Construção e reforma

Quais materiais são indicados para o piso ao redor da piscina? Que características deve ter?

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

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    O piso na área em torno da piscina deve ser revestido com materiais atérmicos, ou seja, que não esquentem, e antiderrapantes. Na foto, porcelanato da linha Material Design, da Portobello

    O piso na área em torno da piscina deve ser revestido com materiais atérmicos, ou seja, que não esquentem, e antiderrapantes. Na foto, porcelanato da linha Material Design, da Portobello

Para encerrar os artigos sobre os diferentes aspectos que compõem uma piscina, iremos discorrer sobre as diferentes possibilidades de acabamento da área em seu entorno. Embora este talvez seja o último item a ser pensado quando se projeta uma piscina, ele é um dos mais importantes a se considerar. Não se trata apenas do local onde se fica boa parte do tempo em que se utiliza a piscina, mas também é um dos aspectos de maior peso no tangente à ligação com a casa, da mesma forma que o paisagismo.

Alguns aspectos devem ser considerados com cautela ao se definir o acabamento de borda de piscina, em especial a capacidade térmica do material e sua superfície. Como a maior parte das bordas de piscina está exposta a sol constante, o material deve ser atérmico, ou seja, não pode esquentar muito. Da mesma forma, essa região está sempre um pouco molhada quando se usa a piscina, então o material a ser aplicado não pode ser escorregadio para evitar acidentes ou desconforto ao andar.

Tendo em mente os aspectos citados acima, montamos um álbum com algumas sugestões de materiais aplicados em bordas de piscina, para ajudá-lo a imaginar qual seria a melhor solução para o seu caso.

Pedras

Existem muitas possibilidades de bordas de piscina revestidas com pedras, variando, além do tipo de pedra, a forma de seu assentamento. As pedras tradicionalmente utilizadas como bordas de piscina, talvez na maioria das piscinas do Brasil, são a mineira e a são thomé, ambas com ótimas propriedades térmicas e antiderrapantes. Muito parecida com a mineira, apenas mais esverdeada e lisa, a pedra goiás também é bastante utilizada para este fim.

Mas existem muitas outras possibilidades, como o mármore travertino bruto e suas variações, os granitos (sempre tendo o cuidado de aplicar algum tratamento antiderrapante, jamais usar a pedra polida), pedras importadas, arenitos e até mosaico português.

Caso tenha em mente a utilização de alguma pedra mais exótica na beira de sua piscina, esteja atento para a questão térmica, antiderrapante e também verifique o quanto a pedra é porosa e pode sujar com o tempo.

Cimentícios atérmicos

No mercado há pouco mais de uma década, os cimentícios atérmicos parecem ter chegado para ficar. São produtos formulados à base de cimento especialmente para áreas externas (e portanto mais resistentes a manchas do que os convencionais) e cuja composição química leva ingredientes que os tornam atérmicos, ao contrário dos revestimentos cimentícios comuns, que esquentam.

Cada empresa desenvolve uma linha diferente e existem várias dimensões, acabamentos e cores. Esses revestimentos são uma opção interessante e com bom custo benefício, mas evite a todo custo materiais que imitam ser outros (como revestimentos cimentícios que imitarm mármores, por exemplo), pois esse tipo de solução tende a ficar datada rapidamente.

Agregados

Existe há pouco tempo no mercado uma série de empresas produzindo revestimentos que comumente são chamados de “agregados de pedras”. Esses pisos podem ser atérmicos e muitas vezes são altamente drenantes (em até 95%), o que quer dizer que quase toda a água que cai sobre eles passa diretamente para o solo, ajudando a cidade a ser mais permeável durante as chuvas (a impermeabilidade de nossas cidades é um dos grandes problemas urbanos atuais).

O interessante dos pisos de agregados, além do alto índice de permeabilidade, é o uso de materiais reciclados em sua composição, como vidros e garrafas PET. Existem muitas composições interessantes para esse tipo de material, e seu aspecto sustentável é um excelente diferencial.

Decks

Os decks de madeira, ou madeira ecológica, são elementos tradicionais nas piscinas de todo o mundo. Em geral existe uma borda de piscina em pedra e o deck fica recuado ou sobre esta borda.

Uma possibilidade interessante é utilizar um deck suspenso sobre a água, em balanço, o que cria um resultado muito interessante e acolhedor. No entanto é necessário que o deck esteja razoavelmente acima d’água para evitar que a madeira apodreça com o passar dos anos.

Tenha o cuidado de utilizar sempre madeiras adequadas para este fim, como o cumaru e o ipê, por exemplo. Uma boa empresa de assoalhos e decks poderá aconselhar sobre os tipos de madeira adequados. Consulte também os decks já prontos, que são de fácil aplicação e industrializados.

Cerâmicas e porcelanatos

As cerâmicas e porcelanatos também são opções interessantes para bordas de piscinas, e muito diversificadas.

Existem materiais de alta tecnologia, especificamente desenvovidos para piscinas profissionais e de lazer. As linhas de piscina da Gail, por exemplo, são produzidas e utilizadas no mundo inteiro, e possuem uma ampla gama de detalhes e possibilidades. Suas cerâmicas não desbotam no sol e são resistentes as mancha, alem de possuírem muitas versões anti-derrapantes.

Porcelanatos também podem dar um excelente acabamento para sua piscina, mas muita atenção para as qualidades térmicas e para a superfície do material, que não pode ser lisa. Cerâmicas são tradicionalmente utilizadas em bordas de piscina, mas cuidado com o tipo de argamassa de assentamento, e busque sempre um material bastante resistente, para evitar que com o passar dos anos as peças quebrem e sua borda fique perigosa para o uso.

As cerâmicas mais rústicas, vermelhas, como as da Lepri, também são uma opção interessante para suas bordas, compondo com algum material que faça a interligação com a água.

O importante de se ter em mente, ao imaginar como será sua piscina, é que ela não precisa ter apenas um material, ou ter a mesma dimensão ao redor de toda a área de água. Variações de dimensões e composições com materiais diferentes são bem vindas e necessárias.

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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