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Mestre americano das navalhas proíbe entrada de mulheres em suas barbearias

Donnie Hawley fala sobre o conceito das tradicionais barbearias durante a SPFW - Gabriel Quintão/UOL
Donnie Hawley fala sobre o conceito das tradicionais barbearias durante a SPFW Imagem: Gabriel Quintão/UOL

Patrícia Colombo

Do UOL, em São Paulo

13/04/2015 18h42

As barbearias com conceito retrô inspiradas nos anos 40 têm se tornado o programa certo para homens que gostam de dedicar uma parte do tempo livre ao cuidado maior com a combinação barba-cabelo-bigode. Mas o que nem todos os frequentadores sabem é que eles têm de agradecer ao californiano mestre das navalhas Donnie Hawley, responsável por esse revival do modelo mais tradicional de barbearia.

De passagem pelo Brasil, ele marcou presença na pop-up store da Barbearia Cavalera durante o primeiro dia da São Paulo Fashion Week, nesta segunda-feira (13). Hawley ainda estará na abertura da nova unidade da barbearia na Vila Madalena, além de atender alguns clientes brasileiros e ministrar um workshop na unidade do Bixiga.

Inegável amante das tradições, abriu sua primeira barbearia  em 1999 e viu o negócio crescer ao longo dos anos, tornando-se referência no ramo e viajando para diversos locais do mundo com sua marca, a rede Hawleywoods Barbershop. Antigamente, a entrada na loja era autorizada somente para homens e a regra permanece em todos os seus quatro estabelecimentos até hoje --uma forma de proporcionar um local que seja somente dedicado ao time masculino.

"Uma das coisas que acabou enfraquecendo e diminuindo a clientela das barbearias foi a proliferação de salões unissex. Na década de 80, os homens começaram a frequentar esses lugares para cortar o cabelo e muitas barbearias acabaram fechando", explica. Soma-se a isso o poder da lâmina de barbear que foi tomando conta do mercado ao longo dos anos por causa de sua praticidade.

Apaixonado pelo estilo rockabilly, Hawley percebeu que tinha certo talento em cortes de cabelo e no uso da navalha. Começou a estudar e com o tempo, abriu seu próprio negócio, que inclui, também, uma linha de produtos, como pomadas para barba e cabelo, sprays para estilizar e pós-barba. "Eu abri a minha loja justamente porque eu não queria que esse conceito tão tradicional e cheio de história morresse. E sinto que os homens hoje em dia estão cada vez mais interessados no cuidado pessoal."

Segundo ele, a navalha é a melhor opção para se barbear, por conta da maior duração do aparo. "Durante o processo, utiliza-se toalhas quentes e óleos, e esse tipo de tratamento, juntamente ao corte da navalha, retarda o crescimento em quatro dias e agride menos a pele. Além disso, existe toda a questão da experiência que é ir a uma barbearia. O cara tem filhos, contas a pagar, estresse do dia a dia. Então passa a ser um programa para relaxar, com edições da "Playboy", cerveja e charutos (risos)."

Quanto aos campeões de pedidos, Hawley firma que a barba grande e cheia é o look preferido dos frequentadores de suas lojas. "Está muito em alta e quando o cara consegue superar aquela fase horrorosa de crescimento que chamo de 'Estágio George Michael', fica muito legal. A única regra é: só pode manter quem tem pelo suficiente", diz. "Homem que não consegue crescer a barba deveria apenas aceitar que aquilo não é para ele. Falhas deixam o rosto feio."

Entre os tipos de bigode, ele conta que o mais pedido é o "handlebar", enroladinho nas extremidades --look bastante encontrado recentemente entre modernosos e que precisa do auxílio de uma pomada para manter o formato. "Nesse caso, o cara tem que ter, além de pelo, estilo e paciência para manter ", brinca.