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Saiba o que é mito e verdade entre os palpites que toda grávida escuta

Entre os palpites recebidos, os pais devem filtrar o que vale ser seguido e o que é folclore - Getty Images
Entre os palpites recebidos, os pais devem filtrar o que vale ser seguido e o que é folclore Imagem: Getty Images

Marina Oliveira e Suzel Tunes

Do UOL, em São Paulo

21/08/2014 08h05

Ao nascer um bebê, é bastante comum que os pais, principalmente os de primeira viagem, sejam inundados de palpites relacionados aos cuidados com a criança. Há alguns que podem ser levados em conta. Outros, no entanto, devem ser ignorados completamente, sem peso na consciência.

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Distinguir os que fazem parte de um grupo ou de outro é a parte mais difícil dessa história. Para descomplicar, o UOL Gravidez e Filhos conversou com especialistas que ajudam a refletir e a chegar a uma conclusão objetiva sobre algumas questões comuns, que permeiam o dia a dia dos pais.

1. “É preciso colocar uma faixa sobre o umbigo do bebê para não saltar”

Mito: a prática, além de não diminuir o risco do desenvolvimento de hérnia umbilical (o popular umbigo saltado), ainda comprime o abdome do bebê, o que pode causar refluxo e aumentar a cólica. A faixa também pode impedir a higienização adequada dá área, o que eleva o risco de infecção.  “Até cair o umbigo, o único cuidado é limpar com água, sabonete e álcool 70º. Depois, só a água e o sabonete são suficientes para a assepsia local”, diz o pediatra Clóvis Francisco Constantino, diretor da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

2. “Chá ajuda a aliviar a cólica do bebê”

Mito: crianças que estão na fase de aleitamento exclusivo não precisam ingerir nada além do leite materno, nem água nem chá. Ao permitir que o bebê entre em contato com outros sabores e com o bico da mamadeira, as mães aumentam o risco de a criança abandonar o seio. “Os chás só são efetivos se estiverem adoçados, pois é o doce que ajuda o bebê a liberar endorfinas, acalmando-o. Só que o recém-nascido não deve consumir açúcar comum, porque não tem enzimas suficientes para digeri-lo”, afirma a médica Sandra Gianelo, especializada em pediatria e neonatologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e consultora internacional em lactação.

3. “Bebê que fica muito no colo está sendo mal acostumado”

Verdade: de acordo com o pediatra Clóvis Francisco Constantino, não se pode transformar o colo em berço. “É claro que o bebê, quando está com a mãe, sente-se mais confortável. Só que ele precisa se acostumar com a vida fora do útero. Por isso, a transição deve ser feita aos poucos”, diz o médico. Por outro lado, é bem verdade que o carinho da mãe é fundamental para criar vínculos e ajudar no desenvolvimento da criança. Por isso mesmo, durante a amamentação, em alguns momentos de cuidado e enquanto a criança está brincando e interagindo com os pais, o colo está liberado.

4. “Colocar um pedaço de lã vermelha na testa do bebê acaba com o soluço”

Mito: não há qualquer embasamento científico por trás desse costume. Os bebês soluçam com frequência porque, ao sugarem o seio, deglutem ar, o que acaba distendendo o abdome e estimulando o movimento do diafragma, provocando a reação que tanto incomoda os adultos. Mas o tempo de duração do soluço não costuma ultrapassar dez minutos, com ou sem lã. “Alguns bebês são mais gulosos, querem mamar com mais velocidade e, por isso, engolem mais ar e soluçam mais”, diz Constantino.

5. “Bebê precisa estar sempre agasalhado, mesmo em dias quentes”

Mito: assim como os adultos, os bebês devem estar vestidos confortavelmente. “É verdade que eles sentem um pouco mais de frio do que nós, então, precisam de mais agasalho. Mas é necessário usar o bom senso e evitar exageros”, diz a pediatra Sandra Gianelo. Para saber se a roupa que o bebê está vestindo é suficiente, a melhor estratégia é tocar as mãos e os pés da criança que, mesmo sem luva ou meia, precisam estar aquecidos.

6. “Amido de milho ajuda a tratar assaduras”

Verdade: o alimento realmente ajuda a absorver a umidade em contato com a pele, o que facilita o processo de cicatrização da assadura. “No entanto, o uso precisa ser associado à troca frequente de fraldas e à higiene cuidadosa do local, com água abundante”, diz a pediatra Filumena Gomes, ‎médica-assistente da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

7. “Quando o bebê não ganha peso, o leite tem de ser engrossado”

Mito: “Leite engrossado ou mingau só ajuda a engordar, mas o objetivo é adquirir saúde e não gordura”, declara a pediatra Sandra Gianelo, consultora internacional em lactação. Além disso, é preciso considerar que alguns bebês são saudáveis, mesmo ganhando um pouco menos de peso do que outros da mesma idade. E só um pediatra poderá avaliar qual é o caso do seu filho e dizer se é preciso mudar a fórmula do leite, o que não significa, necessariamente, engrossar o alimento.

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8. “Bebê que toma mamadeira à noite dorme mais”

Mito: o recém-nascido mama em intervalos de duas a três horas e é preciso respeitar esse tempo. “O uso de mamadeira à noite não mudará o perfil de sono do bebê. Só após os dois meses é que eles começam a dormir mais, e pode ocorrer o espaçamento natural das mamadas noturnas, mesmo sem a utilização das mamadeiras”, diz a pediatra Filumena Gomes.

9. “Bebê deve dormir de lado ou de bruços”

Mito: bebês que dormem de bruços nos primeiros seis meses de vida têm risco maior de sofrer da chamada síndrome da morte súbita, uma das principais causas de óbitos de crianças com até um ano. Segundo a SBP, deve-se colocar o bebê para dormir de barriga para cima. “Nessa posição, ele instintivamente vira a cabeça para o lado em caso de engasgo e consegue soltar o leite”, diz o pediatra Clóvis Francisco Constantino.

10. “Deixar o bebê tomar sol sem fralda é uma maneira de prevenir assaduras”

Verdade: o sol diminui a umidade da pele e ajuda na cicatrização da dermatite de fraldas. Mas deve-se ter cuidado com a exposição. “O tempo máximo é de 15 minutos, nos horários de sol mais ameno, antes das 10h e depois das 16h. Também é preciso proteger os olhos e a face do bebê do sol”, afirma a pediatra Filumena Gomes.