Topo

Cozinha integrada é furada ou uma boa ideia? Moradores e arquitetos opinam

A cozinha integrada do apê de Oshry e Bruno permite a desejada interação ao cozinhar - Junior Lago/ UOL
A cozinha integrada do apê de Oshry e Bruno permite a desejada interação ao cozinhar Imagem: Junior Lago/ UOL

Karine Serezuella

Do UOL, em São Paulo

02/10/2015 07h04

Grande parte dos novos apês oferece a opção "cozinha integrada" aos futuros moradores, em especial, quando a metragem é baixa. Na moda, o formato também é visto em projetos de reformas. Mas será que uma cozinha totalmente aberta é boa alternativa ou tem pontos negativos que fazem da proposta uma furada? O UOL Casa e Decoração conversou com moradores e arquitetos e aponta vantagens e desvantagens da conhecida cozinha americana. Veja as opiniões, deixe seu comentário e participe da enquete: vale a pena ter uma?

  • 48489
  • true
  • http://mulher.uol.com.br/casa-e-decoracao/enquetes/2015/10/01/cozinha-integrada-vale-a-pena-ter-uma.js

Integrar é ampliar e interagir?

Há quase três anos, quando Oshry Vidal Lourenço estava decidindo com seu futuro (e hoje) marido, Bruno, a compra do apartamento em São Paulo (SP), uma vontade era certa: ter uma cozinha integrada. “Não queria ficar isolada dos outros enquanto estivesse cozinhando”, diz a gerente de vendas. Além de permitir a desejada interação com as visitas, a ligação do compacto espaço à sala de estar também “ampliou” os 95 m² do imóvel.
 
"Em apartamentos pequenos, quando a planta admite a mudança, sempre sugerimos integrar para ganhar amplitude", explica a arquiteta Débora Dalanezi, do escritório Sesso & Dalanezi. E este é um dos aspectos positivos indicados pela cozinheira Alessandra Legnare ao falar sobre a cozinha de seu apartamento com 60 m²: “Integrar foi a saída perfeita para driblar o espaço minúsculo, quase claustrofóbico. O cômodo aberto parece ser mais amplo, embora seja apenas um corredor”. 
 
$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2016/cozinha-integrada-da-moradora-alessandra-legnare-1469042859463.vm')
Nem tudo é uma maravilha?
 
No primeiro semestre desse ano, Silvia Santiago Darakjian resolveu reformar a cozinha do apê com generosos 250 m². Na ocasião, a dentista poderia ter integrado o ambiente de 16 m² à copa e à sala de jantar, mas preferiu mantê-lo fechado, porque não se imaginava cozinhando em um espaço aberto. "Acho mais tranquilo dessa forma, não tenho a preocupação de deixar sempre tudo organizado, além de não me preocupar com questão do cheiro", diz Silvia.
 
Embora adore o formato de sua cozinha, Alessandra tem problemas com esse último ponto levantado por Silvia: os odores (e também a gordura) do cozimento dos alimentos. No caso da Alessandra, o projeto não prevê uma saída externa para coifa, por isso, o aparelho é usado como um exaustor comum, o que não garante plena eficiência. "Se o preparo da comida gerar fumaça, por exemplo, ao fritar um hambúrguer, a sala vai ficar com uma névoa e o chão vai engordurar, a menos que exista uma coifa bem potente. Um exaustor não resolve o problema", alerta.
 
$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2016/silvia-santiago-darakjian-em-sua-cozinha-1469042656216.vm')
Quatro ingredientes para uma cozinha integrada
 
1. Armários planejados
Em uma cozinha integrada, a organização é primordial. Para ficar bonito, nem tudo pode ficar à mostra. Assim, analise bem o espaço e os itens que você já tem. Planeje armários para guardar os utensílios (até mesmo um lugar para esconder o escorredor de louças, quando ele não estiver em uso) e aparelhos como batedeiras e liquidificadores e cogite embutir os eletrodomésticos maiores como forno, geladeira, fogão e micro-ondas.
 
2. Uma coifa potente
Mesmo que o local tenha boa ventilação natural, invista em uma coifa com potência e tamanho suficiente para a metragem do seu espaço. Por exemplo, fogões de quatro bocas são atendidos por aparelhos com largura de 60 cm, enquanto os fogões e cooktops com até seis bocas costumam pedir coifas com 90 cm. Se no imóvel não tiver o duto de saída para o equipamento e o condomínio não permitir mudança na fachada, uma possibilidade é direcionar o tubo até um caixilho existente, como foi feito no apartamento do casal Oshry e Bruno. Mas antes de tomar uma decisão, fale com o síndico para verificar se existem regras preestabelecidas sobre a instalação e consulte um arquiteto ou engenheiro para a execução de qualquer adaptação ou reforma.
 
3. Decoração bem pensada
Ao quebrar a parede (atenção! Antes de sair quebrando, também consulte um engenheiro ou arquiteto para checar se é possível e segura a reforma) e integrar a cozinha, você vai precisar redecorar o espaço para que o visual seja harmonioso. Por exemplo, planeje piso e iluminação alinhados aos demais ambientes e aplique cores e revestimentos que “conversem” com o restante das áreas sociais. 
 
4. Lava-louças
Tenha uma lava-louças para que a bancada e a pia não fiquem abarrotadas de utensílios usados no preparo das refeições. Nos dias em que estiver recebendo visitas, à medida que for cozinhando e servindo, coloque os itens sujos dentro do aparelho, deixando as superfícies limpas e organizadas. A lavadora encheu? Organize os objetos que não couberam na primeira leva dentro da cuba, que deve ser daquelas mais fundas. 
 
Fontes: Débora Dalanezi, arquiteta do escritório Sesso & Dalanezi e Lilian Darakjian, arquiteta do escritório Arquitetário.