Topo

Baratinha, casa de veraneio nas montanhas tem história rica e cachoeira

Casa de veraneio na montanha em Catskill, estado de Nova York (EUA), tinha cores e decoração caótica - Randy Harris/ The New York Times
Casa de veraneio na montanha em Catskill, estado de Nova York (EUA), tinha cores e decoração caótica Imagem: Randy Harris/ The New York Times

Joyce Wadler

Do The New York Times, em Catskill, Nova York (EUA)

03/11/2012 10h30

Catskill, Nova York – O verão vem chegando e traz com ele o sonho da casa de veraneio - e se você acha que não existem casas lindas e baratas, considere a pequena morada em um morro comprada por Nick Vogelson e Patrick Crowley. Dois jovens em início de carreira que encontraram uma charmosa casinha com detalhes azuis, há pouco mais de duas horas de Manhattan e com vista para as montanhas, por US$ 117 mil. 

É verdade que era inverno, a estação oportuna para compras que agora se foi, mas há outras lições a serem aprendidas com os dois. Vogelson, de 28 anos, fundador da pequena casa de direção artística Townhouse Creative, e Crowley, 30 anos, professor-assistente de historia da arte, tinham um limite para gastar (US$ 150 mil) e se mantiveram firmes nesse valor.  
Os dois rapazes - que dividem o aluguel de uma casa de 47 m² no Brooklyn - também seguiram os conselhos de seu agente imobiliário, que lhes disse que um banco local estava propenso a ajudá-los. Vogelson e Crowley conseguiram o dinheiro através do projeto de empréstimo para proprietários de primeira viagem da Federal Housing Administration, que lhes permitiu garantir a compra há cerca de um ano, com uma entrada de apenas US$ 3 mil. (O valor da parcela do empréstimo é de US$ 850 por mês e os impostos sobre a casa de 93 m² - com seus quatro acres de morro e mato – custam, anualmente, US$ 3,5 mil).
 
Mas, talvez, o mais importante ao encontrar uma preciosidade que ainda não foi reconhecida como tal, tenha sido a capacidade dos dois rapazes em entender a importância da cor e do design e ignorar – a duras penas - as escolhas caóticas e infelizes que haviam sido feitas ali.  
“A mesa da sala de jantar estava em frente à janela, os armários da cozinha eram marrons”, conta Vogelson, “estava tudo muito amontoado”, conclui. “Havia dois pianos,” Crowley continua, “um deles estava no quarto”.
 
Guia prático da casa de veraneio perfeita

Clique e veja: Na Finlândia, casa resgata modo de vida "antigo"

  • Goeril Saetre/The New York Times
 
A nova casa dos dois agora parece espaçosa, talvez por causa da paleta de cores escolhida: com tons pastéis que variam sutilmente de um cômodo para outro ou, quem sabe, por causa da mobília contemporânea, comprada na Ikea e na CB2. 
 
Por exemplo, a grande TV fica sobre um aparador de ferro fundido de apenas US$ 299, da CB2, que ocupa pouco espaço e o sofá volumoso e escuro foi trocado por duas poltronas, Ikea. A mesa de jantar e os bancos, por sua vez, foram comprados no Mercado de Pulgas do Brooklyn por US$ 650.
 
Da mesma forma, pintar de branco os armários marrons da cozinha parece ter triplicado o tamanho da área dedicada ao jantar. Além disso, a iluminação dos anos 1970 foi removida e as colunas, que haviam sido envernizadas, ficaram direto "na madeira".
 
Com dinheiro contado, mobiliar a casa custou US$ 5 mil, enquanto a pintura interna e a reforma das colunas saíram por US$ 5.500.
 
Sessenta anos antes
 
Regrados quanto aos gastos, a única surpresa reservada à dupla foi descobrir que a casa que achavam ter sido construída nos anos 1990 tinha, na verdade, sido erguida nos anos 1930.
 
Os rapazes descobriram o fato ao conversar com uma moradora da pequena cidade do estado de Nova York. Depois de terem lhe passado o endereço da morada (ela prestava serviço de cabeamento), a senhora contou a Vogelson e Crowley que seu pai havia construído aquela casa e que ela havia crescido ali.  
 
Foi assim também que os rapazes descobriram a história sobre uma segunda casinha existente na propriedade. Aparentemente, os tios da mulher jogaram-na ladeira abaixo, com o pai dela lá dentro. E, depois, uma gangue de motociclistas usaram a construção como sede do clube. 
 
Vogelson e Crowley acharam tais histórias tão deliciosas quanto a névoa das montanhas - que pode ser vista do deck quando tomam o café da manhã ao ar livre - ou quanto os morangos silvestres e a pequena queda d’água que Crowley vê quando vai correr. É mais um dos prazeres de ter uma casa no campo.