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Casais dispensam alianças e utilizam anel de tucum, tatuagens e pedras

Ingrid e Mauro tatuaram o símbolo do infinito no dedo anelar esquerdo - Miranda Dellgado
Ingrid e Mauro tatuaram o símbolo do infinito no dedo anelar esquerdo Imagem: Miranda Dellgado

Marina Oliveira e Amanda Sandoval

Do UOL, em São Paulo

30/07/2015 07h00

Para os egípcios, que por volta de 2800 a.C. já usavam aliança, a tira circular, por não ter começo nem fim, simbolizava a eternidade da união. Dois mil anos depois, os gregos passaram a usar a aliança no dedo anelar da mão esquerda, por acreditarem que ali havia uma veia ligada ao coração.

Detalhe da tatuagem de Ingrid e Mauro - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Detalhe da tatuagem de Ingrid e Mauro para selar a união
Imagem: Arquivo pessoal
Quando os romanos e o Vaticano adotaram o costume, a tradição se espalhou e passou a ser seguida por muitos casais até hoje. Mas também há quem não enxergue a aliança como símbolo supremo de união.

É o caso da estudante Ingrid Silva Teixeira Pedro, 18, que preferiu tatuar o símbolo do infinito no dedo anelar esquerdo, ao casar-se com o técnico cinematográfico Mauro Pedro Junior, 23. “A finalidade é a mesma de uma aliança, com o benefício de que, por estar na pele, teremos a certeza de que ficará sempre conosco, até que a morte nos separe”, explica.

Tatuagens Nana - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Nana e Fabio já têm duas tatuagens juntos e planejam a terceira
Imagem: Arquivo Pessoal
A faturista Nana Purcci, 40, também optou por desenhar na pele um símbolo de sua união com o empresário Fabio Celso Ferraz, 39. São duas as tatuagens que eles têm em comum: um pacman gravado na panturrilha e uma peça de quebra-cabeças no pulso. “A próxima será um código de barras com os nossos nomes ou a data de nascimento”, diz Nana. “A aliança, para mim, é mais um acessório do que outra coisa. Já a tatuagem, marca”, afirma.

Outra motivação da faturista para escolher as tatuagens foi considerar-se desajeitada demais para carregar uma joia diariamente. Essa também foi uma das razões que levou a analista de relacionamento Zilda Batista Brito de Souza, 31, a escolher um anel de tucum, feito com a semente de uma palmeira amazônica, para selar a união com o contador Guilherme Nascimento de Jesus, 28.

Evangélica, ela também vê no anel uma maneira de representar sua fé e o compromisso em ajudar os mais pobres. “O pastor que realizou nossa cerimônia gostou tanto da escolha que conduziu o casamento falando sobre a importância dos símbolos. Além disso, passou a usar um anel igual ao nosso depois da cerimônia”, explica Zilda.

Para a psicóloga Graziela Baron Vani, coautora do livro “Amor, Ciúme e Infidelidade” (Editora Letras do Brasil), não importa o objeto que o casal escolha para simbolizar a união, basta que ele tenha significado para ambos. “Qualquer que seja o símbolo, ele terá a função de remeter o cérebro do casal a boas lembranças. Aquele objeto faz um registro neural nas pessoas: elas olham e sentem emoções positivas”, declara.

A energia é que conta

Patrícia Soares - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Um amuleto de sol e lua substitui a aliança de Patrícia e Marcelo
Imagem: Arquivo Pessoal
A taróloga Patrícia Soares, 36, é adepta da filosofia de bruxaria natural. Ela acredita que os elementos provenientes da natureza, como pedras e ervas, quando bem utilizados, tornam a vida melhor.

Quando conheceu o marido, o vendedor Marcelo Soares, 47, apresentou a ele o seu modo de vida, que não só gostou, como sugeriu que se casassem em uma cerimônia de bruxaria. E assim foi feito. Atualmente, em vez da aliança tradicional, eles carregam dois símbolos da união: uma corda e um amuleto de sol e lua. “A corda é passada em volta do casal, ao fim da cerimônia. Depois, é feito um laço, que simboliza que as pessoas não estão amarradas, mas unidas por espontânea de vontade”, conta.

A estudante Vic Araújo, 21, acredita em objetos energizados. Por isso, ao se unir com o recrutador Nelson Saliés, 31, abriu mão da aliança e preferiu usar um colar com pingente do símbolo OM, acrescido de uma pedra. “A minha é a cianita azul, que absorve energias negativas. A dele, a âmbar, que oferece calma e tranquilidade para quem a carrega”, conta Vic. “O nosso colar é a nossa aliança, porque nos protege e nos lembra da nossa união”, diz.