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Novas tecnologias indicam como será a cozinha do futuro

Os talheres HAPIfork monitoram a velocidade que você come, para induzi-lo a "diminuir o ritmo" - Divulgação
Os talheres HAPIfork monitoram a velocidade que você come, para induzi-lo a "diminuir o ritmo" Imagem: Divulgação

Matthew Wall

BBC News

01/12/2013 11h58

A cozinha do futuro será totalmente interativa e vai ajudar não apenas no momento de cozinhar, mas também na hora das compras e de comer com eficiência e higiene. E muita dessa tecnologia já existe – ainda que em protótipos.

Geladeiras inteligentes usam wi-fi, telas de tablets e leitor de códigos de barra para calcular a quantidade de comida armazenada e suas datas de vencimento. Elas também podem sugerir receitas baseadas nos ingredientes em estoque. Veja outras novidades que podem estar disponíveis em breve:

  • natural machines/ Divulgação/ BBC

Foodine

Protótipo "imprime" alimentos como nhoque, torradas e chocolate: a empresa Natural Machines, de Barcelona, criou um protótipo chamado Foodini, uma impressora 3D que produz diversos tipos de alimentos, de ravióli a chocolate, passando por torradas com detalhes feitos com geleia.

A Nasa vem pesquisando uma tecnologia similar para produzir alimentos mais apetitosos para seus astronautas em missões. Lynette Kucsma, diretora da Natural Machines disse à BBC: "Estamos em busca de comida do dia a dia, comidas saborosas como ravióli ou nhoque. Mas também queremos decorar as torradas que você come no café da manhã." Segundo a empresa, a impressora gastronômica pode custar algo como US$ 1.350 (cerca de R$ 3 mil), mas não há planos para que ela chegue às lojas tão cedo.


  • Sharp Laboratorie/ Divulgação/ BBC

Chop-Syc

Outra inovação é uma tábua para cortes com uma tela touchscreen, criada por Siobhan Andrews. Batizado de Chop-Syc, o protótipo já ganhou competições de design. Munida de um sistema wi-fi, o equipamento pesa ingredientes, sugere receitas e mede a quantidade de um item a ser usado, de acordo com o número de pessoas que vão comer aquele prato.

Segundo Siobhan, a ideia da tábua é "simplificar a gastronomia saudável". O produto também é capaz de adicionar o ingrediente de uma receita à sua lista de compras e fazer o pedido em um supermercado online. Feita de vidro resistente, a "tábua" permite que alimentos sejam cortados sem que sua estrutura seja prejudicada.

  • Electrolux/ Divulgação/ BBC

Nutrima

Uma espécie de tapetinho dobrável equipado com wi-fi, o Nutrima é capaz de pesar os alimentos e calcular seu valor nutricional. Basta colocar os ingredientes sobre o protótipo. Finalista em uma competição de design patrocinada pela Electrolux neste ano, o equipamento carrega sua bateria apenas ao ser dobrado.

Essa tecnologia de tela dobrável é uma das que mais se desenvolve nas pesquisas. E não é preciso muita imaginação para se perceber em como essas gadgets inteligentes vão, em breve, compartilhar informação com nossas geladeiras inteligentes.

  • HAPIlab/ Divulgação/ BBC

HAPIfork

Lançado este ano, o HAPIfork monitora a velocidade que você come, em uma tentativa de fazer com que as pessoas desacelerem na hora das refeições.

Já foi comprovado que comer rápido demais contribui para a obesidade, porque nossa sensação de fome e saciedade demora mais para chegar. Através do equipamento, nossos hábitos alimentares podem ser armazenados em um computador, transformados em um gráfico e analisados visando adequações e atitudes mais saudáveis.


  • Electrolux/ Divulgação/ BBC

Indução

Mas nem só de gadgets vivem as pesquisas, segundo Henrik Otto, vice-presidente de design da Electrolux, "ainda há muita tecnologia que não entrou na vida cotidiana, como o que chamamos de 'indução ao cozinhar'."

A técnica usa corrente elétrica alternada para produzir um campo magnético que oscila e esquenta a panela. A indução é mais rápida e usa menos energia para esquentar a comida do que um fogão a gás ou elétrico e essa tecnologia permite ainda que o "fogão" reconheça o tipo de panela colocada sobre sua superfície, evitando que colheres ou abridores sejam aquecidos por engano.

Porém, Otto acredita que essa tecnologia pode ser usada de maneira muito mais ampla. "E se toda a área das bocas do fogão usassem a indução? E se ela pudesse ser empregada pra carregar outros equipamentos?"

Segundo o designer, à medida que a população mundial aumenta, "os ambientes terão de se transformar ao longo do dia e nossa tecnologia terá de auxiliar nessa multifuncionalidade. Assim, a mesinha do café de uma sala também pode ser um fogão de indução e carregar o notebook durante a noite."