Reforma derrubou paredes e deu cor ao apê com 98 m² construído nos anos 50

O Apartamento FT fica em um edifício construído na década de 50 e o desafio do escritório Pascali Semerdjian Arquitetos foi renová-lo totalmente, para que a jovem moradora pudesse viver e trabalhar ali. Para isso, o primeiro passo foi reestruturar a planta: antes, o apê com 98 m² tinha dois dormitórios, um corredor que fazia a comunicação entre a sala de estar e a área íntima, além de uma ampla área de serviços.

A mudança visou o aumento do convívio social e, dessa forma, o corredor foi demolido; a área de serviços, reduzida e seu excedente transformado em um novo lavabo; e os dormitórios se fundiram em um só. As salas de estar com TV e jantar agora partilham o espaço com o escritório e a cozinha passou a se comunicar com o living, através de um balcão passa-pratos.

Quanto aos acabamentos, os projetistas decidiram que os elementos estruturais originais de concreto eram singulares e mereciam destaque: “São vigas e pilares largos, não muito comuns, que tratamos de raspar e deixar aparentes, inclusive no quarto e no banheiro”, conta o arquiteto Domingos Pascali.

Reparos

Onde o concreto estava deteriorado e as armações metálicas expostas e enferrujadas foram feitos restauros, criando uma nova capa de concreto, lixada e mantida crua, sem silicones ou vernizes. Os vãos antigos das janelas, estreitos e compridos, tiveram as esquadrias substituídas por novas. “A reforma trocou todos os revestimentos do apartamento”, afirma Domingos e, por isso, nem os pisos foram poupados. A nova madeira sucupira reveste o chão e os móveis planejados têm estrutura mista, parte em chapas metálicas de aço-cabono, muito delgadas, parte em madeira. Na sala integrada, um armário embute os equipamentos de ar-condicionado, o que reduz o barulho e deixa o “layout” dos interiores leve.

Por fim, a arquitetura aproveitou a serralheria para desenvolver calhas metálicas que contornam as paredes da área social, junto ao forro, e abrigam a iluminação. “Em todo o apartamento, optamos em não usar luz direta”, explica o arquiteto.