Casa aberta à rua tem estrutura fluida, apesar da rigidez do concreto
O terreno com declive de nove metros associado à bela paisagem da mata de preservação permanente formavam o cenário encontrado pelos profissionais do escritório Apiacás Arquitetos ao visitarem o local onde seria construída a Casa Ithayê. Considerando todas as peculiaridades do lote com 536 m², os arquitetos optaram por uma construção escalonada, de modo a evitar a movimentação de terra, o que seria oneroso para o custo da obra.
O morador da Casa Ithayê, localizada em Santana do Parnaíba (SP), é um jovem admirador da boa arquitetura, dos espaços livres e da relação franca da morada com a rua. “Se por um lado o desnível constitui uma dificuldade, por outro propicia relações visuais muito interessantes”, afirma o arquiteto Anderson Freitas, um dos responsáveis pelo projeto.
Implantação em níveis
Assim, a implantação em meios níveis foi o partido adotado: “A casa é um percurso -- criamos espaços cobertos, vazios, fechados e entreabertos, acompanhando a lógica de uso”, esclarece Freitas. São dois pórticos paralelos de concreto e um volume perpendicular disposto no piso inferior, resultando numa volumetria bastante dinâmica, com dois pátios.
Junto ao pórtico frontal, acessado por uma rampa, estão o hall de entrada e a cozinha, além da garagem no nível inferior. O segundo pórtico abriga o estar e, meio nível abaixo, a sala de jantar, ligada à cozinha através de uma passarela metálica em forma de rampa-escada com fechamento em vidro. “Essa ligação permite utilizar o pátio como ‘comedor’, bastando colocar móveis adequados para isso e desfrutar de uma refeição ao ar livre”, ressalta o arquiteto.
Meio nível abaixo deste pátio, estão o deck com forno de pizza e churrasqueira e a piscina, possibilitando a agradável interligação entre os espaços de lazer. Descendo mais um pouco encontram-se posicionados o spa com espreguiçadeiras e a sauna, que se abrem para o jardim dos fundos com plantas tropicais.
Na perpendicular
O volume perpendicular corresponde à ala íntima, com quarto de hóspedes, escritório, saleta de TV e banheiro, além de dormitório de empregada e lavanderia. Na extremidade situa-se a suíte principal com balanço expressivo de cinco metros que foi aproveitado para a criação de um mirante sobre a laje, no prolongamento do estar.
O concreto armado fundido “in loco” é o material predominante tanto nas empenas cegas quanto na laje maciça das coberturas. Os acabamentos são simples, como cimento queimado nos pisos da área social e madeira cumaru na ala íntima. A mesma madeira pode ser vista nos diversos painéis compostos por ripas verticais instalados em parte dos ambientes, quebrando a rigidez e a brutalidade do concreto e criando uma estética harmônica e acolhedora.
Ficha técnica
Casa Itahyê, Santana do Parnaíba (SP)
Projeto de Apiacás Arquitetos
Detalhes do projeto- Área Construída 350 m²
- Início do Projeto 2011
- Conclusão da Obra 2012
- Projeto Apiacás Arquitetos: Anderson Fabiano Freitas e Juliana Antunes (autores)
- Equipe Acácia Furuya, Pedro Barros e Cristina de Brito (coautores)
- Colaboradores Cibele Mion, Francisco Veloso, Otávio Filho, Pedro Paredes e Yuri Faustinoni
- Projeto de Arquitetura Anderson Fabiano Freitas e Juliana Antunes
- Projeto de Decoração Apiacás Arquitetos
- Projeto de Paisagismo Apiacás Arquitetos
- Projeto de Fundação Gepro Engenharia
- Projeto Estrutural - Concreto Gepro Engenharia
- Construção Apiacás Arquitetos
- Gerenciamento da Obra Apiacás Arquitetos
- Projeto de Instalações Elétricas Wilson Moura
- Projeto Luminotécnico Reka Iluminação