Vai um cafezinho aí? Saiba qual tipo de cafeteira é o ideal para o seu café
Para os que não dispensam uma xícara (ou mais) de café por dia e apreciam o aroma e o sabor dessa bebida tão popular, a infinidade de modelos de cafeteiras no mercado abre um leque de possibilidades ao gosto, mas pode confundir facilmente os que desejam adquirir o eletrodoméstico para casa. Existem as indicadas para o encorpado expresso, para o café coado, as charmosas italianas, as de extração francesa, entre outros tipos.
Antes de comprar, se atente às diferenças de extração do café, às características da bebida pronta e às facilidades do preparo de cada uma das cafeteiras. Ou seja, antes de tudo, se pergunte: "como gosto do meu café – forte, suave, cremoso"? E, depois, encare os fatos: "quero praticidade ou dou conta de um preparo mais artesanal"? Assim fica mais fácil conhecer as particularidades de cada modelo e escolher aquela que melhor se encaixe ao seu perfil.
Café expresso: forte e encorpado
O modo de extração expresso é feito por pressão e em pouco tempo, o que resulta em uma bebida mais forte, encorpada e com “crema” (creme em italiano – aquela espuminha consistente). “Esse método é para quem gosta de textura e de explosão de sabores, pois o expresso é a lente de aumento do café, tudo que ele tem de bom e de ruim vai se potencializar”, explica a barista e coordenadora da equipe do Octavio Café, Tabatha Creazo.
Para o café expresso, existem os modelos automáticos e as manuais de cafeteiras. Entre as máquinas automáticas, há aquelas que aceitam pó de café, grãos, sachês ou ainda cápsulas. Basta abastecê-la com água e café e apertar um simples botão para obter a bebida.
As cafeteiras de cápsulas permitem variar o sabor do café entre uma xícara e outra
Para as de sachês e cápsulas, além da praticidade de somente encaixá-los na cafeteira, você pode escolher entre os diferentes tipos de café disponíveis e variar o sabor e o aroma entre uma xícara e outra.
Para facilitar ainda mais o trabalho, há equipamentos em que nem é preciso jogar fora a cápsula, assim que o café for extraído: os “potinhos” que você utilizou ficam armazenados em compartimento específico.
Agora se você tem tempo e aprecia preparar a bebida sob medida, as cafeteiras manuais são ideais, apesar de a extração ser mais trabalhosa e requerer cuidados e certas instruções.
Primeiro é necessário moer os grãos na hora – existem modelos com moedor acoplado ou é preciso ter o equipamento à parte –, para depois dosar e compactar o pó no porta filtro. “Demanda certo conhecimento, mas se você for um amante de café, é um luxo ter uma cafeteria em casa e mostrar todo o seu ‘know how’ ao receber seus amigos” sugere Creazo.
As cafeteiras manuais demandam certo conhecimento de quem prepara o expresso
Os perfis para cada uma: o barista do Suplicy Cafés, Richard Kumagai, explica que as automáticas são indicadas para pessoas que buscam praticidade e pouco trabalho, enquanto que as manuais se adequam àqueles que realmente gostam de “brincar” com o café. “O processo é bem artesanal e é necessário um pouco mais de tempo para fazer os procedimentos, é todo um ritual”, completa.
Para Kumagai, as de cápsulas são as mais práticas à venda, porém, têm custo mais alto e alguns modelos só aceitam recarga correspondente à marca do eletrodoméstico.
Algo a mais: algumas cafeteiras de expresso (ou espresso, em italiano) permitem o preparo do leite para um cappuccino e ainda fornece água quente para fazer um chá – tudo ao alcance do "click" em um botão.
A cafeteira elétrica de coador funciona como o conhecido filtro de pano ou papel
Café coado: mais suave que o expresso
Mais suave do que o expresso, a bebida neste tipo de cafeteira mantém as características do tipo de pó usado e não sai com o “crema”. “As máquinas de coador são práticas, de fácil utilização e têm o melhor custo benefício para os principiantes”, explica Kumagai.
Este tipo de cafeteira funciona como o velho e conhecido filtro de pano ou papel, porém a máquina facilita o trabalho: basta colocar o pó de café no filtro, abastecer com água e ligar. O modelo aquece a água até uma temperatura adequada para “passar” a bebida e ainda a mantém aquecida por um certo tempo, sem que o sabor seja alterado.
