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Mostra Black pretende reunir "a" grife da arquitetura em ambientes com luxo e criatividade

O arquiteto e designer Guilherme Torres assina o Living Contemporâneo da 2ª edição da Mostra Black - Kátia Kuwabara/ UOL
O arquiteto e designer Guilherme Torres assina o Living Contemporâneo da 2ª edição da Mostra Black Imagem: Kátia Kuwabara/ UOL

Giovanny Gerolla*

Do UOL, em São Paulo

22/05/2012 07h00Atualizada em 11/08/2014 14h52

Após um atraso de três dias, abre nesta sexta-feira (25) a 2ª edição da Mostra Black, em São Paulo. A exposição vem na esteira dos eventos de arquitetura, paisagismo e design de interiores e mobiliários na capital paulista e tinha abertura prevista para a última terça-feira, 22 de maio, mas por falta de um alvará da Prefeitura do Município maneve-se fechada. Com a liberação do documento, a abertura está prevista para as 11h30 desta sexta, segundo a assessoria de imprensa, e a exposição permanece em cartaz até 24 de junho de 2012. Este ano, o ponto escolhido para a instalação foi uma casa modernista dos anos 1960, assinada por Raimundo da Rocha Diniz e Sidonio Porto, em Alto de Pinheiros.

A ideia que envolve a Black é fugir um pouco do grande circuito das conhecidas mostras “coloridas”, com o propósito de dar total liberdade aos 22 profissionais convidados – nem todos novos -, responsáveis por construir através de sua interpretação espacial o que se pretende "a" grife da arquitetura e decoração. Dentre os participantes, há vários que já estiveram em outras exposições do gênero, em outros momentos da história.


Em tese, na Black, os profissionais desenvolvem o que bem entendem, dentro dos espaços a eles indicados (cada um recebe um cômodo da casa). "Não que em outras mostras nos tenham negado liberdade de criação, mas como na Black o número de participantes é menor, nosso trabalho tem maior visibilidade”, pondera o paisagista Gilberto Elkis, um dos integrantes da exposição, com experiência em eventos deste tipo. Na atual edição, ele faz a ambientação da piscina.

Já a designer de interiores Christina Hamoui não esteve na edição de 2011, mas estreia este ano em estilo “Black Tie”: “O ‘timing’ aqui é diferente; temos o propósito de inovar, sair do comum, ou daquilo que todo mundo está cansado de ver”, avalia. “Como não temos um tema a nos orientar, as ideias fluem totalmente.”

Fazer por completo

  • Kátia Kuwabara/ UOL

    Ambiente criado por David Bastos, na Mostra Black


O que há é inovação ou não, fica por conta dos olhos críticos de quem visita a mostra. Porém, o que se verifica é que fornecedores de materiais, revestimentos e objetos de decoração não diferem muito de outros eventos do gênero, com algumas opções de antiquários e importadores que vão além. Assim, de forma geral, o que faz a diferença, no fim das contas, é o gosto do arquiteto, decorador ou paisagista, de acordo com sua imaginação mais ou menos fértil em combinar elementos.  

“Quero resgatar o designer que faz tudo: desenha o móvel, o tapete, faz um mural de azulejos. Minha experiência é em design de móveis, mas também faço interiores e acho que foi exatamente isso o que interessou aos organizadores – a possibilidade de trazer algo exclusivo e que não existe (mais) no mercado”, analisa Rodrigo Almeida, que fez carreira no exterior e acaba de começar sua fase brasileira de produção. Bastante entusiasmado, preparou o escritório que homenageia Burle Marx.

Guilherme Torres, com seu Living Contemporâneo, também desenvolveu sofás, construiu um pé direito de 4 metros de altura e fez sala de recepção decorada com moto zero quilômetro, “pick up” de DJ e pinturas em estilo distante do clássico ou rococó. Frio, lindo e impressionante. Se é inovador? Cabe ao julgamento de quem observa.

Por outro lado, ao fim da segunda-feira (28), véspera da abertura, nem tudo estava no lugar. O ambiente da arquiteta Débora Aguiar, chamado “Casa Black”, ainda não estava pronto.

Este ano o paisagismo ganhou mais espaço na mostra: são 1.400 m² de área verde, nas mãos de Alex Hanazaki, Gilberto Elkis, Luiz Carlos Orsini e Rodrigo Oliveira.  E, para a visita ficar ainda mais agradável, foram criados espaços de convivência, como o restaurante projetado por Renata Seripieri e operação do Terraço Itália, a cargo do Chef Pasquale Mancini, que desenvolveu menu especial para a mostra. Caro (o ingresso custa R$ 100), o evento é ainda assim imperdível, àqueles que têm a arquitetura de interiores como regalo da vida.

Serviço
2ª MOSTRA BLACK - Arquitetura |Decoração| Paisagismo

Curadoria: Sergio Zobaran
Quando: de 25 de maio a 30 de junho de 2012
                 segunda a sábado e feriados, das 11h30 às 21h30; domingo, 11h às 19h30
Onde: rua Professor Fonseca Rodrigues, 664 – esquina com a rua Orobó, 767
Quanto: R$ 100 (preços especiais para estudantes, idosos, professores, profissionais da área e grupos)
Mais informações: www.mostrablack.com

* com colaboração de Daiana Dalfito