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Árvores frutíferas podem compor jardim ou ser cultivadas em vaso

A paisagista Marisa Lima incluiu jabuticabeiras no paisagismo e integrou-os às plantas ornamentais - Divulgação
A paisagista Marisa Lima incluiu jabuticabeiras no paisagismo e integrou-os às plantas ornamentais Imagem: Divulgação

Simone Sayegh

Do UOL, em São Paulo

09/03/2014 09h00

Comer fruta do pé é um privilegio para poucos, principalmente nas grandes cidades. Como os pomares exigem espaços consideráveis, a solução para trazer beleza e sabor para dentro de casas e apartamentos é o plantio de frutíferas em vasos ou a incorporação dessas variedades no paisagismo.

Jabuticaba, pitanga, araçá, grumixama, romã e acerola são umas das tantas espécies que podem ser plantadas em vasos já que apresentam pequeno porte e crescimento lento. “Tenho cultivado com êxito essas árvores em vasos”, explica a paisagista Marisa Lima, “mas todas, sem exceção, precisam de áreas ensolaradas de varandas ou jardins para se desenvolver bem”, completa.

A paisagista conta que usa as frutíferas em jardins, rodeadas por flores ou folhagens ornamentais, em um tipo de paisagismo que difere do pomar tradicional, que reúne espécies variadas colocadas lado a lado. O paisagista Marcelo Faisal enfatiza que o uso de diferentes árvores que dão frutos juntas não é o ideal do ponto de vista estético. “Quando isso acontece é porque a intenção é fazer um quintal, e não um jardim”, afirma.

No jardim

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De modo geral, o paisagismo com frutíferas exige atenção quanto ao volume da árvore (altura e forma e diâmetro da copa), de maneira a integrá-la com harmonia à estrutura espacial do jardim. O arquiteto e paisagista Marcos Malamut afirma que também devem ser observados os atributos plásticos como cor, textura da folhagem, das flores, dos frutos e do caule, para criar uma composição interessante com as demais plantas selecionadas.

Na varanda

Apesar da possibilidade de colhermos frutas do pé em nosso próprio apartamento, Malamut ressalta que as espécies em vasos apresentam menor produtividade, maior suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças e, portanto, exigem mais cuidados. “Para o bom desenvolvimento de qualquer frutífera é fundamental estabelecer uma rotina de adubação de, ao menos, quatro vezes por ano. Em relação a exemplares em recipientes, com o desenvolvimento de suas raízes limitado, a atenção deve ser redobrada”, explica.

Plantar e cuidar

Para o cultivo de frutíferas, o vaso pode ser feito de qualquer material, mas deve ter dimensões compatíveis com o vegetal a ser plantado. Seu preparo leva uma boa camada de drenagem ao fundo (cerca de sete centímetros de brita), manta geotêxtil de cobertura e, por fim, o substrato rico em matéria orgânica (esterco ou composto orgânico), bem aerado e com boa capacidade de retenção de umidade e nutrientes.

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Se a escolha é plantar diretamente no jardim, mas ainda em espaços reduzidos, as árvores de pequeno porte são as mais indicadas. Pitangueiras, pés de acerola, de romã, jabuticabeiras e os cítricos (limão, tangerina, laranja) têm fácil trato, já que prescindem de controle de tamanho. Plantas que atingem maior porte, como mangueiras ou sapotizeiros, são desaconselháveis para áreas domésticas. “Raramente encontramos espaços na cidade onde árvores com diâmetros de copa de 20 ou 30 metros possam se desenvolver, elas acabam se tornando um problema com o passar dos anos”, explica Malamut. Essas plantas também não são adequadas para o cultivo em vasos – o nível de cuidado e manutenção é muito mais elevado e o resultado é pior.

As podas são importantes durante o desenvolvimento inicial da planta, para guiar seu formato, estabelecer uma altura adequada e estimular a formação de ramos laterais. Igualmente, a rotina de irrigação, qualquer que seja a espécie, deve evitar a alternância entre encharcamentos e ressecamentos muito drásticos.

Acompanhar o desenvolvimento da plantinha, removendo ramos mal formados, folhas secas e frutos caídos, é fundamental. Para Faisal, além dos cuidados com adubação, rega e poda, o controle de pragas e doenças é imprescindível. “Pulgões são os mais recorrentes, indico sempre uma boa calda de fumo para resolver a infestação”, conclui.