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Cuidar da região do pescoço evita o envelhecimento precoce; veja dicas

Cuidados diários com hidratação e proteção solar evitam que a formação de vincos e manchas no pescoço - Thinkstock/Montagem UOL
Cuidados diários com hidratação e proteção solar evitam que a formação de vincos e manchas no pescoço Imagem: Thinkstock/Montagem UOL

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

24/06/2013 08h00

Se nós, mulheres, cuidássemos do pescoço com a mesma disciplina que dedicamos ao rosto, essa área seria menos vulnerável aos danos do tempo. “De fato, é uma região quase sempre esquecida, mesmo por quem tem o hábito de cuidar do rosto”, afirma a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas (SP).

Além dos vincos e da flacidez, é comum o pescoço apresentar o aparecimento de manchas, avermelhamento, vasinhos, ressecamento excessivo e perda de elasticidade da pele. Isso porque a região é, por natureza, mais desprotegida do que o rosto. O motivo? “É uma área com menor número de glândulas sebáceas, que protegem a cútis; a derme, camada mais profunda, é relativamente mais fina do que em áreas como as bochechas, por exemplo; e seus músculos importantes, como o platisma, por não estarem justapostos diretamente aos ossos, em boa parte de suas porções, sofrem mais com a força da gravidade, favorecendo a flacidez”, responde a dermatologista Ligia Kogos, de São Paulo. A tudo isso soma-se a falta uso do filtro solar, que favorece o envelhecimento precoce.

Linhas marcantes e papada
Para piorar, o pescoço ainda sofre com a ação dos movimentos constantes, que em longo prazo transformam rugas naturais da idade em vincos profundos. “As causas são principalmente má postura, má posição durante o sono (dormir de lado, de bruços e com travesseiro muito alto), desvios de coluna, além de problemas genéticos como os distúrbios endócrinos e excesso de peso”, diz Ligia Kogos. “O ideal é dormir na posição de “bela adormecida”, com um travesseiro macio encaixado abaixo da nuca, permitindo que o pescoço fique reto e sem dobras. Postura reta também previne, de certa forma, os sinais”, declara a médica. Segundo a dermatologista Claudia Marçal, fatores genéticos do tecido cutâneo local, assim como a anatomia da região, tornam a área sob o queixo mais propensa a acumular gordura, e dependendo do nível do problema, pode formar aquele volume conhecido como papada ou queixo duplo. “A papada acontece pela ação da gravidade junto com o tecido gorduroso local, somados ainda à perda da sustentação da pele”, afirma Claudia.


Sol, sempre ele
Por causa da sombra que o queixo faz, existe uma crença de que não bate sol no pescoço ou que a região dispensa filtro solar. Puro engano. De acordo com a médica Ligia Kogos, manchas na lateral do pescoço são uma queixa constante em países ensolarados como o nosso. “Filtro solar durante o dia é muito importante. Para facilitar a aplicação pode ser o mesmo aplicado no rosto ou um com FPS 15 para o dia a dia. Para exposição intensa e prolongada, como praia e clube, recomenda-se FPS 30, no mínimo”, diz.

Cuidados diários
Segundo o dermatologista Frederico Abdo, de Florianópolis (SC), “os cuidados com a região do pescoço deveriam ser os mesmos dedicados ao rosto, pelo menos em relação à hidratação e proteção solar”. Mas ainda assim, a área exige cuidados extras e bem específicos. Veja abaixo alguns aspectos importantes levantados pelos especialistas consultados por UOL Beleza.

