Aprenda dar unidade e personalidade à decoração do quarto dos gêmeos
O grande desafio para a decoração do quarto de gêmeos é expressar a personalidade de cada um, sem criar um ambiente caótico. E, para ter êxito, a dica é criar uma unidade através de uma base neutra, atemporal e que possa comportar elementos pessoais. A identidade dos irmãos pode ser representada nos detalhes como monogramas, objetos e acessórios, afirmam os arquitetos André Leite e Bruna Ximenes.
Um elemento que direciona bem o espaço de cada um é a cor, pois os matizes ajudam a delimitar a área particular de cada criança. É “uma forma de cada um identificar o seu cantinho", explica a designer de interiores Alessandra Amaral.
Como usar as cores
É comum que nos quartos de gêmeos, parte dos objetos sejam iguais ou tenham temas próximos. Mas, mesmo nesses casos, a pontuação pela cor, agrega identidade aos elementos decorativos.
Para quartos de crianças pequenas, recomenda-se, porém, que os matizes usados sejam mais “apagados”, ou suaves, para transmitir calma e tranquilidade às crianças. Na medida em que os bebês crescem, esses tons podem se tornar mais fortes.
Móveis podem ser compartilhados?
Não é porque há mais de um bebê, que todos os itens precisam ser multiplicados. No quarto, o berço é o único elemento imprescindivelmente individual. Trocador, armário, cômoda e até banheira podem ser compartilhados quando o espaço é escasso. Com filhos gêmeos ou não, em grande parte das casas não há área viável para dois armários, ressaltam os arquitetos Marcello Sesso e Débora Dalanezi. Então, se houver a possibilidade de “replicar” alguns móveis e ajuda para cuidar dos pimpolhos, a arquiteta Christiane Roy aconselha a opção pelos trocadores, pois tendem a facilitar a rotina de trocas das fraldas.
No entanto, promover a identificação de cada irmão, deixando claro qual espaço pertence a cada indivíduo, é uma questão relevante na hora de idealizar o ambiente. "Assim, a criança logo cedo começa a perceber que é única", diz Roy.
Questão de equilíbrio
Uma saída quando as crianças crescem é criar situações de rodízio, onde um irmão cria o hábito, por exemplo, de esperar sua vez para usar um equipamento da casa ou um brinquedo. Dessa maneira, os pequenos aprendem a dividir e compartilhar.
No entanto, há situações que podem ser produtivas “em conjunto”, como o uso de uma bancada de estudos dupla. A mesa com dois lugares pode incentivar os irmãos a estudarem juntos e a se ajudarem nas tarefas. Gêmeos estão obviamente na mesma fase de vida e terão estudos e tarefas iguais, acreditam os Sesso e Dalanezi.
Disposição dos móveis
Crianças devem sentir-se livres para experimentar, testar e criar situações de convívio, mas a ordem é importantíssima para que se sintam seguras e tenham disciplina, portanto a disposição dos móveis e a setorização das atividades são muito relevantes no projeto.
A posição do berço nos quartos vai depender de quanto espaço há disponível. Porém, o ideal é colocá-los separados, lado a lado, com área suficiente para circulação e para garantir que um bebê não prejudique o sono do outro. Como na maioria dos casos, a área é reduzida, berços duplos ou encostados nas paredes são soluções.
O recurso também é utilizado para crianças maiores, adotando-se beliches ou aproveitando-se da extensão das paredes. Alternativas, as camas suspensas devem ficar a uma altura confortável para que a criança não bata a cabeça no teto e devem sempre ser acompanhadas de escadas seguras.
Baús e nichos são úteis para guardar brinquedos, mas também nesse caso é necessário considerar a área de circulação. Outra saída é adquirir móveis que possam ser montados de diferentes formas e que acompanhem o crescimento da criança, sendo utilizados em mais de uma fase da vida de cada irmão.
*com colaboração de Letícia de Almeida Alves
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