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Tire suas dúvidas sobre a castração de cães e gatos

Cãozinho usa um colar elizabetano após uma cirurgia de castração - Getty Images
Cãozinho usa um colar elizabetano após uma cirurgia de castração Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/03/2016 07h02

O número de cães e de gatos no Brasil ultrapassa os 73,3 milhões, segundo os dados mais recentes da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) divulgada em 2015 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Parte desses bichos vive em lares, mas um levantamento datado de 2014 indica que cerca de 30 milhões estão nas ruas.

Diante deste cenário, médicos veterinários recomendam a castração como medida mais pertinente contra a superpopulação. Só em São Paulo, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) mantém desde 2001 o programa de castração e de orientação para a posse responsável. Números recentes indicam que, em 2015, cerca de 90 mil animais foram registrados e castrados pela entidade ou instituições ligadas a ela. Mas castrar não evita apenas a procriação descontrolada, também beneficia a saúde do animal. 

Indicação

Indicada como principal método para barrar a superpopulação e, consequentemente, o número de animais abandonados, a castração, no caso das fêmeas, pode evitar problemas como infecção uterina (piometra ou complexo hiperplasia endometrial cística) e câncer de mama. Já nos machos, o risco de tumores testiculares deixa de existir. O ideal é que o cão ou o gato tenha entre três meses e oito anos, mas a partir dos sete anos, os cuidados devem ser redobrados. Quando as condições são favoráveis, é feita a remoção do útero e dos ovários ou dos testículos.

Pré e pós-operatório

Uma vez que o tutor decide submeter o pet ao procedimento, alguns exames clínicos são feitos para avaliar a saúde do animal - que receberá anestesia geral ­- e é dada a indicação do tempo de jejum. Após a cirurgia, assim que o efeito da anestesia passa, o bicho é observado e, se estiver bem, liberado. Neste momento, o cuidador recebe instruções sobre os procedimentos do pós-operatório, que incluem: administração de anti-inflamatórios e analgésicos; uso de colar elizabetano (o famosos “cone da vergonha”, principalmente para as fêmeas) ou roupa pós-cirúrgica; e o prazo para o retorno ao consultório para retirada dos pontos. Em geral, a recuperação das “meninas” ocorre em 15 dias e a dos machinhos, em 10.

Fontes: Andressa Felisbino, veterinária; Marta Schiavone Cardoso de Andrade, médica veterinária do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ-SP); e Prefeitura de São Paulo.

Para saber mais: encontre a Suvi mais próxima ou entre em contato com entidades protetoras como a Arca e a Tribuna Animal.

Bicho "de casa"

  • Sem cio, sem "treta"

    Nos lares onde vivem animais de diferentes sexos é comum observar um aumento na agressividade quando a fêmea entra no cio. Isso ocorre porque os machos passam a disputá-la. O resultado são bichos estressados e a possibilidade de brigas. Com a castração, o cio cessa e a disputa também. A medida ainda evita fugas de cães e gatos que desejam cruzar e, assim, minimizam o risco de acidentes como atropelamentos, por exemplo.

  • O que engorda é a comida

    O senso-comum prega que cães e gatos castrados estão fadados a serem gordinhos. De fato, um aumento no apetite dos bichinhos é observado e a agitação diminui, porque a excitação deixa de existir. Porém, se os tutores motivarem seus animais a se exercitarem mais e cuidarem da quantidade de comida ingerida, os pets permanecerão com o peso controlado. Para indivíduos que comem ração, inclusive, há versões especiais que costumam ser menos calóricas e mais balanceadas e podem ser indicadas por um veterinário.

Mutirão

  • Castração gratuita

    Não são apenas os animais sem dono que podem ser castrados gratuitamente. Na capital paulista, por exemplo, quem não tem condições de arcar com o custo do procedimento pode recorrer aos mutirões de castração organizados pelo CCZ em parceria com as Suvis (Supervisão de Vigilância em Saúde) e algumas ONGs. As entidades mantém um calendário (informações pelos telefones 156 ou (11) 3397-8900) com as datas e locais em que o serviço será oferecido. Para realizar a cirurgia, basta que o tutor apresente RG, CPF e comprovante de residência para confirmar a inscrição do(s) bicho(s). Os agendamentos costumam ser feitos uma semana antes da data programada para o mutirão, no mesmo local onde a ação será realizada. As Suvis também cadastram e encaminham os animais para as clínicas parceiras mais próximas. Em geral, o tempo de espera para conseguir uma cirurgia por este sistema varia de dois a três meses.

  • A cirurgia em mutirão é segura?

    Assim como na maior parte das clínicas, a indicação para castração de animais em mutirões considera a idade entre três meses e oito anos como a admissível e a cirurgia é feita apenas em indivíduos sadios. As condições de pré e pós-operatório devem ser as mesmas das observadas em procedimentos pagos. Há prescrição de medicamentos, quando necessário, e são dadas orientações sobre quem procurar em caso de complicações, uma vez que as clínicas parceiras ficam responsáveis pelos animais até a recuperação. Em caso de dúvidas procure organizações de proteção animal, como a Arca, e o próprio CCZ.