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Especialistas respondem 10 dúvidas comuns sobre proteção solar

Segundo os dermatologistas, a quantidade ideal de protetor que deve ser aplicada no corpo é equivalente a uma xícara de café; menos que isso, a eficácia do FPS pode cair pela metade - Thinkstock
Segundo os dermatologistas, a quantidade ideal de protetor que deve ser aplicada no corpo é equivalente a uma xícara de café; menos que isso, a eficácia do FPS pode cair pela metade Imagem: Thinkstock

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

18/11/2013 08h00

Foi dada a largada para o sol a pino e as altíssimas temperaturas. Com eles, a necessidade eminente de se proteger do sol corretamente. Para ajudá-la nessa tarefa diária, essencial, UOL Beleza conversou com médicos especializados em proteção solar para esclarecer dez questões que envolvem o assunto. A seguir, eles entregam informações importantes para você tirar proveito da temporada de calor sem correr riscos.

1 - Qual o FPS ideal para o dia a dia?
Uma pessoa com pele saudável que não tenha nenhuma dermatose como melasma, por exemplo, manchas de pele ou que não tenha feito tratamento estético que sensibiliza a cútis, pode utilizar um FPS 20 (para morenas jambo, mulatas e negras) ou 30 (para as peles mais claras). Considerando que a pessoa fique a maior parte do tempo em casa ou no escritório. A aplicação deve ser feita pela manhã e a reaplicação na hora do almoço, de preferência antes de sair para almoçar. Apesar de o Brasil ser um dos países mais ensolarados do planeta, a adesão ao protetor solar por aqui ainda é baixa – uma pesquisa realizada em 2012, pela Johnson & Johnson, identificou que apenas 31% das brasileiras usa protetor solar regularmente.

2 -  Como escolher o FPS ideal, em um dia de praia, de acordo com o tom da pele?
Pele clara e muito clara: FPS mínimo deve ser 50. E não se deve reduzir o fator de proteção ao longo dos dias de exposição ao sol porque a pele muito clara nunca bronzeia, fica sempre vermelha.
Morena clara: “Nos primeiros dias deve-se utilizar o filtro com fator elevado, de FPS 45 a FPS 60. À medida que a pele vai acostumando pode-se diminuir o fator de proteção, mas nunca usar um FPS menor que 30”, explica o dermatologista Marcelo Bellini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Morena jambo: Apesar de ser uma pele mais resistente, por precaução contra o envelhecimento e para preservar a saúde, recomenda-se que o FPS usado seja o 30.
Mulatas e negras: Podem manter o filtro entre o FPS 30 e 15 em todos os dias de exposição. A pele negra não sofre queimadura, mas necessita de proteção contra o envelhecimento precoce e o risco de câncer.


3 - FPS acima de 30 ou 50 funciona? A partir de que fator não faz diferença?
Segundo o Food and Drug Administration (FDA) – órgão norte-americano que fiscaliza medicamentos e alimentos – um FPS 30, aplicado corretamente, oferece quase 96% de proteção. “Acima disso, o ganho de proteção é mínimo”, diz a dermatologista Un Sun Park, da SBD. Por outro lado, no Brasil existe a cultura de se usar pouco produto e nesse caso um FPS mais alto é mais seguro, como explica Bellini: “Usar uma quantidade menor com um FPS mais alto chega-se mais próximo à proteção solar ideal. Pessoas que têm manchas e tendência a câncer de pele precisam de proteção solar extra e devem usar sempre um FPS mais alto”.

4 - Qual a quantidade de protetor solar ideal?
Há uma convenção de que no rosto deve-se aplicar uma colher de café cheia e no corpo uma xícara de café ou seis colheres de chá de protetor solar, considerando uma pessoa com cerca de 1,70m de altura. Na prática, o ideal é cobrir completamente a superfície da pele, mas não é o que acontece – de maneira geral, as pessoas tendem a aplicar bem menos que o recomendado. “Isso faz a proteção cair pela metade, em média. Um FPS 30, aplicado em quantidade insuficiente se torna um FPS 15”, diz Bellini, que destaca: “As pessoas que têm propensão a manchas, tumores ou câncer de pele necessitam de proteção extra, isto é, um FPS o mais alto possível”.

