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Teste genético e banco de colágeno personalizam luta antienvelhecimento

A busca por um rosto sempre jovem estimula novas tecnologias no mercado de beleza - Thinkstock
A busca por um rosto sempre jovem estimula novas tecnologias no mercado de beleza Imagem: Thinkstock

Aline Dini

Do UOL, em São Paulo

31/07/2013 08h00

Quando o assunto é beleza, a prevenção tem ganhado tanta importância quanto o tratamento. A justificativa? “Fazer com que os sinais do envelhecimento demorem mais para aparecer, não se tornem tão marcados no futuro e você não precise apelar para técnicas invasivas antes do tempo”, lista a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas (SP). Na carona dessa estratégia estão os tratamentos personalizados, que vão muito além do creme formulado na farmácia de manipulação. Nesse sentido, duas das maiores novidades são o mapeamento genético da pele e o banco de células produtoras de colágeno. Entenda como cada um deles funciona e qual é o preço da beleza:

Mapeamento genético da pele
“Realizado a partir de um teste chamado DNA Perfect Skin, investiga os riscos relacionados aos genes de proteção do colágeno, capacidade antioxidante, produção de radicais livres, tendência à inflamação, fotoenvelhecimento e ressecamento da pele”, lista a patologista clínica Michelle Vilhena, do Centro de Genomas, em São Paulo. “Quando associado ao exame clínico feito no consultório esse teste permite prescrever de forma mais concreta cremes e tratamentos complementares, como toxina botulínica, preenchimentos, lasers e ácidos. Além disso, ele colabora até na orientação da nutricionista sobre a dieta mais adequada para cada caso, como forma de potencializar e prolongar os efeitos dos tratamentos dermatológicos”, diz a dermatologista Claudia Marçal.

Na prática, se o resultado mostrar riscos a uma resposta inflamatória mais acentuada são grandes as chances do médico não indicar sessões de laser de CO2 fracionado, por exemplo. Afinal, o equipamento atinge as camadas mais profundas da pele, o que pode levar a uma reação inflamatória ou dificultar a recuperação da pele. Mas se mesmo assim o especialista avaliar que o procedimento é o mais indicado, já vai saber previamente quais medicamentos poderá receitar para evitar efeitos colaterais indesejáveis.

A prevenção é outro ponto alto do teste genético. “Com ele o cuidado ao longo dos anos se torna mais focado e eficaz. Já que uma mulher de 30 anos que já faz a prevenção personalizada tende a ter rugas mais tarde e precisar de menos intervenções em comparação a uma que não tomou tais medidas”, afirma a dermatologista Paula Kussakawa Suzuki, de Mogi das Cruzes (SP), que reconhece que um dos entraves do exame é o preço: cerca de R$ 2.500. “A vantagem é que basta fazer uma única vez e o resultado vale para toda a vida, porque o DNA não muda”, completa a patologista clínica Michelle Vilhena. Segundo ela, o exame exige que a pessoa fique meia hora em jejum total para que o dermatologista colete a saliva com um kit enviado pelo laboratório. O resultado fica pronto em três semanas, quando é enviado para o médico, que pode dar uma cópia à paciente.

Poupança de colágeno
Mais indicado para quem está na faixa dos 20 aos 25 anos, pois a proposta é guardar em um banco as células que produzem as fibras que dão sustentação à pele, chamadas fibroblastos, quando elas estão no auge de sua produção. Tudo para, mais tarde, poder usá-las no combate à flacidez. A coleta é relativamente simples: no consultório, o dermatologista retira um pedacinho da axila, por ser uma região que fica protegida dos raios solares e mantém a qualidade dos fibroblastos. Esse material é enviado ao laboratório, que processa e armazena as células num congelador específico, onde ficam por décadas ou até que você precise fazer um preenchimento com elas para eliminar rugas e sulcos em qualquer parte do rosto. “Como as células utilizadas são da própria paciente e foram retiradas no auge da produção de colágeno, o resultado é ainda mais duradouro do que o realizado com ácido hialurônico, indo até três anos contra cerca de um ano e meio”, compara a cientista e pesquisadora Telma Ingrid Borges de Bellis Kühn, do laboratório Tech Life, em São Paulo. Ela garante que o efeito aparece na hora, mas fica melhor após um mês, quando as células injetadas começam a produzir colágeno; e a técnica pode ser repetida sempre que houver necessidade, já que a quantidade de fibroblastos colhida rende várias aplicações. O investimento gira em torno de R$ 6 mil a R$ 8 mil, o que inclui preparação, armazenagem e aplicação dos fibroblastos, mais uma taxa de R$ 500 ao ano para manter o material no banco, contra os cerca de R$ 1,5 mil do preenchimento feito com ácido hialurônico.

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