- Você pode lavar e tonificar a região seguindo a rotina já usada no rosto
- Após o tônico, aplique um creme ou serum tensor que deve conter substâncias que agem profundamente na pele, como vitamina C, ácido glicólico, ácido hialurônico de baixo peso molecular, glicosaminoglicanas  ou ácido retinoico – estimuladores de fibras colágenas.
- Pela manhã, caso não tenha usado um cosmético com filtro solar, basta aplicar sobre o creme um protetor com FPS 15, no mínimo; se for à praia, piscina ou passeios ao ar livre, FPS 30. À noite, após lavar, uma boa dica é tonificar com água termal. Em seguida, quem tem manchas, pode aplicar cremes clareadores à base de arbutin, ácido de frutas ou glicólico ou vitamina C. Para quem não tem problemas de pigmentação, é indicado hidratantes nutritivos ou cremes firmadores e tensores que contenham pantenol, tensine, densiskin ou raffermine.
- Os cremes específicos para pescoço podem ter uma formulação rica em óleos vegetais e texturas mais consistentes, sem causar desconforto, já que a região possui menor quantidade de glândulas sebáceas.
- A direção dos movimentos feitos para aplicar os cremes não faz tanta diferença, mas é importante que se faça manobras circulares para facilitar a penetração dos ativos.
- Os antioxidantes via oral também são indicados. “Eles estimulam a elasticidade e a proteção contra os radicais livres que envelhecem precocemente a estrutura cutânea e ajudam a manter a hidratação do tecido”, diz Claudia Marçal, que sugere, entre outros, zinco, vitaminas C e E, ômegas, licopeno, picnogenol, silício orgânico, selênio, extrato de romã, de uva e camélia sinensis.

Tratamentos em consultório
Por conta da pele fina e sensível, os tratamentos devem ser muito bem indicados. “Não devem ser agressivos, pois a recuperação da pele pode levar o dobro de tempo se comprada com o rosto”, declara Frederico Abdo. Para ajudá-la a identificar a melhor solução para o seu caso, selecionamos os métodos mais eficazes para os problemas mais comuns. Veja a seguir.

Manchas
Os peelings à base de ácidos ainda são muito eficientes para o tratamento de manchas e acabam tendo efeito na melhora da textura da pele e redução dos sinais. Os ácidos mais usados são o retinoico, que estimula a formação de novas fibras colágenas e atua no clareamento de manchas pela dispersão da melanina; e o ácido salicílico, que age no refinamento da camada superficial e também estimula novo colágeno.

Flacidez
Um dos métodos mais seguros e modernos é radiofrequência feita com o aparelho Accent, que emite ondas que aquecem profundamente os tecidos sem queimar a pele. Esse calor quebra as células de gordura e aumenta a produção de colágeno, combatendo a flacidez. Outra técnica, super recente, para tratar a flacidez é o ultrassom fracionado microfocado, considerado um lifting facial – trata a flacidez leve e moderada, já instalada, através de ponteiras aplicadas sobre a pele que atingem a musculatura produzindo microcortes que levam a contração local das fibras e também produz aquecimento da gordura e das fibras do colágeno. O laser fracionado é outra alternativa para o combate à flacidez, pois atinge a derme mais profunda por meio de uma luz que estimula produção de novas fibras colágenas e encolhe a pele flácida e distendida.

Rugas
A aplicação de toxina botulínica continua no topo para tratar rugas dessa região, principalmente as mais avançadas, inclusive as verticais, que são sinais que se formam depois de 50 anos decorrentes da flacidez intensa do músculo platisma. “O objetivo é relaxar um grupo de músculos centrais, acentuando a contração dos laterais. Desta forma, promove-se um efeito de “levantamento” no pescoço, como um lifting”, declara Ligia Kogos. “Com uma única sessão é possível conseguir um bom resultado, que dura em média oito meses”, diz a médica. Outra opção para tratar rugas superficiais é o preenchimento com ácido hialurônico (feito com agulhas finíssimas), que tem poder de hidratação imediata e auxilia na formação de novas fibras colágenas e elásticas, dando mais firmeza e viço à pele.

Papada
Pode ser tratada com uma lipoaspiração a laser, a lipolaser. Através de furinhos mínimos é introduzida uma pequena cânula que, pela energia do calor, derrete as células de gordura e aspira com suavidade para não causar danos aos tecidos ao redor. Assim, promove uma remodelação da região abaixo do queixo e lateral abaixo da mandíbula, com "colagem" da pele ao músculo por retração do tecido. A radiofrequência, já mencionada, também é indicada para tratar esse volume desagradável abaixo do queixo – o calor emitido pelo aparelho quebra as células de gordura e aumenta a produção de colágeno, reduzindo o volume e a flacidez.