piorar as manchas”, explica a dermatologista Luciane Miot, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), de Botucatu (SP).

Tratamento eterno
Quem tem sabe, a batalha contra o problema é constante – e já que não tem cura, a saída é controlar os sintomas. Mas, a boa notícia é que os tratamentos, de um modo geral, são eficazes, cada um a seu modo e de acordo com a necessidade do paciente. O segredo está na indicação adequada para cada caso. “Tratamentos agressivos e inadequados podem causar efeito rebote e estimular ainda mais a pigmentação da pele”, lembra a dermatologista Ligia Kogos, de São Paulo. Os especialistas defendem também a teoria de que o tratamento precisa ser adaptado de acordo com a época do ano, já que tem relação direta com a incidência solar. “No verão os protetores solares devem ser mais potentes e os cremes clareadores, mais suaves”, exemplifica Luciane Miot, lembrando que o ideal é consultar um dermatologista no início do verão e também no começo do inverno.  

Diversas estratégias
O leque de opções para tratar o problema é vasto – vai de cosméticos a tratamentos com laser. No entanto, seja qual for, deve ser recomendado por um médico. A seguir, as especialistas consultadas por UOL Beleza, explicam os benefícios de cada método e alertam para aqueles que representam algum tipo de risco.

Protetor solar
O simples hábito de aplicar protetor no rosto diariamente já é de extrema importância para controlar o melasma. Para a dermatologista Ligia Kogos, um fator de proteção 15 é suficiente na cidade. “Para praia, piscina e esportes ao ar livre, é indicado filtros à prova d’água com FPS 45 ou 60 no rosto”, indica a médica. “Preciso usar protetor todo santo dia. Jamais deixo de passar, não importa se o dia está ensolarado ou nublado, uso fator de proteção 50+++”, conta a consultora de imagem Constanza Fernandez, de Betim (MG), que tem melasma. Quanto a recursos físicos, como óculos escuros e chapéu, para complementar a função do protetor solar, os médicos são unânimes e afirmam que é sempre bom usá-los.


Cosméticos
A dermatologista Luciane Miot é enfática: “No mundo inteiro os tratamentos feitos em casa com bons cremes, como os clareadores que têm eficácia cientificamente comprovada e filtros solares, prescritos por um médico especialista, são considerados um tratamento de primeira linha, em eficácia”, considera. E a artesã Ilda Callegaro, de Campinas (SP), comprovou a teoria na prática. “Há três anos eu tinha um melasma muito escuro na bochecha. Para tratar utilizei um dermocosmético clareador apenas na região pigmentada. Como não era um produto fotossensível pude usar de dia e de noite, o que agilizou o tratamento. E claro, não descuidei do filtro solar nem um dia. No primeiro mês já vi uma diferença, mas por ser uma mancha antiga, demorou seis meses para desaparecer. Como o melasma é crônico, continuo a usar esse creme como controle para evitar novas manchas”, conta. Constanza Fernandez também cita os cosméticos manipulados como grandes aliados. “Uso uma fórmula com hidroquinona, apesar de saber das proibições desse ativo mundo afora, é a única coisa que realmente ameniza as manchas. Mas não clareia para sempre, basta eu tomar sol sem protetor que a mancha volta”, diz. “Recomendo bastante as fórmulas que combinam ácido retinoico e hidroquinona, que podem resolver o melasma com eficácia, a partir de uma simples consulta ao dermatologista. Uma boa indicação vai depender do tipo de pele, profundidade da mancha e fatores individuais”, esclarece Ligia Kogos.

Peelings
Os peelings são coadjuvantes em outros tratamentos, é raro serem o único recurso contra o melasma. Mas é preciso muita cautela, pois alguns são agressivos e podem causar efeito rebote, pois uma pele mais fina e sensível, se receber radiação solar, ficará mais pigmentada. Os peelings só podem ser feitos por médicos e de preferência no inverno.

Cápsulas
Alguns especialistas optam por cápsulas como alternativa para intensificar o tratamento. “Acredito no efeito dos protetores solares orais como a cloroquina e o betacaroteno, que resolvem o problema em longo prazo”, diz Ligia Kogos. A dermatologista Regina Schechtman compartilha da mesma opinião, mas cita outros ativos. “O uso oral de antioxidantes como polipodium leucotomus, vitamina c, picnogenol podem ajudar bastante porque são potentes e ainda reduzem o eritema pós-sol”, justifica a médica.

Laser
É um método eficaz, mas é um dos que mais tem risco em relação a efeito rebote. Precisa ser muito bem indicado e controlado, para evitar que o efeito do tratamento na pele cause estímulo de melanina, levando a piora da mancha.