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Padronizar os vestidos das madrinhas também vira moda entre brasileiras

A advogada Carla escolheu o cor-de-rosa para vestir todas as suas madrinhas - Arquivo Pessoal
A advogada Carla escolheu o cor-de-rosa para vestir todas as suas madrinhas Imagem: Arquivo Pessoal

Marina Oliveira e Thaís Macena

Do UOL, em São Paulo

29/01/2015 07h00

Foi na Roma Antiga que a tradição dos padrinhos de casamento começou. Na época, testemunhas eram chamadas para acompanhar os noivos no enlace, a fim de protegê-los de maus espíritos. Para que a missão fosse bem-sucedida, vestiam-se como os anfitriões: assim, os espíritos não saberiam identificar quem eram os noivos e, portanto, não poderiam fazer mal a eles. Séculos depois a crença persistia e, quando a rainha Vitória da Inglaterra casou-se de vestido branco, em 1840 (dando início a essa tradição), todas que a acompanhavam usaram o mesmo tom.

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O rito é apontado como inspiração para os casamentos norte-americanos, em que as “bridesmaids” --como são chamadas as melhores amigas da noiva, que abrem o caminho para ela até o altar --usam vestidos parecidos e, às vezes, até iguais. No Brasil, a tradição é diferente: as noivas preferem que suas madrinhas vistam cores e modelos diferentes de vestido.

Esse costume, porém, vem se alterando pouco a pouco. A advogada Carla Solayne, que se casou em 2013, resolveu padronizar os vestidos de suas madrinhas após ver fotos de celebrações de outros países na internet. “Eu decidi que queria as madrinhas de vestido rosa, em tonalidades bem próximas, segurando pequenos buquês brancos”, explica. Dessa maneira, elas complementavam o traje da noiva, que vestia branco e segurava um buquê cor-de-rosa. “O meu objetivo era que eu me destacasse nas fotos e que elas também se diferenciassem do restante dos convidados, já que cumprem um papel especial”, conta.

A jornalista Gisele Manjurma Schmidt Soares, que se casou em 2014, cresceu assistindo aos casamentos dos filmes norte-americanos. Mas foi o grande número de madrinhas escolhidas para acompanhar a cerimônia dela do altar o fator decisivo para que optasse pela padronização dos vestidos. “Como eram 22 delas, a chance de usarem cores repetidas era grande. Por isso, preferimos escolher uma cor só. E eu optei pelo rosa”, conta.

$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2015/madrinhas-casamento-paola-de-oliveira---personagem-materia-de-casamento-1422374123773.vm') Já a escrevente Paola Oliveira Faria, casada desde 2013, preferiu o azul-marinho para as suas madrinhas, que não só usaram a mesma cor, como vestiram um modelo igual de vestido. “Eu pesquisei alguns modelos e pedi que as minhas madrinhas também sugerissem vestidos. Então, fizemos uma votação e elegemos o que agradou a maioria”, explica.

De acordo com a assessora de eventos Larissa Garcia, o ideal é envolver as madrinhas na escolha do vestido, como fez Paola, sempre que possível. “Nesses casos de padronização de vestido, é importante a noiva frisar a vontade dela, mas também deixar as madrinhas livres para escolherem seus modelos de vestido. Assim, ela não estará impondo, apenas compartilhando sua vontade”, explica.

A assessora de eventos Roberta Dornelas defende que a noiva defina apenas a cor a ser usada no altar, deixando que as madrinhas escolham as nuances. “Como em nosso país a miscigenação de raças é grande, a noiva demonstra sensibilidade ao deixar que as madrinhas escolham o tom que fica melhor com a própria pele”, diz.

Comodidades para as amigas
Para a padronização dar certo e não criar mal-estar entre as madrinhas, é fundamental facilitar a vida das convidadas de honra. Carla, por exemplo, entregou uma amostra de tecido junto com o convite, com a cor escolhida para cada uma, com o intuito de tornar mais fácil a busca do traje.

$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2015/madrinhas-casamento-gisele-manjurma---personagem-materia-casamento-1422373870810.vm') Gisele foi além e comprou até o tecido para as madrinhas confeccionarem os trajes. “Eu montei um kit de padrinhos, que tinha o tecido para as mulheres e a gravata para os homens”, explica. “A única exigência de modelo que eu fiz foi a saia confeccionada em modelo evasê. O corpete, elas poderiam personalizar. Muitas colocaram rendas, laços e outros adereços no tecido”, conta.

Já Paola encontrou uma costureira que topou confeccionar todas as peças a um preço acessível. “Elas gostaram do valor e ficaram satisfeitas. Tanto que outras duas madrinhas minhas, que casaram depois, também optaram pela padronização e buscaram a mesma profissional”, conta.