Dicas para o preparo do cafezinho
- Existe uma moagem ideal para cada tipo de extração, por isso, informe-se para comprar o grão moído na forma adequada ao modelo de sua cafeteira; |
- O café como bebida tem 98% de água, dessa forma - ao prepará-lo - dê preferência à água mineral; |
- É recomendado não ferver a água a ser usada no preparo, porque a alta temperatura pode "queimar" e anular os óleos existentes no pó, prejudicando o sabor do café; |
- Ao comprar o grão ou pó, procure cafeterias especializadas porque normalmente utilizam grãos de procedência controlada. Estes têm torras mais recentes, além de estarem na moagem certa para o seu tipo de extração; |
- Procure sempre comprar pequenas porções de pó porque, depois de aberto o pacote, o contato com o ar pode oxidá-lo. Por exemplo, ao invés de comprar um pacote de um quilo, compre quatro pacotes de 250 g; |
- Guarde os grãos ou pó na própria embalagem, dentro de um pote hermético. Não os armazene na geladeira, porque o café pode absorver facilmente o cheiro de outros alimentos; |
- Faça sempre seu café na hora de tomar, porque o aroma e sabor da bebida podem se alterar com o tempo de descanso. |
Consultoria: Richard Kumagai, barista do Suplicy Cafés
Cafeteira italiana: "old school", no fogão
Diferente das cafeteiras de expresso e coador, que são elétricas, as conhecidas como italianas ou mokas vão ao fogo. O utensílio é dividido em três partes encaixadas entre si: a base, onde se coloca a água; o filtro em forma de funil, onde vai o pó e a parte de cima - o bule - que armazena a bebida pronta.
A cafeteira italiana extrai o café sem precisar de filtro e energia elétrica
O processo: ao ser colocada na boca do fogão, a água esquenta e libera vapor, fazendo pressão e empurrando a água para cima, em direção ao funil. A água quente passa pelo pó do café e cai no bule. Com feitura rápida, a bebida pode ser servida em seguida. Kumagai salienta que o café feito na "moka" fica um pouco mais encorpado que o preparado em coador, porque utiliza de certa pressão, entretanto não chega a ganhar o corpo de como um expresso.
Suas vantagens são a extração rápida, sem necessitar de energia elétrica e filtro. “Porém fique atento, porque como vai ao fogo, é muito mais fácil de queimar o café”, alerta Kumagai.
French Press: aromático
A french press ou cafeteira de extração francesa não usa filtros de papel e nem é elétrica, contudo é necessário aquecer a água separadamente. Formado por um copo de vidro e um êmbolo com uma tela (o filtro) ao fundo, este modelo prepara o cafezinho em poucos minutos.
A extração feita na cafeteira french press tem grande concentração de cafeína
O processo é bem simples: coloca-se primeiro o pó no copo de vidro e, na sequência, acrescenta-se água quente. Em seguida, a solução é misturada e tampada com o êmbolo. Após uns minutos em infusão, é necessário somente apertar lentamente o êmbolo e a tela vai separando o pó do líquido. Atenção: o pó deve ser moído mais grosso, de um modo especial para uso neste tipo de extração.
O café feito na french press fica aromático, um pouco mais forte do que o preparado no coador, porque é uma das extrações que possuem maior concentração de cafeína. Kumagai explica que a cafeína é uma das responsáveis pelo amargor da bebida, por isso, quanto mais tempo o café ficar em contato com a água quente, mais cafeína será extraída. “O expresso é uma bebida mais forte e encorpada, porém possui pouca cafeína, já que é feito em segundos”, completa.
Aeropress: quase "descafeinado"
A cafeteira aeropress, novidade no mercado, prepara a bebida sob pressão
Menos conhecido do que outros tipos de máquinas, o modelo aeropress lembra uma grande seringa de injeção. O processo de extração é feito através da pressão do ar, empurrando a água quente sobre o pó.
Para Creazo, o preparo sob pressão desta cafeteira consegue liberar as características do café sem amargor e ainda com pouca cafeína, porque o pó fica menos tempo em infusão.
Assim como na máquina manual de expresso - que você pode mexer com as variáveis do grão moído, mudando o sabor do mesmo café - o aeropress permite fazer experiências com a moagem e com a quantidade de pó, chegando ao resultado que você deseja. “Para quem gosta de novidades e não é fã de um expresso, mas também não gosta de cafés suaves, esse método é o ideal”, recomenda Creazo.
Handpress: café a qualquer hora
Portátil e pequena, esta cafeteira com cara de bomba de encher pneu de bicicleta precisa apenas de água quente e de um sachê de café. O manuseio e preparo é rápido e simples: basta colocar o sachê e a água e, em seguida, bombear como se você estivesse enchendo uma bola. A leve pressão faz a água passar pelo pó, resultando na bebida.
“A handpress é um caso à parte, a proposta é fazer seu café em qualquer lugar, ideal para viagens, acampamentos e trilhas. O café não fica lá essas coisas, mas no meio do mato - com ela - é possível tirar um ‘expresso’, brinca Kumagai.
Cuidados de limpeza e manutenção
- A limpeza e manutenção das cafeteiras, de modo geral, são bastante simples, entretanto lembre-se: como o café contém óleos, uma higienização inadequada pode criar uma crosta nas peças, o que influencia no sabor da bebida e no funcionamento das máquinas; |
- Para as do tipo italiana, french press, aeropress e handpress, descarte o pó utilizado e lave as peças com água; |
- As máquinas elétricas de coador podem ser limpas com a própria água quente. Repita o procedimento para o preparo do café, porém não coloque o pó e o filtro; |
- Se tiver a cafeteira de expresso automática, o modelo já traz um sistema de auto limpeza para peças internas; |
- Nas de cápsula e sachê, basta retirar os compartimentos usados e jogá-los fora; |
-Para a manutenção de uma máquina de expresso manual, desmonte o porta filtro e limpe as peças sobressalentes. |
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