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Mulheres mudam o visual para marcar momentos da vida; entenda

"Recentemente, passei por uma fase conturbada que me rendeu um baita mal-estar e uma crise de ansiedade. Procurei ajuda psicológica e, aos poucos, fui me sentindo melhor e mais confiante. Para marcar essa nova fase, decidi tosar e colorir o cabelão virgem que me acompanhava há anos. Mas ainda precisava de um empurrãozinho para tomar coragem, então, me dei de presente um corte num salão badalado e bastou uma boa conversa com o cabeleireiro para eu ver que tinha tomado a decisão certa. Amei o novo visual, principalmente porque ele reflete a felicidade e leveza que estou sentindo internamente." Tathiana Maria Mazzeri Leite, 35 anos, pedagoga, de São Paulo - Acervo pessoal
"Recentemente, passei por uma fase conturbada que me rendeu um baita mal-estar e uma crise de ansiedade. Procurei ajuda psicológica e, aos poucos, fui me sentindo melhor e mais confiante. Para marcar essa nova fase, decidi tosar e colorir o cabelão virgem que me acompanhava há anos. Mas ainda precisava de um empurrãozinho para tomar coragem, então, me dei de presente um corte num salão badalado e bastou uma boa conversa com o cabeleireiro para eu ver que tinha tomado a decisão certa. Amei o novo visual, principalmente porque ele reflete a felicidade e leveza que estou sentindo internamente." Tathiana Maria Mazzeri Leite, 35 anos, pedagoga, de São Paulo Imagem: Acervo pessoal

Aline Dini

Do UOL, em São Paulo

10/07/2013 08h00

Para algumas mulheres, engatar ou terminar um relacionamento, ser promovida no trabalho ou entrar na faculdade são motivos suficientes para repaginar o visual. Segundo a psicóloga e terapeuta familiar Suzy Camacho, de São Paulo, por trás dessa atitude está a vontade de se sentir mais forte e segura para enfrentar uma nova etapa da vida, comemorar uma conquista ou romper com determinada situação, como um período de luto. “Não é regra, mas quanto mais impulsiva for a mulher mais radical costuma ser a mudança, pois há necessidade de mostrar rapidamente que algo está diferente”, diz a especialista.

Geralmente, o cabeleireiro é o primeiro a ser consultado sobre a transformação. “Pelo menos uma vez ao dia atendo uma cliente que quer muito mudar o corte ou a cor do cabelo, mas não somente para ficar mais bonita e, sim, para fazer as pazes com o parceiro, se sentir renovada e sexy ou parecer mais séria por conta do novo cargo”, conta o cabeleireiro Eron Araújo, do salão Blend Your Mind, em São Paulo. Segundo ele, como há muita expectativa em jogo é essencial que o profissional tenha uma conversa sincera com a cliente antes de partir para a tesoura, a tintura ou o alisamento. “Quando percebo que a mulher está passando por um momento delicado e quer usar a modificação como fuga, procuro convencê-la a não radicalizar porque o risco de se arrepender é grande”, completa o cabeleireiro Anderson Couto, do salão Majestic, no Rio de Janeiro.

Na dúvida, uma boa dica é consultar um visagista para avaliar se o que você quer está de acordo com suas características físicas e sua personalidade e se o resultado vai ficar harmonioso. “Com isso, são grandes as chances da mudança ser positiva e refletir o que está acontecendo na sua vida pessoal ou profissional”, afirma Patricia Porcyno, professora de visagismo da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.

Muita calma nessa hora

  • Acervo pessoal

    "Sempre gostei de me maquiar, cuidar do cabelo e caprichar nos acessórios, mas tudo isso mudou depois que terminei um relacionamento longo e enfrentei alguns problemas pessoais. Para piorar engordei 20 quilos. O rumo dessa história começou a mudar no dia que minha prima me colocou diante do espelho e me mostrou o quanto eu tinha envelhecido. Foi o suficiente para me matricular numa academia, dar uma boa repicada no cabelo, voltar a me maquiar e mudar meu estilo de roupa. Mais do que melhorar a aparência, essas mudanças me deixaram feliz e me deram confiança para correr atrás dos meus sonhos." Jaqueline Assamann Vieira, 23 anos, estudante, de Campo Limpo Paulista (SP)

No ranking dos ‘divisores de água’, o segundo lugar vai para a balança. Neste caso, a iniciativa de emagrecer recebe o apoio dos médicos, desde, é claro, que a mulher não faça loucuras à mesa, como ficar muitas horas em jejum ou seguir uma dieta restritiva e pouco nutritiva. Na sequência vem o dermatologista e, por último, o cirurgião plástico.

Segundo o dermatologista Marcelo Bellini, professor-colaborador do Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo, muitas mulheres só conseguem perceber que foram displicentes com a imagem depois que passam por uma crise no relacionamento. “Nessas horas cabe ao profissional controlar a ansiedade da paciente, avaliar o que realmente precisa ser melhorado e planejar o tratamento respeitando a faixa etária e o estado de sua pele. Dependendo do caso, dá para obter bons resultados com procedimentos simples, como limpeza de pele e peeling, sem ter que apelar para outros métodos mais invasivos, caso do laser e do preenchimento”, afirma o médico.

Quando a opção é pela cirurgia plástica, as recomendações são bem parecidas. Mas o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, professor titular de cirurgia plástica do Instituto Carlos Chagas, do Rio de Janeiro, lembra que por mais simples que seja a operação sempre há riscos e, em caso de arrependimento, é muito mais difícil contornar a situação do que se a transformação estivesse limitada ao cabelo. “Quando a mulher chega ao consultório querendo fazer várias intervenções cirúrgicas e percebo que esse desejo está relacionado a alguma frustração, converso abertamente sobre o que é possível fazer e encaminho para a equipe de apoio psicológico. Se depois de tudo isso ela ainda estiver decidida em mudar, discuto novamente e proponho intervenções baseadas no bom senso”, diz o especialista.  

Segundo a psicóloga Susy Camacho, todos esses cuidados são importantes, principalmente quando a decisão de transformar o corpo ou o rosto parte do desejo de impressionar outra pessoa. “Conheço mulheres que para atingir esse objetivo passaram a se endividar, adotar atitudes intensas, usar roupas inadequadas para a idade e acabaram sendo ridicularizadas”, conta. Quando essas mudanças vêm acompanhadas por períodos de euforia, alterações no humor ou instabilidade emocional, a psicóloga avisa que podem desencadear comportamentos compulsivos, como jogar, beber, comprar ou fumar demais. “Se a situação chegar a esse ponto, vale procurar ajuda psicológica a fim de conhecer seus objetivos e limitações”, completa Suzy Camacho.

E você, leitora, já passou por uma transformação de visual para marcar um momento da vida? Gostou do resultado? Aproveite o campo de comentários abaixo e conte-nos sobre sua experiência.