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Toxina botulínica é recurso de beleza proibido para grávidas e lactantes

Médicos não recomendam aplicação na gestação e no período de amamentação - Getty Images
Médicos não recomendam aplicação na gestação e no período de amamentação Imagem: Getty Images

Beatriz Vichessi

Colaboração para o UOL

24/09/2015 07h25

 

Famosa por tratar rugas de expressão principalmente do terço superior da face e ajudar no rejuvenescimento da região do pescoço, a toxina botulínica ou Botox --seu nome comercial-- é um recurso de beleza proibido para gestantes.

O ativo é classificado na categoria C pelo FDA (Food and Drug Administration, departamento de saúde dos Estados Unidos), ou seja, trata-se de uma substância que não tem estudos adequados em gestantes e, quando testada em animais, provocou danos aos fetos. Em pesquisas com coelhas grávidas, observou-se abortamento e más-formações nos animais.

“Pelo mesmo motivo, também não é recomendado fazer a aplicação quando a mulher está amamentando”, diz Aline Albuquerque Pinheiro (CRM 603875-RJ), dermatologista do Rio de Janeiro.

Conhecida por mostrar cada aspecto da sua vida pessoal em um reality show na TV, a socialite americana Kim Kardashian, grávida pela segunda vez, negou que tenha usado botox quando esperava a primeira filha --North West, 2-- e na gestação atual. E Kim faz bem em ser prudente.

Kim Kardashian grávida do segundo filho - Reuters - Reuters
Grávida, Kim Kardashian negou ter usado botox
Imagem: Reuters
Apesar de existirem relatos de mulheres que fizeram a aplicação sem saber que estavam esperando bebê e a criança nasceu bem, a dermatologista Daniela Pimentel (CRM 112165), de São Paulo, desaconselha a prática.

“Casos assim são poucos e não têm respaldo científico para provar que a aplicação da substância é segura”, afirma a especialista.

Além de agir sobre os efeitos do envelhecimento, a toxina botulínica também é utilizada para corrigir assimetrias faciais, tratar o chamado sorriso gengival --o aparecimento excessivo da gengiva superior quando a pessoa sorri--, elevar a ponta do nariz, melhorar o contorno facial e tratar a hiperidrose (suor excessivo), principalmente na região das axilas. Seja qual for a sua intenção, o indicado é esperar o fim da amamentação para usar o ativo.

Na dúvida sobre que substâncias são ou não perigosas para quem está grávida ou amamentando, é sempre prudente consultar o dermatologista. Ele saberá dizer se o ingrediente pode ser usado ou não.

O que pode e o que não pode

Quem tem acne pode continuar fazendo limpeza de pele e peeling de cristal. “Mas o uso de isotretinoína por via oral deve ser suspenso. Essa substância causa danos sérios de formação no feto”, diz a dermatologista Aline.

O uso de luz intensa pulsada, para tratar o fotoenvelhecimento da pele, deve ser repensado. Por conta da alta atividade hormonal da grávida, a pele fica bem mais propensa a desenvolver manchas ou a piorar o aspecto das já existentes. Caso a pele esteja manchada, o que está liberado é o uso de vitamina C na forma tópica (para aplicar).

Para proteger a pele do sol, está liberado uso de filtro solar físico, ou seja, com óxido de zinco ou dióxido de titânio.

Os peelings químicos também estão na lista de tratamentos não recomendados para gestantes e mulheres em fase de lactação.

“Principalmente os de ácido salicílico e retinoico”, fala Aline. Eles são usados para tratar acne e cicatrizes decorrentes, rugas, sardas, pigmentação irregular, pele áspera, cicatrizes e danos provocados pelo sol.