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Horta na varanda? Veja os melhores suportes, formas de cultivo e espécies

Simone Sayegh

Do UOL, em São Paulo

26/02/2015 07h00

Basicamente, ter uma horta na varanda exige o plantio em vasos ou floreiras e isso significa menor enraizamento da raiz e maior evaporação da água, pois o sol e o calor aquecem as paredes  dos  recipientes.  Assim, dois cuidados são essenciais: regar mais as plantas e alocá-las em recipientes com espaço suficiente para o correto desenvolvimento de cada espécie. Porém, se o  morador  optar  por  vasos  pequenos, ele  deverá estar ciente de que deverá substituir o tempero ou verdura  com  maior  frequência. 

Nas varandas, a tendência é que o vento seja mais pronunciado, portanto os vegetais escolhidos precisam ser mais resistentes a sua ação: o alecrim, por exemplo, tem caules fortes e a cebolinha comum, tamanho reduzido, facilitando o cultivo. Porém, o manjericão, que cresce rapidamente, deve ser evitado, a não ser que seja bem protegido das rajadas.

No entanto, não adianta começar a pensar em uma bela horta na varanda se a sua não recebe, no mínimo, quatro horas de sol por dia. As plantas privadas da incidência solar não se desenvolvem bem, seus caules ficam finos e os ramos, alongados e frágeis. Como algumas espécies têm um ciclo de vida reduzido, de seis meses a um ano, tende a ser necessária a troca das mudas de tempos em tempos. Além disso, sempre que surgirem folhas doentes, retire-as, para evitar a contaminação.

Como em canteiros no quintal, a terra para o cultivo deve estar sempre úmida, mas bem drenada, para evitar o apodrecimento das raízes. Para conseguir uma boa drenagem coloque pedaços de tijolos, cacos de telhas ou brita seguidos por uma manta de drenagem ou areia grossa no fundo do recipiente, antes de inserir a terra adubada. Por cima de tudo uma camada de casca de pinus ajuda a manter a umidade do substrato. Dê preferência, também, ao adubo orgânico, utilizado em pequenas quantidades.

Vasos e suportes

O tipo de material do recipiente, seu formato e tamanho influenciam no cultivo. Vasos acomodam melhor os temperos, que se reproduzem rapidamente, enquanto as jardineiras são mais adequadas para verduras. Os cerâmicos absorvem mais e melhor a água, mantendo a terra úmida e, quanto maiores os recipientes, mais a terra demorará a secar.

Colocar os vasos no piso ou sobre bancos protege as plantas dos ventos, enquanto os suspensos acabam sendo mais suscetíveis. Se a horta for montada sobre bancos de madeira,  aparadores ou escadas, o espaço é economizado e o cuidado diário fica mais fácil. Os recipientes também podem ser inseridos em caixas de madeira de tamanhos alternados, umas maiores, outras menores, que criam barreiras extras contra o vento e o frio. Esses caixotes funcionam como cachepôs e, se apoiados em bases com rodízios, facilitam a limpeza do piso.

As hortas suspensas economizam espaço, mas devem ser posicionadas em paredes que além de sol, recebam pouco vento. Use vasos de cerâmica menores acoplados a essas estruturas. Alternativas são os leves, como os de fibra de coco, resina ou PVC.

Tipos de hortas

As hortas podem ser aromáticas (ou de temperos) ou de verduras e legumes. Existem condimentos que necessitam de menos luz, como a hortelã, o tomilho, a salsa lisa e a cebolinha. E há espécies que compartilham o espaço. Alecrim, manjericão e pimenta formam touceiras e demandam vasos redondos e fundos, com profundidade entre 30 cm e 40 cm.

A hortelã, todavia, deve ser plantada sozinha, pois suas raízes são muito agressivas e acabam por sufocar as de qualquer planta que se avizinhe. No outro extremo está o orégano: como seu enraizamento é modesto, pode ser alocado em vasos ou jardineiras menores, junto com o tomilho e o louro. Já a manjerona é um tempero rasteiro e de fácil cultivo, que se adapta bem aos recipientes rasos (de 15 cm a 20 cm).

A alface quer, pelo menos, cinco horas de sol por dia e boa circulação de ar. O recipiente de plantio pode ser uma jardineira com aproximadamente 20 cm de profundidade, 'cheinha' de substrato rico em nutrientes, bem adubado. Sempre após a colheita, outra muda deve ser plantada. A rúcula se desenvolve melhor em locais mais frescos; suas raízes são pequenas e não necessitam de vasos grandes, 20 cm de profundidade são suficientes.

Fontes: Eduardo Luppi, Gisele Fracari e Patricia Zambon, paisagistas.