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Com estrutura leve de madeira e fechamento de vidro, casa integra-se à vista da Mantiqueira

16/10/2011 10h00Atualizada em 22/04/2015 19h05

Conhecidos por seus projetos simples e racionais, construídos com estruturas leves que resultam em ambientes integrados internamente e permeáveis ao exterior graças a amplos panos de vidro, os irmãos Lua e Pedro Nitsche tiveram, desta vez, a oportunidade de aplicar essas diretrizes em um cenário exuberante. Com um terreno de 24.000 m² na Serra da Mantiqueira à disposição, os arquitetos puderam se concentrar em criar uma interação constante entre a casa e o "mar de montanhas" da Mantiqueira.

Assim, os pontos mais críticos do projeto foram a definição da implantação da casa no lote, assim como a disposição de suas aberturas -fachadas de vidro e varandas que atuam como mirantes.

Construída com estrutura de vigas de cumaru com fechamento de vidro, a casa acomoda-se delicadamente na borda de uma das colinas do terreno. Apenas a plataforma de concreto, elevada do solo e que define o piso da construção, foi executada in loco.

Com fachada retilínea e envidraçada, o corpo principal da construção é comprido e estreito. Nele foram instaladas as quatro suítes, cozinha, sala de estar e varanda, todos abertos para o vale.

  • Arte UOL

    Conforme mostra a planta, o bloco de serviços, que contém também uma suíte de hóspedes, foi colocado junto ao corpo principal da casa perpendiculamente, na altura dos quartos. Entre esse pavilhão, a casa e o bloc de lazer (na extremidade esquerda da figura) forma-se um pátio

Ligados transversalmente a esse corpo principal, o bloco de serviços e o da sauna, definidos como anexos, viram-se para a parte plana do terreno, conformando um pátio aconchegante e protetor a céu aberto, e se beneficiando de outras paisagens. "É como se a casa possuísse dois espaços distintos definidos pela borda da colina", explicam.

Baixo impacto

A analise cuidadosa do clima e dos acessos levou a uma construção leve, pré-fabricada, com a menor interferência possível no terreno; o sistema pré-fabricado também evita o desperdício de material, de tempo, e de mão de obra.

A boa implantação aproveita as características climáticas naturais da região, que apresenta temperatura média de 16o C. A própria geometria da casa está associada à orientação solar, o que permite entrada de luz e calor durante o inverno, e proteção durante o verão.

"Implantamos o volume retilíneo no sentido leste-oeste, assim a fachada principal orienta-se para norte, recebendo insolação durante o inverno", explicam Lua e Pedro Nitsche. As áreas de lazer da sauna e deck voltam-se para o oeste, aproveitado, dessa forma, o pôr-do-sol.

Elevar a casa foi a solução encontrada para preservar as características naturais do terreno, eliminando uma possível terraplanagem (cortes e aterros) e  mantendo o solo permeável às águas da chuva. A solução deixou anda vão para área técnica de manutenção das instalações hidráulicas e elétricas.

A residência também conta com placas solares para aquecimento da água foi prevista no projeto, de modo a não utilizar recursos não renováveis como combustível, propiciando conforto para os moradores.

Ao fim, o projeto resultou em um refúgio singelo em meio à Mantiqueira, mas com muito conforto, e na medida certa para a diversão de toda a família e os amigos. (Silvana Maria Rosso, em colaboração para UOL)

Ficha técnica

Casa nas Montanhas, São Francisco Xavier, SP

Projeto de Nitsche Arquitetos Associados

Detalhes do projeto
  • Área do Terreno 24.000 m²
  • Área Construída 392 m²
  • Início do Projeto dezembro de 2008
  • Conclusão da Obra junho de 2010
  • Projeto Lua Nitsche e Pedro Nitsche
  • Equipe João Nitsche, Tiago Kuniyoshi, Rafael Baravelli, Natassia Caldas
  • Colaboradores Hélio Olga (estrutura de madeira) e FH Engenharia (estrutura de concreto)
  • Projeto de Fundação Flávio Helena Junior
  • Construção Ita construtora (Viviane de C. Graciano e Dorcides da Silva)
  • Projeto de Instalações Elétricas Ramoska e Castellani