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Home theater não é exclusividade de casas amplas, monte o seu de modo eficiente e bonito

O home theater ideal tem iluminação diferenciada e isolamento por cortinas para exibições de qualidade - Denílson Machado/ Divulgação
O home theater ideal tem iluminação diferenciada e isolamento por cortinas para exibições de qualidade Imagem: Denílson Machado/ Divulgação

Silvana Maria Rosso

Do UOL, em São Paulo

18/09/2012 08h50

Ter um mini-cinema em casa é viável há algum tempo, mas - graças aos avanços tecnológicos - "hoje, o home theater pode ser compacto e instalado em espaços que acompanham as dimensões de qualquer casa ou apartamento, sem perder qualidade e conforto", explica o arquiteto Aquiles Nicolas Kílaris.

"Não há tamanho mínimo para a sua implantação", ressalta a arquiteta Daniela Penna. Assim, a configuração do ambiente cabe em uma pequena sala de TV ou até mesmo na segmentação da área do living. "Porém, um ambiente maior permite aparelhos de TV e som mais potentes", esclarece.

A alta definição do LCD, LED e plasma possibilita que o espectador fique mais próximo da tela, pois os pixels dos novos monitores são menores se comparados às antigas linhas de resolução das TVs de tubo, interferindo menos na qualidade final da imagem. "Independente do tamanho da tela usada no ambiente, a média de 3 m é suficiente para separar o aparelho do usuário. Uma distância superior a esta compromete a visão qualitativa", afirma Kílaris.

A evolução nos sistemas de áudio também vem influenciando as mudanças desses cinemas caseiros. "As caixas de som estão menores, muito mais potentes e com mais fidelidade, exigindo menos espaço", pontua o arquiteto. No entanto, por mais compacta que seja a aparelhagem, apenas o dimensionamento do espaço e a disposição dos equipamentos de forma correta vai garantir qualidade de som, o chamado efeito “surround”. Por isso, antes de montar a parafernália técnica, convém a contratação de uma empresa especializada para adequar o projeto audiovisual ao local.

Infra estrutura ideal

DICAS ÚTEIS

O painel onde a TV será embutida ou o móvel em que ela será apoiada devem ser projetados de modo a não gerar reflexos na tela ou distorção da imagem:

• Escolha adequadamente a marcenaria para acomodação dos aparelhos, a fim de minimizar a geração de calor, através de espaço adequado para refrigeração, passagem do cabeamento e automação (quando existir) por dentro do móvel ou da alvenaria
• Planeje com antecedência as conexões entre o receiver, a TV e os alto-falantes, além da chegada do sinal da TV a cabo
• Planeje o home theater com antecedência, de modo a embutir todos os conduítes durante a construção ou reforma do imóvel e, assim, evitar o uso compulsivo de painéis
• Use sempre que possível conduítes de bitola maior (1 e 1 ½”) entre os equipamentos, sobretudo entre as centrais de som da casa, caso haja mais de uma
• O forro de gesso permite grande flexibilidade na distribuição dos alto-falantes e os painéis nas paredes podem ocultar a passagem da fiação, aposte

Acerte a distância entre a TV e o sofá: multiplique o tamanho da tela da TV (sempre em polegadas, medidas na diagonal do monitor) por 2,5, convertendo a medida em centímetros. Então multiplique o resultado por 3,5. O número final é a distância ideal entre a TV e o sofá em centímetros. Um segundo método, mais adequado às novas tecnologias, é medir a altura da TV em centímetros e multiplicá-la por 4 (distância mínima) ou 6 (distância máxima entre o sofá e a TV).

Consultoria: arquitetas Daniela Penna e Débora Dalanezi

Um ambiente vazio, muito alto ou com superfícies muito lisas tende a criar ecos. O mais importante é evitar a reverberação, causada pelo som que rebate nas paredes, vibrando ou ecoando. Um dos pontos a ser observado é a altura do espaço: pés direitos baixos evitam que o som se dissipe. Por isso, em alguns casos, a adoção de um forro pode ser um recurso providencial.

