Incentivar e promover a comercialização da moda sustentável feita no Brasil é o objetivo da Conexão Solidária, empresa que abriu a programação do Dragão Fashion Brasil na tarde deste domingo (25), com desfile feito em parceria com os estilistas André e Raphaella Castro e artesãs de comunidades pelo país.

Por meio do projeto, lançado em 2009, bordados, crochês, rendas e macramês são transformados em peças masculinas e femininas, que levam em conta as tendências ditadas pela moda atual. A dupla de estilistas parte do que as artesãs podem fazer e trabalham suas determinadas especialidades dentro do que pensaram para a coleção.

“Trocamos muita inspiração. Às vezes, elas são muito fechadas. Estão acostumadas a fazer uma só peça, numa mesma cor e com um mesmo tecido. Propomos novas experimentações com os tecidos e as cores, criamos também novas texturas”, disse o estilista André Castro, que junto com sua irmã Raphaella tem a marca de moda praia Mar Del Castro.

Até o momento, os produtos não estão sendo comercializados. A Conexão Solidária planeja abrir um showroom em São Paulo até julho deste ano. O foco das vendas será o atacado, para se diferenciar da venda quase que informal promovida em feiras.

O valor das peças será estipulado junto às comunidades, a partir do valor de produção, e para ela posteriormente repassado, após concluídas as vendas, em modelo inspirado no projeto Teia Solidária.

Dentre os 170 empreendimentos que integram a Conexão Solidária, mais de 60% estão em comunidades do Nordeste, especialmente no Ceará

“Queremos mostrar que o artesanato pode ter moda também, não precisa estar só na feira”, disse André. Ao fim do desfile em Fortaleza, estilistas e artesãs agradeceram, juntos, sob aplausos do público.
 

*A repórter viajou a convite da organização do Dragão Fashion Brasil