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Adolescente não querer prestar vestibular não é o fim do mundo; veja opções

Abrir mão do vestibular não significa deixar o filho adolescente ficar em casa à toa - Getty Images
Abrir mão do vestibular não significa deixar o filho adolescente ficar em casa à toa Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

18/10/2015 07h15

Há jovens que desde cedo demonstram aptidões claras para uma determinada profissão e, nesses casos, a escolha de qual faculdade cursar é natural e indolor. Porém, muitos chegam ao fim do último ano do ensino médio com dúvidas sobre qual será o próximo passo. Antes de comprar uma briga com o adolescente indeciso, os pais devem encarar a situação como uma oportunidade de amadurecimento para o filho.

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“Muitas vezes, o jovem identifica suas principais áreas de interesse, mas isso se desdobra em tantas opções de cursos que ele sente dificuldade de escolher”, declara a psicóloga Bárbara Olsen, mestranda em psicologia pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e ex-membro da Comissão de Psicologia Escolar do Conselho de Psicologia Paranaense.

Quando a indecisão é grande, adiar o projeto da faculdade não é tão ruim quanto pode parecer em um primeiro momento. “Entrar em um curso e abandonar no meio do caminho levará a uma perda de tempo bem maior”, afirma a psicopedagoga Ester Chapiro, diretora da Central de Professores, empresa de assessoria pedagógica do Rio de Janeiro.

Forçar a barra para o adolescente se decidir só vai piorar a situação. Ele pode escolher um curso de que não gosta só para acabar com a pressão familiar, o que aumentará a chance de se tornar um profissional e um adulto infeliz. “Ele também pode se desmotivar como aluno e não querer mais voltar a estudar”, diz Ester.

Para a diretora da Central de Professores, insinuar para o filho indeciso que siga a profissão do pai ou da mãe também não deve ser visto como solução.

Outras alternativas

Não prestar vestibular não significa que os pais devem permitir que o filho fique em casa à toa. É preciso traçar um plano de ação para ele. “A juventude é uma fase de produtividade. O adolescente não pode ficar ocioso”, declara a psicopedagoga Maria Luiza Werneck, membro do Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância do Rio de Janeiro.

Se bem aproveitado, o período pode ser de grandes descobertas e resultar em escolhas mais conscientes. Mas o projeto também dependerá das condições financeiras da família. Se houver a possibilidade de arcar com os custos, uma opção válida é investir em uma viagem de intercâmbio. “Ter de se virar sozinho, poder conhecer novos países, pessoas e estilos de vida amplia os horizontes e aumenta o autoconhecimento”, diz Bárbara.

Realizar cursos de curta duração em áreas de interesse também é uma alternativa, assim como tentar um estágio de observação para descobrir se a profissão que pensa em escolher é realmente o que o adolescente imagina.

“Uma ideia interessante é fazer cursinho preparatório para vestibular, com o objetivo de manter frescos os conteúdos cobrados nas provas”, afirma a psicóloga. Cursos técnicos profissionalizantes podem ser levados em conta na avaliação familiar, só é preciso buscar um que seja reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação).

Segundo as especialistas, o tempo concedido para o adolescente se decidir deve durar de seis meses a um ano. E, no período, o acompanhamento constante dos pais é essencial. Eles devem analisar se as experiências do jovem estão de fato ajudando-o a amadurecer e a se aproximar de seus objetivos. “Os pais precisam motivar os filhos e cobrar resultados quando necessário. O planejamento inicial pode ser ajustado, mas é importante trabalhar com a noção de início, meio e fim do processo”, diz Ester.