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Toy arts criam ambientes descolados e podem democratizar a arte

Toy art da série "dunny" customizado pelo britânico Chris Booker, da Squink! - Divulgação
Toy art da série "dunny" customizado pelo britânico Chris Booker, da Squink! Imagem: Divulgação

DAIANA DALFITO

Da Redação

21/08/2011 10h00

Toy arts são brinquedos para não brincar. São plataformas contemporâneas para a expressão artística ou mesmo obras de arte em si. Toy arts são pequenos ou grandes, fofinhos ou agressivos, nerds ou lúdicos. São boas opções para a composição de um ambiente “descolado” em sua casa.

O brasileiro Fernando Quines foi morar em Barcelona lá pelos idos de 2006. Ele conta que, na época, reparou que as pessoas haviam começado a costumizar seus próprios objetos e brinquedos  para utilizá-los como peças de decoração. Aí, teve a ideia de criar o “Coco”.

“Um pouco antes de voltar ao Brasil, desenhei o Coco. Pouca gente conhecia a toy art aqui [no Brasil] e não havia artesãos para fazer o trabalho manual [de moldagem]. Depois de muita luta cheguei ao formato ideal, mantendo equilibrio e deixando a peça customizável. O Coco é um toy original em branco, o que permite que ele tenha várias identidades”, conta Quines.

Fora do país

Uma das mais conhecidas empresas do ramo dos brinquedos para não brincar é a Kidrobot. Entre a série de produtos oferecidos, a Kidrobot  vende toy arts em branco a serem customizados por artistas como o britânico Chris Booker e a japonesa Aya Kakeda.

Chris apresenta suas criações no site Squink!, nele estão algumas peças lúgubres e outras vivamente coloridas entre alguns toy arts “convencionais”. O diretor de arte que começou a colecionar os brinquedinhos em 2006, logo, acabou por se dar conta de que gostaria de criar suas próprias peças. O caminho foi a pintura acrílica sobre vinil.

“A toy art faz a arte mais acessível, há colecionadores que não podem dar ao luxo de gastar muito dinheiro com obras de arte originais e a cena do ‘vinil urbano’  fez a expressão artística e, portanto, as peças exclusivas mais acessíveis de várias maneiras. Eu queria ser uma parte disso”, diz Booker.

Velhos amigos

Criados para pessoas com perfis distintos e diferentes poderes aquisitivos, os toy arts podem se apresentar em preços tão diversos quanto suas muitas “faces”. Mas uma coisa é certa, quando você leva um toy para casa, vai também uma parte do mundo criado pelo artista que o concebeu.

A ilustradora japonesa radicada em Nova York, Aya Kakeda, diz que a possibilidade de se conectar às pessoas através dos toy arts é fascinante. Ela começou a criar os brinquedinhos em 2003,  para a Honey B, uma empresa de Hong Kong, e em 2004 já firmava a parceria com a norte-americana Kidrobot.

Trabalhando com desenhos em 2D, a ilustradora diz que a criação de toy arts em três dimensões é apaixonante: “todos os personagens que eu desenho vivem em meu mundo imaginário e concretizá-los em figuras 3D é muito interessante. É como se eu encontrasse velhos amigos pela primeira vez”. Então, já experimentou levar uma dessas belezinhas para casa?