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Estilistas de noivas revelam os vestidos que usaram no dia do próprio casamento

Cecília Leite

Do UOL, em São Paulo

20/09/2012 07h20Atualizada em 26/09/2012 16h37

Conhecidas por criar peças elaboradas e realizar o sonho de outras mulheres, muitas estilistas de vestidos para noivas também já tiveram o seu “grande dia”. E está enganado quem pensa que, por elas já serem do ramo, foi mais fácil. Quando chegou a vez do próprio casamento delas, o nervosismo, natural de toda noiva, atacou-as da mesma maneira. A pedido do UOL Casamento, as designers Lourdinha Noyama, Carla Gaspar, Fafi Vasconcellos, Cecília Echenique e Solaine Piccoli revelaram seus próprios vestidos. Abaixo, conheça a curiosa história de cada uma:

Solaine Piccoli
Ser responsável pelo próprio vestido causou muita indecisão para Solaine. "Eu tinha um modelo em mente. Era um vestido lilás como o da Julieta [personagem de ‘Romeu e Julieta’], em um filme que vi. Porém, eu fiz e não gostei do visual final, pois a cor não ficou adequada. Acabei fazendo outro modelo, que também não gostei. Por último, duas semanas antes de subir ao altar, cheguei ao modelo que realmente amei."

A peça escolhida por Solaine foi confeccionada em gazar de seda. A saia e as mangas foram plissadas e a cintura bem marcada. Para não fugir totalmente da inspiração do modelo que tinha vontade de usar, ela aplicou flores de seda em tons lilás e roxo pelo vestido. "Na época, foi fácil, porque eu tinha mais tempo para me dedicar e criar", lembra. O casamento foi realizado em 1974.

Lourdinha Noyama
Quando se casou em 1966, em Pernambuco, Lourdinha Noyama escolheu não participar da confecção do seu vestido de noiva, um modelo em cetim de seda pura com renda chantilly. "Me contaram que fazer o próprio vestido de noiva dava azar e eu acreditei", diz. "Em uma semana, escolhi o modelo, comprei o tecido e pedi para a minha vizinha fazer", lembra.

Hoje, a estilista confessa que gostaria de ter participado mais do processo de criação da própria peça. "Dei bobeira, não acredito mais nessas besteiras. Agora que estou perto de completar 50 anos de casada, eu penso em dar uma festa com direito a vestido de noiva novo com a minha assinatura por completo", diz. 

Fafi Vasconcellos
Desde o início, a estilista Fafi Vasconcellos sabia o que desejava. "Queria um vestido que o foco fosse a modelagem, com um laço, e não queria tomara que caia, renda, bordados nem cauda. No lugar do véu longo, optei por um voilette. Fiz um modelo clean, elegante e sofisticado, sem excessos. Mas foi necessário desenhar bastante até chegar ao modelo perfeito."


Depois de assinar o próprio vestido, para o casamento em 2009, Fafi começou a fazer sucesso no mercado de moda noiva. "Eu cheguei a visitar algumas lojas especializadas, mas não me identifiquei com nada, então resolvi colocar a mão na massa e criar o meu próprio vestido", conta. Depois do casório, ela começou a receber pedidos de amigas (e de amigas das amigas) e, aos poucos, acabou dedicando seu trabalho exclusivamente às noivas.

Para Fafi existe um lado bom e um não tão bom assim em assinar o próprio modelo. "Foi uma delícia criar meu próprio vestido. Dá muito orgulho ao lembrar que eu e minha equipe confeccionamos a peça do dia mais incrível da minha vida, mas não teve surpresa nem expectativa em cada prova, não teve o momento de imaginar e sonhar como estava o vestido, porque ele foi feito no meu ateliê e acabei vendo ele todos os dias", conta.

Carla Gaspar
A história de Carla Gaspar é bem diferente. A profissão atrapalhou a produção do vestido de seu próprio casamento, realizado em 2007. "Eu tinha um contrato de exclusividade que não me permitia assinar nada fora da coleção da empresa em que eu trabalhava. Então, não pude fazer o meu vestido. Escolhi comprar um modelo assinado pela estilista Vera Wang e resolvi tentar deixá-lo com a minha cara", diz.

Para isso, Carla investiu em acessórios: usou uma faixa de flores na cintura e uma mantilha portuguesa bordada com minipérolas. O resultado foi um visual bem clássico. "Preferi exatamente assim, porque todos esperavam que fosse um vestido muito diferente. Era um tomara que caia todo de tule com rendas aplicadas na barra e uma cauda linda que, durante a festa, eu suspendi e ficou com um efeito drapeado maravilhoso." 

Carla ainda defende a noiva que está pensando em investir em uma peça assinada por um estilista. "O profissionalismo e eficiência do serviço são determinantes para a tranquilidade da noiva durante o processo de confecção do vestido", garante. É por isso que hoje ela procura deixar suas clientes tão tranquilas e seguras quanto ficou na época em que precisou apostar em um modelo Vera Wang. "Sei que isso faz totalmente a diferença."

Cecília Echenique
Na hora do casamento, também pode acontecer de a estilista sentir uma pressão maior dos convidados. Alguns acabam lançando olhares mais atentos para os vestidos. Para Cecília Echenique, que subiu ao altar em 2011, quem é profissional pode ficar mais inseguro e encontrar defeitos no resultado final.

"Quando você é estilista, passa a ser uma pessoa muito exigente com caimento e modelagem. Quando vejo um vestido colocado na minha cliente, percebo, na hora, onde precisa de ajuste. No caso do meu vestido, vejo alguns defeitos nas fotos que ninguém viu em mim. Eu não consegui perceber eles em mim na hora. Ainda bem que as fotos ficaram lindas", conta.