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Adaptáveis, plantas da Mata Atlântica dão colorido exuberante ao jardim

Vistosas e resistentes, bromélias de diversos tipos são facilmente encontradas na Mata Atlântica - Rogerio Cassimio/Folhapress
Vistosas e resistentes, bromélias de diversos tipos são facilmente encontradas na Mata Atlântica Imagem: Rogerio Cassimio/Folhapress

Simone Sayegh

Do UOL, em São Paulo

21/08/2012 07h10

Quando se fala em Mata Atlântica não há quem não pense em plantas e animais ameaçados de extinção.  De fato, esse ecossistema rico estendia-se ao longo de 17 estados (do Rio Grande do Sul ao Piauí, atingindo territórios centrais, como Minas Gerais), mas hoje restam cerca de 8% de remanescentes florestais acima de 100 hectares.

Decretada “Reserva da Biosfera”, pela Unesco, e “Patrimônio Nacional” pela constituição de 1988, o bioma atlântico oferece exemplares de fauna exuberante que podem ser aproveitados em paisagismos. Porém, as variedades devem ser compradas apenas de produtores regulamentados e em viveiros controlados. “Sempre recomendo adquirir mudas de produtores qualificados e nunca, em hipótese alguma, retirar exemplares da mata”, explica o paisagista Alex Hazanaki.

Já para o paisagista Paulo Heib, antes de se pensar em montar um jardim com as espécies nativas, é importante conhecer a composição dessa mata: basicamente, ela se apresenta uma floresta de árvores altas (20 a 30m de altura), com muitas plantas epífitas (samambaias, orquídeas, bromélias), grande variedades de arbustos e palmeiras e também algumas frutíferas. Sob as copas, também há muitas forrações que gostam de sombra ou meia-sombra.“Com exceção das árvores de grande porte, qualquer dessas plantas podem ser cultivadas em vasos ou jardineiras”, explica Heib.

Para garantir uma manutenção pouco custosa em tempo, Hazanaki indica que o ideal é ir atrás de mudas de fácil manejo: “é possível fazer um jardim de médio porte com espécies da Mata Atlântica que apresentam fácil adaptação na maior parte do território nacional”, afirma.

  • Fonte: Instituto Brasileiro de Florestas

De acordo com Higino Aquino, diretor de desenvolvimento do Instituto Brasileiro de Florestas, o crescimento das árvores difere bastante conforme a espécie e o recipiente de cultivo. Assim, para Aquino, o ideal é realizar o plantio de mudas com um grau de rustificação elevado, que demandam menos manutenção e possuem probabilidade de morte reduzida. O plantio de sementes é mais complexo devido justamente ao processo de “quebra de dormência”, já que algumas espécies demandam técnicas e procedimentos específicos para a germinação.

Existem muitas espécies com cultura facilitada como ipês, filodendros, pau-brasil, jabuticabeira, pitangueira, goiabeira, araçá, embaúba, begônias, algumas helicônias, orquídeas, bromélias, samambaias e o manacá-da-serra. Tais variedades são usadas no paisagismo brasileiro e não requerem nenhum tipo de cuidado específico, levando grande vantagem adaptativa sobre espécies exóticas.