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Conheça os benefícios dos alimentos orgânicos para o bebê e aprenda receitas de comidinhas

Sopinha de legumes e frango com ingredientes orgânicos; veja essa e outras receitas no final desta página - Leandro Moraes/UOL
Sopinha de legumes e frango com ingredientes orgânicos; veja essa e outras receitas no final desta página Imagem: Leandro Moraes/UOL

Andrezza Alves

Do UOL, em São Paulo

08/03/2012 00h01

As mães já estão cansadas de saber que, até os seis meses, o bebê deve ser alimentado exclusivamente de leite materno. E que daí para frente começa o desafio de apresentar às crianças sucos e sopas aos poucos, até chegar à fase em que os pediatras dão sinal verde para os alimentos sólidos. Como a recomendação dos médicos é a de que a alimentação seja sempre a mais natural possível, muitas mães já estão abraçando as papinhas orgânicas, produzidas apenas com ingredientes cultivados sem agrotóxicos, aditivos químicos ou modificações genéticas. A diferença da qualidade é sempre sentida no bolso. De frutas a carnes, qualquer alimento orgânico é mais caro. Um frango congelado orgânico, por exemplo, pode chegar a R$ 20, enquanto o comum sai por metade do preço. No caso das papinhas prontas, a industrializada custa, em média, R$ 3,50, enquanto as orgânicas comercializadas saem por, no mínimo, R$ 5,50.

Quanto mais natural, melhor
"Até um ano de idade, [não é recomendável servir] nada que venha em caixinha, saquinho ou vidrinho", diz o pediatra e homeopata Yechiel Moises Chencinski. Ele ressalta a importância de evitar alimentos industrializados e oferecer apenas os naturais para a criança, de preferência orgânicos. "O alimento orgânico é cuidado de uma forma natural na hora que é plantado, colhido e armazenado", diz Chencinski. "Um ingrediente com agrotóxico e conservantes acaba sendo um risco para a criança, pois pode causar intoxicações alimentares e alergias". E ele afirma que a alergia alimentar pode se manifestar em quadros de rinite e bronquite, e não apenas em problemas intestinais.

  • Leandro Moraes/UOL

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O pediatra Francisco Lembo Neto, coordenador do núcleo de pediatria do Hospital Samaritano de São Paulo, também não recomenda os alimentos industrializados. "Eles podem trazer inúmeros perigos, mas os mais graves são os nutricionais, que causam obesidade e desnutrição", afirma Lembo Neto, que defende que a alergia não é o maior dos malefícios das comidas com conservantes. “Alergia a um aditivo é rara. As crianças têm mais problemas com medicamentos do que com conservantes de alimentos”. Para ele, os principais vilões dos industrializados são os agrotóxicos, além do excesso de açúcares e gorduras, que podem contribuir para doenças crônicas como obesidade, hipertensão, aumento de colesterol e triglicérides na vida adulta.

"O alimento orgânico tem mais vantagens nutricionais, pois tem mais minerais e vitaminas", afirma a nutricionista Mara Cristina Miranda, do Empório da Papinha. As produzidas pelo Empório passam por um processo de ultracongelamento sem conservantes e têm validade de até seis meses. "Para uma papinha industrializada durar dois anos, há adição de conservantes e perda de nutrientes", diz ela. Segundo o pediatra Chencinski, alimentos industrializados podem causar problemas de intestino preso nos bebês. “Quando você troca por orgânicos, a tendência é melhorar.”

Faça em casa
É consenso entre os especialistas que a melhor saída é sempre preparar a papinha do seu bebê em casa. Sempre que possível, com alimentos orgânicos –identificados com selo de certificação. Assim, você conhece os ingredientes que irá fornecer ao seu filho e fazer diversas combinações. “Os industrializados têm mais ou menos o mesmo sabor e acabam enjoando a criança”, afirma o pediatra Lembo Neto.Também é importante que a papinha seja preparada em quantidades pequenas para ser consumida no mesmo dia. A nutricionista Mara Cristina explica que o congelamento no freezer comum, por ser lento, pode fazer com que a estrutura do alimento seja perdida e que micro-organismos cresçam.

Outro problema é quando a mãe prepara uma panela enorme de papinha e a criança come por cinco dias a mesma composição. “Precisa haver variedade de sabor, de textura”, diz Mara Cristina. “As crianças não merecem comer a mesma coisa por dias. Nem nós comemos", diz a nutricionista. Ela explica que é importante incluir todos os grupos alimentares em um mesmo prato. "Verdura, legumes, carne e leguminosa devem estar em uma mesma sopinha, por exemplo, e é muito importante oferecer sempre uma fruta para as crianças."

Para te ajudar na alimentação do bebê, a nutricionista Mara Cristina Miranda ensina quatro receitas saborosas, nutritivas e orgânicas: