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"Semanada", cartão e ajuda da avó: pais contam como dão mesada aos filhos

Colaboração para o UOL

17/01/2016 08h05

Embora especialistas ofereçam mil dicas sobre qual é o momento e o valor correto para dar mesada aos filhos, cada família lida com o assunto de uma forma. Conheça a história de três mães que decidiram dar dinheiro para os filhos para que eles escolham, sozinhos, como gastá-lo.

  • Arquivo Pessoal

    R$ 5 por semana

    Em maio de 2015, a engenheira química Telma Medeiros, 42, decidiu dar mesada para o filho mais velho, Rodrigo, 6, quando percebeu que ele sempre comentava sobre as coleções que os amigos da escola faziam. "Como não compro presentes fora de datas importantes, passei a dar mesada para que ele pudesse escolher o que comprar", conta. Rodrigo recebe R$ 5 uma vez por semana, todo domingo. "Até pensei em dar o dinheiro uma vez por mês, mas, na idade dele, uma semana é muito tempo e acredito que ele fique menos ansioso", diz. De acordo com a mãe, todo o dinheiro da mesada é gasto com brinquedos. O primeiro deles foi um caminhão, de R$ 120. "O Rodrigo economizou R$ 30 de mesada e pegou mais um pouco do cofrinho que ele tem desde pequeno. Acabei emprestando mais um pouco, mas descontei no mês seguinte." A engenheira diz acreditar que, com a mesada, o filho passou a dar mais valor para os brinquedos e deixou de querer comprar qualquer coisa. "Também consigo trabalhar noções de matemática, já que estamos sempre fazendo contas de quanto ele tem, quanto vai gastar." Como Thelma tem uma filha mais nova, Juliana, 4, não achou justo um receber e o outro não. A menina recebe, toda semana, o mesmo valor que o irmão. "Li uma matéria dizendo que o ideal é R$ 1 por ano de idade da criança. Somei as idades dos dois, fiz uma média e cheguei ao valor de R$ 5 para cada um." Thelma fala que é mais fácil ensinar a noção de dinheiro para Rodrigo e que acaba controlando mais os gastos de Juliana. Diferentemente de algumas mães, ela não acha justo fazer o esquema de compensação para as crianças. "Arrumar o quarto, comer e estudar são obrigações e eles precisam entender que devem ser cumpridas de qualquer maneira e não mediante pagamento."

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    R$ 40 por mês no cartão pré-pago

    A engenheira civil Kelly Garavello, 41, começou a dar mesada para o filho, Breno, 10, quando ele tinha cinco anos. "Era um valor baixo, R$ 5 por semana, pagos toda sexta-feira. Antes, ele ganhava um brinquedo e logo perdia o interesse. Depois da mesada, parece que dá mais valor", conta. Há alguns meses, a mãe trocou a importância em dinheiro por uma espécie de cartão de débito pré-pago da turma da Mônica --lançado pela Maurício de Sousa Produções, em parceria com a Visa. Todo mês, ela coloca R$ 40 no cartão e acompanha os gastos do menino pelo celular. Com o cartão, existe um aplicativo que permite transferir dinheiro para a conta dos filhos e programar recargas. "O Breno sabe a senha do meu celular e sempre checa quanto ainda tem no cartão. Nessa fase, ele está muito ligado em jogos para o computador e economiza para comprá-los. Algumas vezes, emprestamos o dinheiro que falta e descontamos do mês seguinte." Kelly diz que o filho não é consumista e, por ganhar mesada nos últimos cinco anos, aprendeu a economizar. "Por enquanto, não conseguiu gastar o valor que está no cartão. Ele ainda tem dinheiro na carteira que economizou das mesadas anteriores e do presente de aniversário."

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    R$ 80 por mês

    A intenção de Camila Srougi, 30, ao dar R$ 10 por semana para o filho, Leonardo, 6, era boa, mas acabou causando um problema na família. "Queria que ele começasse a entender o valor do dinheiro e o quanto é difícil guardá-lo. Estávamos almoçando e contei para minha mãe que ele receberia R$ 10 por semana de mesada. Na mesma hora, ela disse que daria mais R$ 10. Resultado? Léo passou a ganhar R$ 80 por mês", conta. A jornalista ficou com vergonha de negar a oferta da mãe e acabou aceitando. "O problema é que R$ 80 para uma criança de seis anos é muito dinheiro. A ideia era ele aprender a lidar com dinheiro. De repente, vi que a minha iniciativa estava indo para o caminho inverso. Ele estava aprendendo que era fácil ganhá-lo." Após quatro meses, Camila reduziu a importância de R$ 80 para R$ 20. "O Léo ficou viciado em nos cobrar. Todo dia, dizia que estavámos devendo para ele. Chamei minha mãe e disse que cada uma passaria a dar apenas R$ 10 por mês." No começo, o garoto ficou bravo, mas depois entendeu. "Expliquei que R$ 80 era muita coisa, que tínhamos de trabalhar demais para conseguir a quantia. Segundo Camila, hoje, a mesada é voltada para comprar cards, doces e outras coisas pequenas. Para presentes maiores, ou Léo economiza a mesada ou participa dos desafios propostos pela mãe. "A cada dez alimentos diferentes que ele prova, ganha um brinquedo."