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Consultores dão dicas de como agir ao visitar um recém-nascido

Se não tiver muita intimidade com a mãe nem com a família, opte pela visita na maternidade - Thinkstock
Se não tiver muita intimidade com a mãe nem com a família, opte pela visita na maternidade Imagem: Thinkstock

Ivonete Lucirio

Do UOL, em São Paulo

31/03/2012 07h00

É fácil imaginar inúmeras situações em que se está propenso a cometer uma gafe terrível: na hora de conhecer a sogra, em casamentos, em velórios. Mas você pode fazer isso até nas situações aparentemente mais seguras. A maternidade e a casa de um recém-nascido são palcos para muitas delas.  A mais comum e inconveniente é achar que o ambiente é de festa –afinal, está todo mundo feliz– e comportar-se como quem chegou a um bufê infantil, falando alto, beijando todo mundo, sentando em qualquer lugar.

O primeiro cuidado é lembrar-se de que você chegou a um lugar onde há duas pessoas bastante frágeis: o bebê, que passou nove meses protegido dos arroubos de carinho e do entusiasmo desenfreado dos humanos; e a mãe que, no mínimo, está cansada. E mais: pode estar ainda com prisão de ventre, seios doloridos e outros desconfortos que não costumam ser revelados, mas existem.

Você tem duas opções para fazer a visita: na maternidade ou em casa. “É sempre melhor na maternidade. Lá, mãe e bebê estão sob os cuidados de médicos e podem contar com a ajuda da equipe de enfermagem", diz a pediatra Lilian Zaboto, da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Em casa, a mãe estará mais cansada e o bebê exige toda a atenção dos pais nos primeiros dias", diz ela. Tenha atenção a um detalhe: "A recepção não avisa os pais quando há uma visita chegando. Por isso, é sempre bom dar uma ligadinha da recepção e dizer que está subindo para não pegar ninguém de surpresa", diz Silvia Rossi, consultora de boas maneiras, de São Paulo.

Caso você tenha perdido o prazo e não alcance mais a mãe na maternidade –que geralmente fica dois dias, no caso do parto normal, e três dias no da cesárea– resta programar uma ida à casa da família. As visitas devem ser agendadas depois de um mês do nascimento do bebê, quando os pais já estão mais habituados com a nova rotina e a criança já tomou as primeiras vacinas.

"É bom evitar levar outras crianças à visita, principalmente, se elas estiverem doentes ou frequentarem alguma escolinha", diz Lilian. Nesses casos, há o risco de carregarem algum vírus para a mãe ou para o bebê. Se a visita for na maternidade, deve durar 20 minutos. Em casa pode se estender por 40 minutos. Não devem acontecer à noite, quando os pais tentam descansar e habituar o bebê ao ritmo de sono deles. E se você foi à maternidade, não precisa ir à casa também, a menos que seja muito íntimo da família.

A maioria das pessoas não resiste à tentação de pegar o recém-nascido. Até pode, se você perceber que os pais ficam à vontade com isso. É sempre bom pedir a autorização deles, mas nem pense em fazê-lo se o bebê estiver dormindo. “Antes do contato com o recém-nascido, é indispensável lavar muito bem as mãos com água e sabão. E, se tiver disponível, passar álcool em gel também”, orienta a enfermeira neonatal Talita Elci, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

Etiqueta social não significa regra fixa. Tudo vai depender  do grau de intimidade com a família e do quanto você se sente confortável com a situação. Como tudo na vida, vale o bom senso. Leve-o no bolso, cumpra seu papel, pegue a lembrancinha e saia com a sensação de missão cumprida. Antes, porém, leia algumas dicas do que fazer sempre e do que deve ser evitado:

O QUE NÃO
FAZER      

FAÇA
SEMPRE 

É SIMPÁTICO
FAZER

Não diga que o bebê está pouco ou muito agasalhado ou critique a mãe (que decidiu usar fralda de pano, por exemplo).                                                                                                                                                      

Nunca se convide para almoçar ou jantar na casa dos novos pais. A visita deve ser rápida (cerca de 40 minutos).

Não programe a visita se estiver resfriado, com conjuntivite ou qualquer doença contagiosa.

Não beije o bebê. Grande parte das doenças é transmitida pela saliva. Também não se sente na cama da mãe.

Evite ao máximo falar alto ou comportar-se como se estivesse em um evento social e desligue o celular dentro do quarto do bebê.

Não fotografe o bebê com flash. E, mesmo sem, peça autorização aos pais.                
Ligue antes para saber se o momento da visita é adequado.

Ofereça-se para sair do ambiente quando a mãe for amamentar, seja em casa ou na maternidade. Pode até ser que ela diga que não há problema, mas é bom deixá-la à vontade nesse momento.

Leve algum tipo de lembrancinha.

Converse sobre amenidades. Esse tipo de visita não é a ocasião para contar sobre seus problemas, lembrar da tia que morreu ou repassar a agenda de trabalho

Esteja disposto a ouvir cada detalhe do parto. Foi um momento importante para os pais e é natural que queiram compartilhar a história.

Lave suas mãos assim que chegar à maternidade ou na casa. Se possível, use álcool em gel para desinfetá-las.
Levar um presente para a mãe também, além de uma lembrancinhas para o bebê. Até o nascimento do bebê ela era foco de mimos e atenções. De repente, todo mundo só quer saber se ela tem leite. Um pouco de afago vai melhorar o ânimo materno.

Se o bebê tiver um irmãozinho, compre uma coisinha qualquer para ele. É difícil para o outro filho entender que só o recém-chegado merece atenção. E não deixe de dar atenção a ele também, claro.

Oferecer ajuda para os pais, colocando-se à disposição se eles precisarem de carona para algum lugar ou comprar alguma coisa no meio da noite, é muito simpático.

Pergunte aos pais se podem pegar o bebê antes de ir tirando a criança do berço.

Retire-se se chegarem outras visitas, para não tumultuar o ambiente.

 


O QUE LEVAR PARA A MÃE

O QUE NÃO LEVAR
PARA A MÃE

O QUE LEVAR PARA O BEBÊ

O QUE NÃO LEVAR
PARA O BEBÊ

Uma bela cesta de frutas.                                

Um porta-retratos.

Um livro sobre crianças.

Uma camisola com botões na frente para facilitar a amamentação.

Um roupão de banho ou um par de pantufas.

Uma bijuteria delicada.
Flores, pois podem disparar alergia.

Perfumes, pelo mesmo motivo das flores.

Chocolate, pois alguns médicos acreditam que algumas substâncias podem passar para o bebê por meio do leite e causar cólicas.

Livros com temáticas deprimentes, como os que falam sobre doenças graves ou problemas comuns que os pais têm com crianças.
Roupinhas de um tamanho um pouco maior, pois o enxoval já está feito.                               

Fraldas descartáveis (faça um embrulho bonito e ponha um sachê).

Brinquedos adequados para recém-nascidos.

Bodies e meias (que são úteis em qualquer estação).
Bichos de pelúcia, que podem provocar alergia.

Chupetas e mamadeiras. Os pais é que decidem se o bebê vai usar esse tipo de acessório.

Brinquedos barulhentos.

Peças de decoração, a menos que você saiba que os pais gostam muito de um objeto específico, pois o quarto já deve estar pronto nesse momento.