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Cores sóbrias e estrutura aparente conferem um despojado requinte a apartamento de 52 m²

30/04/2011 10h00Atualizada em 22/04/2015 19h47

Nada excede nem falta neste apartamento de 53 m² localizado no bairro do Sumaré, em São Paulo. O projeto de reforma assinado pelo decorador Marcel Steiner procurou dotar os espaços do máximo conforto com poucos elementos. Com mestrado em História da Arquitetura pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) e admirador dos grandes mestres como Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha, o profissional confirma a influência da escola paulista em seu trabalho. A escola paulista é um movimento arquitetônico que integra a produção moderna brasileira; foi iniciado por arquitetos paulistas que enfatizavam a estrutura das obras, a qualidade técnica e o uso do concreto armado.

Coerente com seus princípios, a primeira providência do decorador foi demolir paredes e integrar ambientes. Os elementos estruturais -vigas e pilares- foram deixados aparentes e sem acabamento, um modo de ressaltar sua presença. Junto às paredes e tetos pintados de branco, esses elementos compõem um layout interessante, de requintada simplicidade e, acima de tudo, prático. De fato, esse era o desejo do proprietário, um jovem advogado solteiro: um apartamento funcional, de fácil manutenção e limpeza.

Assim, a remoção das paredes que delimitavam os dois dormitórios da planta original resultou na criação de uma única suíte bastante confortável, além de um espaço para closet e home office. Nesse ambiente, o uso das cortinas faz toda a diferença, já que elas, na versão de veludo marrom, são responsáveis pelo fechamento do armário e, em gaze de linho, substituem a parede de ligação com o living. O efeito final foi um cenário dramático reforçado pela iluminação indireta.

Sem excessos

"A ambientação não pode ser fria, mas há que se tomar muito cuidado com o excesso de ornamentação", afirma Marcel Steiner.

  • Arte UOL

    Na reforma, as paredes que compartimentavam os ambientes foram derrubadas para promover
    a integração da cozinha ao estar. O home office está separado apenas por uma cortina

Com a mobília limitada ao necessário, o living apresenta uma atmosfera suave e agradável. O sofá roxo contrasta com o branco da cortina sem forro que separa o estar do terraço e da mesinha Saarinen; no mais, apenas uma bancada para DVDs, CDs e outros objetos, e uma estante aramada.

As paredes que antes dividiam cozinha e living também foram removidas, permitindo a interligação de todos os espaços da casa. Aproveitando o pilar de concreto, Marcel instalou ali a mesa de jantar, contígua à cozinha. Lavabo e área de serviço receberam tratamento idêntico, ou seja, foram separados apenas por uma cortina.

Apesar da área reduzida, a sensação visual é de que o apartamento foi ampliado a partir das soluções adotadas pelo decorador, que também fez questão de pintar as paredes de branco e de não usar rebaixo de gesso no forro. "Eu sou contra rebaixar o forro, pois isso diminui o pé-direito do apartamento", diz Steiner. A funcionalidade aparece no piso que recebeu revestimento com placas cimentícias, o que facilita o dia a dia do proprietário. (Ledy Valporto Leal, colaboração para o UOL)

Ficha técnica

Apartamento Bruxelas, São Paulo

Projeto de Marcel Steiner

Detalhes do projeto
  • Área Construída 53 m²
  • Início do Projeto maio/2010
  • Conclusão da Obra dezembro/2010
  • Projeto Marcel Steiner
  • Colaboradores Wanessa Simoe
  • Projeto de Paisagismo Marcel Steiner
  • Construção Marcel Steiner
  • Projeto Luminotécnico Marcel Steiner