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Desfiles góticos, peles, preto e tons vibrantes para os mais ousados marcam moda de Paris

Looks de Jean Paul Gaultier (na última foto, da esq. para a dir.) para o Inverno 2012 desfilados na Semana de Moda de Paris (3/3/2012) - Getty Images
Looks de Jean Paul Gaultier (na última foto, da esq. para a dir.) para o Inverno 2012 desfilados na Semana de Moda de Paris (3/3/2012) Imagem: Getty Images

04/03/2012 17h58

PARIS  - Elegância refinada e roupas punk e góticas: a Semana de Moda de Paris - que não acontece apenas nas passarelas, mas também em feiras e salões - mostra suas propostas para o outono/inverno 2012 em que se destacam o couro, as peles e as cores escuras (nas grifes mais clássicas) contrapostas aos tons vibrantes (nas mais ousadas), como fúcsia, laranja e vermelho.

Após o desfile de Jean Paul Gaultier, que exibiu na noite deste sábado (3) uma coleção urbana e punk, a marca suíça Akris, que comemora seu 90º aniversário, propôs neste domingo uma moda discreta e refinada para suas clientes, entre as quais se incluem a princesa Charlene, de Mônaco e as estrelas de Hollywood Angelina Jolie e Julia Roberts.


As peças elegantes criadas pelo diretor artístico da marca, Albert Kriemler, neto da fundadora da empresa, Alice Kriemler-Schoch, valorizam a mulher, ao contrário do que foi visto em outros desfiles, que exibiram silhuetas andróginas.

Como outros estilistas que desfilaram na última semana em Paris, Kriemler inspirou-se em um artista, Franz Kline. "Tentei refletir a estrutura dinâmica e os movimentos apaixonados e verticais" dos tecidos desse pintor expressionista, explicou, após o desfile.

O estilista combinou suas peças, de materiais nobres, com botas e sapatos altíssimos. A paleta de cores incluiu o laranja, verde-garrafa, marrom e violeta. A coleção emanava um ar de elegância atemporal.

O desfile de Andrew GN, que aconteceu hoje em um hotel de luxo parisiense, foi diferente. Sombrio, mas também luxuoso. "É uma coleção gótica, mas muito romântica", disse o estilista nos bastidores, enquanto as modelos tiravam vestidos de seda ou jérsei, com aplicações de plumas, couros e pedraria, e blusas brancas, bordadas com fitas de seda, acompanhadas de broches vitorianos.

O estilista explicou que se inspirou na época vitoriana e nas fotografias do escritor britânico Lewis Carroll, autor de "Alice no País das Maravilhas". "Como estilista, sempre fui obcecado por duas coisas: tornar a roupa o mais luxuosa e bonita possível, e encontrar uma ligação entre o passado e o futuro", assinalou. "Acredito que o atemporal é a verdadeira marca da beleza, a que permanecerá."

No desfile da marca de luxo Hermès, as peles ganharam destaque. Christophe Lemaire, que, em 2010, substituiu Jean Paul Gaultier como diretor artístico da marca, desenhou capas de lã e calças amplas ajustadas no tornozelo, em cores escuras. Mas também conjuntos de camurça ultrafina, em vermelho, verde e caramelo dourado, e abrigos sem manga, em peles suntuosas.

A silhueta da Hermès é discreta, elegante, com chapéus de gaúchos argentinos e gravatas. A Issey Miyake apresentou vestidos e túnicas, e a francesa Alexis Mabille apostou no vestido preto, peça-chave do guarda-roupa feminino.

Após seis dias de desfiles, começam a ser percebidas algumas tendências do outono/inverno: o preto estará bastante presente, mas as mais ousadas apostarão em cores vibrantes, como fúcsia, laranja e vermelho, vistas nos desfiles de Gaultier e Manish Arora.

Estarão nas ruas saias e calças de couro, e casacos de pele, folgados ou ajustados. As calças também serão justas ou largas, algumas com o comprimento abaixo do joelho. Os vestidos serão usados com saltos ou botas, ou com leggings, de couro ou em tons metálicos.