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Após 13 anos, Courrèges volta às passarelas de Paris com visual anos 60

A grife Courrège fez seu primeiro desfile depois de 13 anos afastada da Semana de Moda de Paris - AFP
A grife Courrège fez seu primeiro desfile depois de 13 anos afastada da Semana de Moda de Paris Imagem: AFP

01/10/2015 12h15

Minissaias, muito branco e vinil: o universo de Courrèges voltou às passarelas de Paris nesta quarta-feira (30) no esperado retorno da icônica marca dos rebeldes anos 60, reinterpretada por jovens criadores franceses.

Após 13 anos desde o último desfile da grife, os novos diretores artísticos Sébastien Meyer e Arnaud Vaillant apresentaram uma coleção declinada em 15 looks que incluíram bolsas, minissaia e calças disponíveis em 15 materiais diferentes, entre eles vinil, couro e camurça, em cores variadas.

O branco foi a tonalidade principal, a favorita da marca fundada em 1961 por André Courrèges, que hoje tem 92 anos.

Prateado espacial, amarelo, vermelho e azul completam a paleta de um armário cheio de juventude e otimismo que visivelmente seduz o público convidado para o desfile realizado na Ópera Bastille.

Enquanto as modelos perambulavam pela passarela, imagens projetadas sobre um telão mostravam outras variantes possíveis.

"Cada modelo está disponível em cada material e cor, com 225 possibilidades", explicou Sébastien Meyer em entrevista à AFP. "André Courrèges faz parte dos inventores do prêt-à-porter. Por essa razão tivemos que fazer algo fora do comum e tentamos propor um novo esquema", disse o estilista de 26 anos.

"Respeitar o código genético"
"As possibilidades respondem às necessidades e desejos das clientes", diz Arnaud Vaillant, de apenas 25 anos. "Se gosta da bolsa, vai gostar de ter em denim para o dia e em couro para a noite ou em malha para o fim de semana. É possível combinar em diferentes momentos".

O último desfile da marca foi em julho de 2002. A partir de 2011, ano em que André e sua esposa Coqueline Courrèges venderam a marca para a dupla de publicitários Jacques Bungert e Frédéric Torloting, as coleções eram mostradas em desfiles fechados.

A nomeação em maio do ano passado da dupla Meyer-Vaillant, conhecida por sua marca, Coperni, colocou a Courrèges em uma nova etapa de desenvolvimento.

"O estilo e a marca Courrèges eram tão fortes que dedicamos certo tempo para reconstruir uma base sobre a qual encarar o segundo ciclo criativo no qual acabamos de entrar", explicou Jacques Bungert, presidente da marca Courrèges.

"Sébastien e Arnaud, em poucos meses, assumiram o desafio de lançar uma primeira proposta muito audaciosa, muito centrada no produto, sempre respeitando o famoso código genético da marca", acrescentou o dirigente, cuja meta é "fazer a Courrèges brilhar no mundo inteiro".

Os modelos são fabricados em Pau (sul da França) nos ateliês históricos da marca e em outros países como Itália e Portugal.

"Quando alguém aspira a modernidade pensa em Courrèges", diz Bungert. "E os anos 60 hoje parecem particularmente otimistas", conclui.

Guy Laroche, os 60 com um toque obscuro
A inspiração dos anos 60 também foi o ponto de partida do estilista norte-americano Adam Andrasick na hora de montar sua coleção para Guy Laroche, a segunda desde sua chegada em janeiro à marca fundada em 1957 com a ideia de libertar o corpo feminino.

Os conjuntos em tons de branco, preto, verde oliva e algum toque de azul e amarelo lembram a época dos Beach Boys, mas também elementos de rigor quase militar, mais próximos dos anos 2000.

"Guy Laroche era muito conhecido por cores e estampas muitos chamativas", disse o estilista em entrevista à AFP. "Tenho a tendência de fazer cores mais escuras, então foi um desafio".

"Peguei elementos muito conhecidos da primavera-verão, como estampas de praia ou palmeiras, e as subverti para fazer coisas mais interessantes", explicou Adam Andrasick. A caminho do verão, acrescenta, "sempre recorremos às transparências. Quis sair disso e trazer novas propostas".