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Casa no interior de SP une modernidade do concreto e jardim 'zen' de areia

Do UOL, em São Paulo

28/05/2015 07h02

Uma fazenda em Marília, no interior de São Paulo, teve parte de sua área loteada por um investidor holandês. Ele planejava a construção de condomínio com cinco casas com orçamento restrito e preço acessível, cujo diferencial tinha de ser a arquitetura. Para desenvolver as unidades foram convidados cinco escritórios de arquitetura, entre eles o Drucker Arquitetos Associados, que ficou responsável pelo desenho da casa Madrid.  

“O conceito básico era desenvolver moradias com recursos tecnológicos que viabilizassem a sustentabilidade ambiental”, conta a arquiteta Monica Drucker. “Os cinco protótipos de casas compactas deveriam trazer a racionalização de custos e uma proposta minimalista, prevendo a ampliação futura para mais um dormitório e a preservação de 40% da área verde dos terrenos, com área total de 348 m².”

Na Madrid, a sala é o elemento que articula e interliga as áreas externas e internas e reforça a premissa de compacidade. Para dar vazão total à ventilação natural, a partir da ocupação total da largura do terreno, foram mantidos abertos grandes vãos, sendo os maiores no living.

Com portas de correr do chão ao teto em caixilharia padrão de alumínio, as aberturas oferecem acesso à rua e ao jardim. Neste ponto, o minimalismo das linhas se expressa na grande viga que contorna a casa, isolada e visível ao redor do pátio. No paisagismo, ares nipônicos (a região, especialmente Bastos, concentra uma grande colônia japonesa) com direito ao jardim zen (de areia).

'In loco'

A escolha dos materiais levou em conta a possibilidade local do fornecimento, pois nada deveria vir de outras cidades. Com isso, a fachada frontal foi desenvolvida de forma minimalista: o projeto apostou no concreto armado aparente, simples, elegante e ainda pouco explorado em várias regiões do interior do país.

Junto à porta de correr, os destaques da fachada são uma grande porta de madeira, de um lado, e a parede de concreto perfurada, do outro. Os orifícios realizados durante a concretagem, com tubos de PVC, servem como pequenas janelas e garantem mais luz para a cozinha. Para vedá-los de forma não-permanente aros de alumínio com vidros basculantes foram desenvolvidos e instalados. “Foi um jeito de dar privacidade à cozinha, sem usar grandes janelas e sem tirar do ambiente a ventilação natural necessária”, justifica Drucker. 

Casa monica drucker em marília - Divulgação - Divulgação
As janelas com 25 cm de diâmetro foram moldadas em concreto perfurado por tubo de PVC, durante a obra. A caixilharia ganhou aro de alumínio e recebeu vidro basculante
Imagem: Divulgação

O melhor desempenho térmico do volume construído não foi só buscado no estudo de implantação da casa e disposição de suas aberturas. Um sistema de lajes nervuradas protendidas (armadas) “recheadas” por grossas placas de EPS (isopor) fazem a cobertura da casa térrea e evitam o superaquecimento dos interiores. Assim, o ar-condicionado pôde ser dispensado. A casa Madrid, de forma simples, proporciona conforto a seus moradores e ‘refresca’ a arquitetura interiorana.

Ficha técnica

Casa Madrid, Marília (SP)

Projeto de Drucker Arquitetos Associados

Detalhes do projeto
  • Área do Terreno 348 m²
  • Área Construída 137 m²
  • Início do Projeto 2011
  • Conclusão da Obra 2013
  • Projeto Drucker Arquitetos Associados
  • Equipe Drucker Arquitetos Associados
  • Projeto de Arquitetura Monica Drucker
  • Projeto de Decoração Drucker Arquitetos Associados
  • Construção LEI