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Produtos leves ajudam a driblar a oleosidade da pele no verão

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Imagem: Thinkstock

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

27/02/2014 08h00

O verão tem muitas coisas boas: incentiva dietas, traz ânimo para planos de exercícios e no primeiro bronzeado já nos dá a sensação de sermos mais magras. Por outro lado, a temporada de calor castiga o cabelo e a pele, especialmente a pele oleosa. “A exposição excessiva ao sol estimula a atividade das glândulas sebáceas, aumentando a oleosidade da pele, o tamanho dos poros e a propensão à acne”, diz a dermatologista Sara Bragança, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

E, para piorar o risco, a exposição solar ainda tem uma ‘pegadinha’. “Nos primeiros dias de exposição, o sol tem efeito secativo, pelas características anti-inflamatórias dos raios UV; entretanto, depois de uma ou duas semanas, ocorre um efeito rebote sobre as glândulas sebáceas e as lesões inflamatórias da acne (espinhas e cistos) pioram consideravelmente”, declara a dermatologista Bruna Duque Estrada, do Rio de Janeiro.


A importância da hidratação
 “A pele oleosa também se desidrata – o calor estimula a secreção das glândulas sebáceas, mas também aumenta a perda de água através da pele. São coisas distintas, sebo (oleosidade) e água (hidratação). Então, é essencial não confundir; a pele oleosa também precisa de hidratação, e mais ainda no verão”, afirma o dermatologista João Carlos Lopes Simão, coordenador do Ambulatório de Cosmiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, de Ribeirão Preto (SP).

O hidratante ideal para essa época precisa, como no inverno, ser livre de óleo e não comedogênico (que não causa acne). “Porém, a textura, sim, precisa ser diferente, mais leve do que a do creme utilizado no frio”, diz o professor da USP. Uma boa maneira de identificar essa leveza é sensorial – tem que sentir conforto, nada de pele pesada ou de produto que demore para ficar seco ao toque. Se sentir um alívio, uma refrescância melhor ainda.

Já o creme anti-idade, nessa fase de calor, deve conter ácidos em concentrações mais baixas e que não causem fotossensibilidade (reações como irritação, vermelhidão e descamação, quando em contato com o sol); e nas peles sensíveis, a recomendação é de não usar ácidos. “Os produtos antienvelhecimento, de venda livre, não contêm ácidos em altas concentrações, não é preciso se preocupar. Já os manipulados, sim. Logo, uma paciente que usa um ácido em concentração mais alta deve procurar seu dermatologista para trocar nesse período de sol forte”, declara João Carlos.

Limpeza profunda
A higiene diária não muda com o calor, basta lavar o rosto de duas a três vezes por dia com sabonete em barra ou líquido, desde que seja para pele oleosa. “As versões a base de enxofre, ácido salicílico, camomila e green tea ajudam a impedir que a produção excessiva do sebo piore a acne”, diz Bruna Duque Estrada. Para complementar, em seguida, vem o tônico que deve ser adstringente, hidratante ou calmante. “E conter zinco, ácido salicílico, ácido glicólico ou similares”, diz João Carlos.

A esfoliação é essencial. Os médicos indicam que seja feita de uma a duas vezes por semana. A dermatologista Bruna Duque Estrada explica que uma boa hora para fazer esfoliação é após uma exposição solar prolongada ou depois da praia ou piscina. “O excesso de filtro solar pode favorecer a oclusão dos ductos sebáceos e piorar o problema”, diz a médica. Depois da esfoliação, que é um processo necessário, mas desgastante, a pele oleosa merece uma recompensa. “O ideal é aplicar uma máscara de argila branca ou verde, por 20 minutos, ou água termal gelada ou ainda gel de aloe vera, que é cicatrizante e muito refrescante”, recomenda Sara Bragança. Compressa de chá de camomila gelado também traz alívio e frescor, vale experimentar.

Protetor solar
Esse produto é um dos mais problemáticos para quem tem pele oleosa, visto que os ativos que filtram o sol também são, na sua maioria, oleosos. Mas a indústria desse setor tem investido pra valer em fórmulas que neutralizam a ação oleosa e ainda oferecem propriedades de controle da oleosidade, algo que há poucos anos atrás ninguém imaginava que seria possível. “O Brasil é, sem dúvida, o melhor país do mundo em se tratando de opções de filtro solar para pele oleosa”, declara Bruna Duque Estrada.

As versões mais indicadas são em gel, gel creme, fluido, serum, toque seco – sempre oil free e não comedogênico. Com uma ressalva: “O gel transparente não é muito eficaz para a proteção dos raios UVA; esse tipo deve ser restrito a um grupo de pessoas com intolerância às outras versões ou que não se expõe ao sol com exagero”, diz João Carlos Lopes Simão, da USP.