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'Cabelinho de bebê' é sensação das passarelas e ganha até adeptas famosas

Danielle Cerati

Do UOL, em São Paulo

19/02/2015 07h00Atualizada em 19/02/2015 19h18

Os anos 90 são uma fábrica de inspirações tanto para a moda quanto para a beleza, e foi desse período que os “baby hairs” (cabelinhos de bebê, em tradução livre do inglês) foram resgatados. Aqueles fios curtos na parte frontal da cabeça, que ainda não têm volume e comprimento para acompanhar os demais, apareceram modelados em diferentes formatos nas semanas de moda internacionais. A tendência também já ditou o visual de celebridades, como Katy Perry e Rita Ora.

O cabelo de bebê traz um ar de ingenuidade ao look adulto, por se assemelhar aos fios finos que se formam na cabecinha dos recém-nascidos. Antigamente, o "baby hair" também foi moda na hora de finalizar penteados. “Para fazer o acabamento dos coques, usava-se essa técnica para valorizar o rosto e, sutilmente, sugerir um ar de romantismo e inocência”, diz Paulo Póvoa, coordenador da área de beleza do Senac (RJ).

Atualmente, com a retomada da valorização dos cabelos naturais, assumindo sua estrutura sem as químicas alisadoras, a tendência ganhou mais força, já que os fios novos tendem a ser indisciplinados. Assim, a modelagem dos cabelos com ceras, pomadas, sprays, musses e géis criam formas, desenhos e até palavras, além de aparecer como maneira de controlar os fios mais rebeldes da região da testa e têmporas, que teimam em deixar o penteado desalinhado. “A releitura dos anos 90 encontrou uma solução para um problema estético e genético. Os fios mais curtos que contornam a cabeça têm uma textura frágil e fina e tendem a crescer pouco”, acrescenta Cristhofer Glöe, cabeleireiro do Blend Salão de Beleza, em São Paulo.

Adote o visual
Para levar o penteado das passarelas às ruas, o segredo está no bom senso. “Acho que um visual atual pode ser criado sem exageros. Por exemplo, ao fazer um coque alto ou rabo de cavalo, puxe alguns fios para trás e use uma boa quantidade de gel naqueles que sobrarem, puxando-os para baixo [na nuca]”, ensina Rudi Rudi Werner, do Werner Coiffeur, no Rio de Janeiro.

Para incorporar a tendência no dia a dia sem parecer caricato, evite exageros. “O gel não precisa ser usado nos cabelos finos como um todo. A ideia é ter algum detalhe”, reforça Samuel Jabes, que indica o uso de produtos não oleosos e de alto poder de fixação para evitar que derretam e comprometam a produção, especialmente no verão e suas temperaturas elevadas. Outra dica na hora de texturizar os fios é escolher o produto certo para fixá-los. “Usando gel ou cera de alta fixação, aplique somente no contorno frontal do cabelo, criando uma textura desfiada e desconectada, evitando fazer formas muito desenhadas que deixam o penteado exagerado”, sugere Emanoel dos Reis, do Walter’s Coiffeur, do Rio de Janeiro. 

Já para Elso Camargo, do Shades Studio Morumbi, em São Paulo, até mesmo a escova de dentes é ótima para criar o look, pois o alcance da ferramenta é perfeito para modelar. Leve em conta o seu estilo pessoal e os locais que frequenta, antes de aderir ao visual. “Eles são permitidos desde que o seu dia a dia seja informal, com liberdade para expressões artísticas e sem as regras de uma profissão e estilo de vida convencional”, lembra Cristhofer Glöe, do Blend.

Embora qualquer pessoa possa investir na proposta, é importante saber que o “baby hair” pode mudar o formato do seu rosto. “Atente-se para esse efeito a fim de que os fios ajudem a dar a aparência que você deseja. Se retirar todo o cabelo do rosto como, por exemplo, em um rabo de cavalo, a falsa franjinha deixará a face em evidência. Por isso, pessoas com o formato do rosto arredondado devem evitar o recurso”, alerta Jô Nascimento, embaixadora de L’Oréal Professionnel no Brasil.