Como misturar peças antigas e novas na decoração para ter equilíbrio, e não contraste?

Marcel Steiner

Marcel Steiner

  • Acervo pessoal

    O decorador elogia a ambientação e a escolha de tecidos e cores. Ele chama atenção, porém, para o pufe de couro, que deveria ser substituído por outro, maior e revestido de tecido

    O decorador elogia a ambientação e a escolha de tecidos e cores. Ele chama atenção, porém, para o pufe de couro, que deveria ser substituído por outro, maior e revestido de tecido

A leitora do UOL Casa e Imóveis Luciana Mendes recentemente adquiriu novas peças de decoração para sua casa, misturando com os antigos móveis de estilo clássico que já tinha. Ela nos pergunta se a mistura ficou harmônica e ainda se é preciso mudar alguma coisa no espaço. Entre a sala de estar e jantar, no ambiente onde fica um móvel herdado da avó e uma poltrona, ela questiona se o tapete deve ser maior que o existente. Vejam nossos comentários sobre a decoração da casa de Luciana e o que ela deve fazer para ter uma sala ainda mais bacana.

Harmonia e circulação

Pelas fotos enviadas pela internauta, percebemos que ela tem talento para organizar espaços. Os ambientes são bem constituídos e a circulação é perfeita. Nada está fora do lugar ou fora de escala. O sofá tem o tamanho certo, assim como as demais peças na área social. Na sala de jantar, as cadeiras de estilo conversam bem com a nova mesa de madeira para seis lugares.

  • Acervo pessoal

    Marcel Steiner recomenda colocar um tapete maior -o próprio tapete da sala de estar, por exemplo-
    sob a poltrona e aparador que aparecem ao fundo

A escolha das cores e tecidos também merece destaque. Tudo está bem orgânico e neutro, garantindo uma paz visual nos espaços. Nesse sentido, ainda é possível ousar mais nas cores das obras de arte. Inclusive, minha recomendação é que a leitora explore mais as peças de arte em casa, fugindo do convencional. Isso vai deixar a decoração menos careta e com mais personalidade. Fotos e gravuras de artistas contemporâneos podem ser um bom caminho.

Tapetes

No ambiente entre as duas salas, onde há uma poltrona e um aparador estreito com portas, existe espaço para um tapete maior. Mas começaria a troca pelo tapete da sala de estar. Apesar de parecer perfeito para os móveis, sinto que ela deixa a sala visualmente pequena. Explico melhor: o tapete define os limites de uma sala. Nesse caso, ele deveria ser bem maior, entrando embaixo das poltronas, das mesas e do sofá. Uma opção é colocar o tapete de sizal nesse outro ambiente de passagem e comprar um novo para a sala de estar.

  • Acervo pessoal

    Para Steiner, as cadeiras de época combinaram muito bem com a mesa de madeira. Só falta a leitora investir em peças de arte "menos convencionais", que proporcionem personalidade à casa

Complementos

Na sala de estar, existe uma peça que não está se "encaixando" muito bem com as outras. É o pufe em couro ecológico quadradinho, que parece perdido no final do tapete. Luciana acertou ao não colocar nenhuma peça alta entre os ambientes. Mas o pufe é pequeno demais. Seguindo a mesma linha de raciocínio da leitora, a sugestão é colocar um outro pufe, mais largo e mais comprido, revestido em tecido. Um xadrez cairia bem nessa nova peça.

Para concluir, Luciana deveria ainda incluir novos pontos de iluminação indireta na sala de estar e no ambiente de passagem, como o abajur em cima da mesa lateral. Em reuniões sociais, a luz de teto quebra o clima de festa. Minha dica é que ela coloque uma luminária de piso entre o espelho e a mesinha de vidro e um abajur pequeno sobre o aparador da avó.

Marcel Steiner

Marcel Steiner é designer de interiores e mestre em história e crítica da arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP

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