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Com luz natural, casa de montanha tem área social integrada ao verde

Do UOL, em São Paulo

19/04/2013 07h08Atualizada em 21/04/2015 18h25

Apesar de estar num lote de quase três mil m², a casa de montanha localizada no bairro Rio da Cidade, na cidade de Petrópolis (RJ), teve o projeto definido por sua área “edificandi”, no topo do terreno, em forma triangular. A área construída com 704 m² está inserida neste triângulo, com exceção do deck, que foi projetado como construção permeável.

De acordo com a arquiteta responsável pelo projeto, Flávia Quintanilha, do Escritório Architectare, a casa foi planejada para receber a família dos moradores - um casal - nos fins de semana. “A ideia é que a família pudesse ficar socialmente integrada, mesmo que cada um estivesse entretido com uma atividade diferente”, explica.

A fachada, voltada para a rua, representa a integração do projeto arquitetônico com o terreno. Do nível do solo, estão as paredes de textura orgânica, formadas por pedras recolhidas na região. Sobre elas, os painéis móveis de brises de alumínio com pintura de acabamento madeira.

Diferente deste revestimento que garante a privacidade dos proprietários, Quintanilha optou por uma fachada de vidro para a área voltada ao terreno particular, no fundo da casa.  Por se tratar de um local de baixas temperaturas, o acabamento em vidraças favorece para a incidência direta do sol nos ambientes internos, o que os mantêm aquecidos na parte da noite. Além da passagem do calor, os vidros garantem a entrada necessária de claridade durante o dia.

“Preferimos usar ao máximo a iluminação natural”, explica a arquiteta. “Só se acende a luz, quando escurece. Para que isso fosse possível, foram utilizados grandes painéis de vidro que transformam todos os ambientes em varandas, quando estão abertos, e uma grande claraboia no hall da escada”, diz.

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  • Nelson Kon / Divulgação

Para o projeto de iluminação noturna, a empresa Rio Branco e Faccini Arquitetura de Iluminação utilizou a própria arquitetura da imóvel para refletir a luz projetada, valorizando os planos e as texturas da casa.

Para uma ventilação adequada, todos os cômodos possuem grandes painéis que se abrem, garantindo a circulação de ar. O pé direito alto também contribui para melhor climatização dos espaços.

Cercada pelo verde

No total, a casa possui quatro quartos e sete banheiros. O primeiro pavimento foi projetado para garantir total integração entre os espaços e diferentes usos da residência. Para isso, por exemplo, as portas da sala se abrem totalmente, transformando-a em varanda.

A churrasqueira foi planejada para ficar conectada com a área social e ter acesso à entrada de serviço e à cozinha. Em momentos festivos, dependendo do clima e da quantidade de convidados, as refeições podem ser servidas na mesa de jantar interna ou na área gourmet do terraço. O deck funciona como uma extensão do espaço interno, anulando as barreiras entre a piscina e a churrasqueira.

Os cuidados na decoração foram tomados para que os ambientes ficassem neutros e discretos, a fim de valorizar os detalhes da arquitetura. O mobiliário conta com algumas peças desenhadas por arquitetos e outras adquiridas nas lojas Hetty Goldberg, Velha Bahia e Francinno Giardini. O quadro da sala de estar é do artista plástico Marcelo Solá e o quadro da sala de jantar é da série “Cidades Invisíveis”, da artista plástica Rosana Ricalde.

Como a planta do segundo pavimento é, basicamente, uma cruz, cada quarto tem uma vista diferente da natureza ao redor. “É uma releitura da casa na montanha. Apesar de contemporânea, a casa é aconchegante e acolhedora. Promove a integração entre as pessoas, permitindo que o calor humano seja o condutor da vida dentro dela”, diz Quintanilha.

O escritório fica no mezanino, de onde se vê todos os outros ambientes da casa. No cômodo, a estante funciona como um muxarabiê da fachada para a rua. Dali é possível ver o lado de fora da residência sem ser visto.

Nos quartos, no mezanino e na sala, o teto acompanha a altura do telhado, que varia conforme a localização do espaço em relação à cumeeira. Nos ambientes que ficam embaixo da laje do segundo pavimento, o pé direito tem pouco mais de dois metros e meio.

Ficha técnica

Casa de Montanha, Petrópolis (RJ)

Projeto de Flávia Quintanilha

Detalhes do projeto
  • Área do Terreno 2.790 m²
  • Área Construída 704 m²
  • Início do Projeto 2009
  • Conclusão da Obra 2010
  • Projeto Flávia Quintanilha e Rodrigo Fernandes
  • Equipe Flávia Quintanilha, Rodrigo Fernandes e Pedro Quintanilha
  • Projeto de Arquitetura Escritório Architectare
  • Construção K2 Engenharia
  • Projeto de Instalações Elétricas K2 Engenharia
  • Projeto Luminotécnico RBF Arquitetura de Iluminação