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Professor transexual cria primeira escola para alunos LGBT

Zsilavetz (à direita) quer que o espaço seja livre de assédio moral - Reprodução/Facebook
Zsilavetz (à direita) quer que o espaço seja livre de assédio moral Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

08/01/2016 11h46

 

Quase nove em cada dez estudantes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais) já sofreram bullying e se sentiram inseguros na escola, segundo o grupo de direitos gays Equality Georgia, dos Estados Unidos. Essa estatística fez com que Christian Zsilavetz, 45, professor e transexual, resolvesse criar a primeira escola privada LGBT em Atlanta, na Geórgia. As informações são da agência de notícias AP (Associated Press).

A School Pride Atlanta (escola do orgulho de Atlanta, em tradução livre do inglês) será uma instituição voltada para alunos LGBT que se sentem intimidados nos colégios públicos tradicionais. As aulas serão ministradas por professores bissexuais e transexuais. "As crianças terão total permissão para serem elas mesmas --bem como os educadores. Os alunos precisam de um lugar onde possam estar a salvo de assédio moral", afirmou Zsilavetz.

A instituição será inaugurada em setembro de 2016, e a taxa de matrícula é de US$ 13.000 (aproximadamente R$ 52.000), mas, segundo Zsilavetz, a escola terá assistência financeira para alunos necessitados.

O modelo da escola terá como base a Harvey Milk, instituição de Nova York, além de outros outros centros de ensino americanos projetados para a juventude LGBT. Na School Pride Atlanta, a ideia é que os interesses dos alunos conduzam o que ele irá aprender.

Zsilavetz, que ensina matemática e outras disciplinas desde 1992, afirma que nunca se sentiu verdadeiramente aberto ou apoiado pelos diretores enquanto ensinava em escolas públicas. Para o professor, criar um ambiente mais aberto e inclusivo contribuirá para que os jovens se sintam parte da sociedade e evitem pensamentos suicidas.

Quando Emma Graça, 16, ouviu de um amigo sobre a School Pride Atlanta, ela contatou Zsilavetz e compartilhou seu interesse em participar. Grace abandonou a escola e atualmente é educada em casa depois de sofrer bullying na escola pública. "Acho importante ter uma escola LGBT para oferecer um ambiente amigável a esses alunos."