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Decoração racionalizada "aumenta" a área útil e cria espaço mais agradável

O arquiteto Gustavo Calazans mostra como usar a parede em favor da organização nesta quitinete - Cacá Bratke/ Divulgação
O arquiteto Gustavo Calazans mostra como usar a parede em favor da organização nesta quitinete Imagem: Cacá Bratke/ Divulgação

Silvana Maria Rosso

Do UOL, em São Paulo

12/11/2013 07h03

Imóveis compactos e áreas multifuncionais: essas são as características de grande parte dos lançamentos imobiliários no país, focados em áreas de convívio e lazer generosas, e privativas, econômicas. Com plantas reduzidas que chegam a 19 m², cada vez mais é necessário ganhar espaço e acomodar a mobília e os pertences de modo prático e otimizado. 

Estruturalmente, seja em residências grandes ou pequenas, a conexão funcional dos espaços é um recurso usado para proporcionar maior amplitude aos cômodos antes confinados por paredes e portas que, muitas vezes, são subutilizados. Portanto, especialmente se a sua casa é pequenina, aproveite a interligação entre os ambientes como a do living (jantar e estar) com a cozinha (americana) aplicando, por exemplo, uma mesa ligada à área de cocção. 
Ainda de forma a manter a união entre os ambientes e fazer render o espaço, seja na ala social da casa ou na íntima, criar separações pontuais e minimizar o comprometimento da área demandada pela abertura de portas com dobradiças, opte pelas de correr ou mesmo por cortinas. Esses separadores podem tanto serem adaptados aos limites entre ambientes e suas passagens, quanto fazer o fechamento de móveis, por exemplo nos diminutos quartos dedicados às crianças em apartamentos compactos.
 
Regras de ouro
 
Para que a arrumação e a decoração sejam esteticamente agradáveis, além de eficazes, o primeiro passo é tirar as medidas do imóvel ou do ambiente e respeitar o tamanho limite para a mobília antes de adquiri-la. "É muito comum que as pessoas comprem móveis maiores do que o cômodo comporta, atravancando a circulação", relata a arquiteta Anna Novaes da Conseil. 

Para ganhar amplitude:

- Use espelhos e cores claras;

- Compartilhe espaços para diversos usos;

- Crie padrões horizontais através de elementos complementares como forros retos e pisos nivelados;

- Use cortinas com transparência, que permitem que parte do espaço exterior - seja uma varanda ou mesmo o céu - passe a integrar o ambiente. Assim, os limites ficarão menos visíveis;

- Faça uso de luzes indiretas rebatidas no forro. Elas "tornam" os ambientes mais altos;

- Use tapetes grandes, mesmo que boa parte da peça fique debaixo de móveis como o sofá. Tapetes pequenos e com borda tendem a deixar o ambiente com aspecto mais

reduzido.

Fontes: Ana Bartira, Anna Novaes e Gustavo Calazans; arquitetos
 
Dessa forma, o planejamento básico é fundamental ao idealizar um espaço: "Considere a função que cada elemento terá e garanta liberdade para a circulação mínima, através da distribuição adequada dos móveis e objetos", recomenda a arquiteta Ana Bartira. Portanto, não compre por impulso! Um menor número de peças aliadas aos móveis-coringa como bancos, futons e pufes - que possam ser organizados dentro/junto a outros móveis e retirados quando forem necessários os assentos extra - são alternativas. Outras opções são os móveis multifunção, como o sofá-cama, os planejados (que aproveitam qualquer cantinho, quando bem desenhados) ou os modulares, mais baratos - em relação aos planejados - e disponíveis à pronta-entrega em "home centers".
 
De maneira geral prefira móveis e objetos leves e menores. Ambientes muito poluídos e cheios parecem ainda menores. E quando a concentração de badulaques e outros itens for inevitável, mantenha-a em prateleiras altas ou armários fechados. "A noção de espaço está vinculada ao descanso do olhar", enfatiza o arquiteto Gustavo Calazans.
 
Para o alto ou logo abaixo
 
Uma dica prática para ganhar espaço é deixar o máximo de piso livre ou fixar móveis em paredes. Lembre-se: nós vivemos em ambientes tridimensionais. "Se há pouco espaço, use a parte 'aérea' dos cômodos", ensina Calazans. Isso significa que a altura do ambiente pode acomodar desde prateleiras, nichos e armários, até mezaninos.
 
Considere os lugares que normalmente ficariam sem uso como espaços de armazenagem latentes. Além de olhar pra cima, você pode também observar espaços “abaixo” dos móveis, que tomem a “porção” vazia entre as pernas de mesas ou camas. 

Móveis inteligentes se adaptam às necessidades de uso

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Calazans lista algumas peças que podem se adequar e ajudar nessa otimização: uma estrutura para a cama com gavetas ou basculante (que permitem guardar travesseiros, mantas e lençóis), sofás e poltronas com nichos em seu corpo (que podem ser usados para armazenar livros, revistas e CDs, por exemplo) ou mesa de apoio e pufes em forma de baú.
 
Outra lição é racionalizar ao máximo o espaço disponível dentro dos armários com boas divisões e acessórios organizadores. Caixas que agrupem as coisas e utilizem melhor a área livre ou embaladores à vácuo são soluções econômicas e assertivas.
 
Por fim, o aproveitamento de pequenos nichos que sobram no imóvel (entre móveis maiores e nas cantoneiras das paredes ou embaixo da escada) pode receber armários menores e estreitos para guardar itens que possam aliviar outras áreas de armazenagem. Copos e taças, por exemplo, não precisam de um espaço profundo.