Outro aspecto importante para garantir a boa acústica é o uso de texturas e volumes. "Trabalho com tapetes, tecidos na parede, estofamento de mobiliário, marcenarias com volumes diferenciados e, preferencialmente, pisos de madeira, pois além de aquecer o ambiente, reflete menos as ondas sonoras, diminuindo o eco", revela Débora Dalanezi.

Longe da estética, o planejamento da instalação elétrica é fundamental para que o usuário não tenha aborrecimentos posteriores, devendo ser delegada a um profissional especializado no assunto. A arquiteta Érica Salguero ensina, por exemplo, que o circuito elétrico precisa ser exclusivo para o home theater, enquanto a Debora Aguiar indica o uso de cabos HDMI, que são adequados ao novo sistema digital de alta definição.

Porém, os fios também tendem a desaparecer, como declara Kílares: "não é mais necessário usá-los para conectar um aparelho a outro. O sistema wireless realiza a comunicação entre os equipamentos mais modernos".

Ambientes integrados

A tecnologia dos novos aparelhos também tem possibilitado a implantação do home theater em ambientes abertos e integrados. Hoje, é comum a sala de jantar, o living e o “cineminha” dividirem o mesmo espaço. "A grande luminosidade e alta definição das telas permite que o uso do local até mesmo com portas abertas, sem comprometer a imagem", enfatiza Kílares.

"Para comandar toda a parafernália eletrônica, integração é a palavra de ordem", diz o arquiteto. Dessa forma, atualmente todos os comandos – inclusive a luminotécnica - acabam reunidos em um único controle, que oferece acionamento remoto via celulares ou tablets.

De toda forma, a imagem (e o clima) ideal ainda é conseguida no escurinho, que pode ser obtido com o uso de cortinas tipo “blackout” ou persianas de enrolar acopladas às janelas, "bloqueando a luz com direção contrária à TV e eliminando reflexos", afirma Dalanezi.

Aliás, a iluminação do local é outro ponto importante. "Deve ser suave e indireta com pontos de luz projetados para a parede ou teto e não na tela", ensina Érica Salguero. Automatizar a iluminação possibilita, também, a criação de vários cenários que vão da luz intensa até o de luminosidade direcionada e focada. "Essa escolha, além de valorizar o ambiente, economiza energia", ressalta a arquiteta.

Se não for possível criar focos direcionados e específicos, Daniela Penna diz que uma solução é ter comandos independentes para que os pontos de luz possam ser apagados – de forma independente - quando a TV estiver ligada.

Conforto e estilo

O home theater se destina também ao relaxamento, como um local para ouvir música, ler ou receber visitas. Desta forma, sua decoração pode seguir a linha geral da residência – como na escolha das cores -, especialmente se integrado a outros ambientes.

Segundo a arquiteta Debora Aguiar, "o sofá é a peça principal do home theater, sendo ‘conforto’ e ‘resistência’ palavras-chave no momento da escolha". É desejável que o móvel seja forrado com capa removível para facilitar a limpeza. E, para compor o espaço, o uso de poltronas e chaises estofadas é recomendável.

Os tecidos indicados para essa área de grande uso são os de algodão (pelo conforto térmico); os peletizados (pelo toque agradável) e os pré-encolhidos, de fácil lavagem. Os linhos e camurças também são boas opções e conferem mais elegância aos ambientes, aconselha Aguiar.

Outra dica é usar um grande pufe como mesa de centro e apoio eventual para bandejas. Em caso de necessidade, o móvel ainda pode acomodar mais algumas pessoas. Seguindo esse raciocínio, aposte em mesas laterais, úteis para suportar copos e controles, além de abajures. Para completar o espaço, o rack precisa acomodar bem os equipamentos, mas pode ser substituído por uma marcenaria planejada e exclusiva. Com o home theater pronto, deixe controle a postos e tenha uma boa sessão!