5 - Qual o intervalo correto para a reaplicação?
Muitas marcas já oferecem proteção imediata, mas, caso essa informação não venha comunicada na embalagem, é importante fazer a primeira aplicação 30 minutos antes da exposição ao sol. A reaplicação, em um dia de lazer sob o sol, deve ser feita a cada duas horas, mas o fato de mergulhar ou ficar algum tempo na água, praticar atividade física ou transpirar demais torna necessária a reaplicação na sequência, mesmo que o produto seja resistente à água. Essa indicação é para rosto e corpo.

6 - Qual a importância da proteção UVA?
A radiação UVA, apesar de não causar queimadura imediata e vermelhidão, como a UVB, penetra mais profundamente na pele causando envelhecimento precoce e, em longo prazo, câncer da pele. E ao contrário da UVB (que é mais intensa entre 10h e 16h), a radiação UVA é constante durante todo o dia e tem o poder de atravessar vidros (de automóveis, janelas...). Estudos científicos mostram que a radiação UVA é tão nociva quanto a UVB – não à toa, em junho de 2012, quando a Anvisa adotou novas regras para os produtos de proteção solar, uma das mudanças foi referente à proteção UVA, que deve vir comunicada no rótulo e ser no mínimo um terço do FPS.

7 - As versões em gel, spray e sérum protegem como os cremes?
Sim, os protetores são submetidos a testes para comprovar sua propriedade de filtrar a radiação ultravioleta e nesse processo o que é analisado são os princípios ativos e não o tipo de veículo. Porém, a dermatologista Un Sun Park, da SBD, destaca: “O veículo creme, no entanto, geralmente oferece uma melhor capacidade de resistir à água, suor e fricção”.

8 - Filtro solar manipulado é igual aos industrializados?
Pode ser sim, desde que se tenha a prescrição de um médico criterioso e a fórmula seja feita em uma farmácia confiável. Mas há ressalvas. “O problema é que nos manipulados são acrescentadas muitas outras substâncias como ativos regeneradores, matificantes, hidratantes, antioxidantes que podem comprometer a estabilidade e a eficácia da fórmula”, declara a dermatologista Flávia Ravelli, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. E existem mais detalhes entre essas duas versões. “A Anvisa exige da indústria a comprovação do FPS e da proteção UVA, o que não é exigido para os formulados, por isso não há como saber ao certo qual o FPS e a proteção UVA que um produto manipulado oferece. Portanto, o ideal é usar um protetor solar industrializado”, afirma Un Sun.

9 - Qual o protetor mais indicado para as peles oleosas?
São as versões em gel, gel-creme, sérum e mousse, que são leves e fluidas. “Os ativos fotoprotetores são oleosos e podem aumentar a oleosidade natural da pele, causando desconforto e até acne. Portanto, as palavras-chave na hora de comprar um protetor solar, para esse tipo de pele, são: toque seco, efeito mate, oil free, gel e controle de oleosidade”, diz a dermatologista Un Sun Park, da SBD.

10 - Além do protetor, quais são as formas efetivas de se proteger do sol?
Existem muitas e não custam nada. “Proteção solar é um conjunto de atitudes, e muito simples, como usar chapéu, camiseta, respeitar o horário mais indicado para tomar sol, ficar na sombra e usar óculos”, resume o dermatologista Marcus Maia, coordenador do Programa de Combate ao Câncer da Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O médico dá algumas dicas: chapéu com abas de 7,5 cm a 12 cm protege também o colo, a camiseta ideal deve ser 100% poliéster ou poliamida, porque as de algodão deixam passar o sol; os óculos devem ter proteção UV de 400+ (é uma convenção de segurança). Dr. Marcus lembra que a maioria das óticas tem medidor para identificar se a lente tem proteção e muitos fabricantes comunicam isso na armação das lentes.