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Livro "Jardim da Luz - Um Museu a Céu Aberto" resgata a história do parque mais antigo de São Paulo

Coreto do Jardim da Luz após a restauração e revitalização do parque paulistano em 2000 - Jota Racy/Divulgação
Coreto do Jardim da Luz após a restauração e revitalização do parque paulistano em 2000 Imagem: Jota Racy/Divulgação

DAIANA DALFITO

Da Redação

14/04/2011 19h27

“O Jardim da Luz é o parque mais antigo de São Paulo: uma rara herança colonial presente ainda hoje na cidade”,  a citação abre o livro “Jardim da Luz – Um Museu a Céu Aberto” escrito e organizado pelo arquiteto Ricardo Ohtake e pelo historiador Carlos Dias e lançado recentemente em São Paulo.

Em 239 páginas e 11 capítulos, a obra conta em imagens e textos curtos a trajetória do Jardim falando das origens, da época áurea e da decadência do espaço. Além de tratar de seu valor como patrimônio histórico e da recente restauração, em 2000, que recuperou parte da “auto-estima” do parque.

A primeira parte se refere ao nascimento do bairro da Luz e à criação do jardim público. Os trechos são ilustrados ricamente com cartões postais, fotos, desenhos e plantas urbanas de época que refletem um dos aspectos históricos da crescente São Paulo a partir de meados de 1700.

Correndo as páginas sob a tutela do tempo, os anos marcam fatos e mudanças referentes ao Jardim da Luz, nascido em 1798. Paralelamente, textos analíticos, reflexões de pesquisadores e informações históricas sobre o bairro e a cidade enriquecem a leitura. A disposição cronológica permite que o leitor usufrua do livro com liberdade e “aos pedaços”.

Saboroso e exuberante aos olhos, o capítulo que trata do apogeo do Jardim, no “miolo” da obra, revela parte das 400 imagens que ilustram o livro. Estas, em especial, parecem vivas refletindo a efervescência do parque até os anos 1920, início da decadência.

Os dois tópicos seguintes, que falam do decorrente abandono e do reconhecimento - na década de 1960 - da necessidade de preservação do patrimônio, ganham maior volume de texto e a reprodução de notícias de jornais que frizam o passado do jardim, os problemas e a vontade de reabilitar a área tombada.

O final do livro, traz o restauro, talvez gatilho para que a obra “Jardim da Luz – Um Museu a Céu Aberto” fosse escrita. O recuperação realizada na gestão de Ohtake como Secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, entre 1998 e 2001, foi documentada em fotos e as etapas surgem em drops. No fluir das páginas, os problemas e soluções vão tomando forma em imagens cada vez mais verdes e cheias de vida.

Ao recuperar todo esse processo histórico e urbano, a importância do espaço para o lazer e a vida da cidade ganha ênfase e os autores recompõem trechos da história da metrópolole paulistana. Aos interessados pela história urbana da maior cidade do país, vale a leitura.

Serviço
“Jardim da Luz – Um Museu a Céu Aberto”
Autores: Ricardo Ohtake e Carlos Dias
Editoras: Senac São Paulo / Edições Sesc SP
Preço: R$ 60,00
Número de páginas: 240