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Best sellers: entenda como nascem alguns clássicos da perfumaria

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

13/11/2013 19h51

Não há dúvida de que perfume seja algo muito pessoal. Mas ainda assim, existem fragrâncias que podem ser consideradas quase uma unanimidade, pois, entra ano, sai ano, transcorrem décadas, elas estão sempre entre os mais desejadas e vendidas do mercado.

O motivo de tanto desejo e badalação, segundo Carmita Magalhaes, perfumista da Firmenich – uma das maiores empresas de criações olfativas do mundo – é o ser inédito, é apresentar aquele “algo mais” que nenhum outro perfume tem e despertar um desejo subjetivo. “Os best sellers são perfumes que quebraram regras e trouxeram novidades, sendo os primeiros de suas respectivas famílias olfativas. Conceitualmente, uma marca precisa fazer o consumidor sonhar e fazer do perfume um objeto de desejo, um sonho a ser conquistado”, diz a especialista.

Carmita destaca alguns exemplos dessa inovação: “Angel apostou em notas 'gourmands' que resgataram memórias de infância da consumidora (notas de algodão doce, chocolate); Light Blue, de Dolce & Gabbana, inovou trazendo madeiras para o mundo feminino e frutas vibrantes”, relembra a perfumista.

Para Renata Ashcar, especialista em perfumes e autora do livro "Brasilessência: A cultura do Perfume", os clássicos mudaram o curso da perfumaria, porque marcaram sua época e permanecem presentes no mercado ao longo dos tempos; e, claro, dessa forma foram precursores de outras criações. “As próprias marcas os usam como pilares para o lançamento de novos produtos e acima de tudo são mitos que, bem trabalhados, continuam a se enriquecer. Perfumes como Chanel nº 5 ou Miss Dior, por exemplo, foram lançados ao mesmo tempo em que seus criadores causavam também uma revolução na moda da época e seu sucesso em parte se deve a isso também”, declara a pesquisadora.

Chanel nº 5 – um ícone
Impossível falar de clássicos sem mencionar o icônico Chanel nº 5. Feminino, tocante, profundo, envolvente... A lista dos adjetivos não tem fim. Mas em resumo, ele é único. Sim, ainda não houve outro igual na história da perfumaria. “Seu perfumista criou a fragrância com uma forte concentração de aldeídos, ingredientes sintéticos e inovadores na época, cujo poder é realçar a performance de ingredientes naturais. Ele apresentou à Coco Chanel várias alternativas numeradas e ela escolheu seu número da sorte, o 5. Assim nasceu, em 1921, um dos ícones do século, uma verdadeira revolução, que permitiria a composição de novos e brilhantes acordes na indústria da perfumaria”, afirma Renata Ashcar.

“A marca Chanel faz o consumidor sonhar há muitos anos. Sua fragrância é transmitida de geração a geração, esse perfume jamais será esquecido pelas mulheres”, declara Carmita Magalhaes, da Firmenich.