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Ser amigo dos filhos pode ser um problema; veja opiniões e dicas para uma relação equilibrada

Pais podem ser amigos dos filhos, mas sem esquecer de que há uma hierarquia nessa relação - Thinkstock
Pais podem ser amigos dos filhos, mas sem esquecer de que há uma hierarquia nessa relação Imagem: Thinkstock

KATIA DEUTNER

Colaboração para o UOL

12/07/2011 07h00


Embora muitos não acreditem, ser amigo dos filhos não é a relação ideal. "Pai é genitor, benfeitor, protetor, gerador, a origem. Amigo é uma pessoa a quem somos ligados por identificação, afeição, ternura. Os filhos não querem um pai-amigo, porque amigos eles já têm. São aqueles confidentes para questões do dia a dia, com quem tramam suas paqueras, suas saídas, jogam conversa fora", explica a psicóloga Walnei Arenque.


Se pensarmos que para ser amigo deve existir uma intimidade, pais e filhos podem ter uma relação de amizade, sim. "Mas há papéis que precisam ser cumpridos por ambos, para que o processo de crescimento e desenvolvimento das crianças seja tranquilo e favorável a todos. Respeitar a hierarquia e dar limites são alguns deles", explica o pediatra Moisés Chencinski. "E quando uma das partes não segue estes passos, e a relação familiar não é suficientemente forte, a estrutura corre riscos de ruptura, trazendo problemas."

 

 

Seis dicas para uma relação equilibrada com os filhos

1. Não fale que é amigo do seu filho. “Pai é pai e tem de dizer isso ao filho. Senão, ele vai tratar o pai como trata os amigos”, afirma a psicóloga Walnei Arenque.
2. Não conte intimidades do casal. "Filhos não querem saber o que acontece na vida sexual dos pais. Aliás, eles acreditam que a mãe é assexuada", diz Walnei.
3. Não justifique os erros. "Os filhos erram e é aí que os pais entram para educar. Do contrário, eles aprendem que sempre haverá uma desculpa para tudo”, diz a psicóloga.
4. Liberdade demais é ruim. “Crianças e adolescentes não têm maturidade para saber o que é certo e errado”, afirma Walnei Arenque.
5. Imponha regras. "Amigo não obriga a fazer nada. E os pais devem dar limites. Esta é a sua função", diz Moisés. Estabeleça normas e horários para serem seguidos, como o das refeições ou de dormir.
6. Pais separados* devem entrar em acordo na educação dos filhos. "É prejudicial quando um se mostra mais bonzinho do que o outro, quebra limites ou enche de presentes para ser melhor aceito e visto como amigo. Sem limites, crianças e jovens terão sérias dificuldades em diferenciar o certo do errado ou entender noções de respeito", diz o pediatra.
* Saiba como conduzir uma separação sem desestabilizar emocionalmente os filhos