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Acervo milionário de joias de Hebe Camargo tem destino incerto; relembre as peças

Uma das peças mais marcantes no figurino de Hebe nos últimos anos, a gargantilha em ouro 18 quilates com a palavra "vida" foi criada pela designer Lydia Sayeg - Rodrigo Paiva/UOL
Uma das peças mais marcantes no figurino de Hebe nos últimos anos, a gargantilha em ouro 18 quilates com a palavra "vida" foi criada pela designer Lydia Sayeg Imagem: Rodrigo Paiva/UOL

Rita Trevisan e Louise Vernier

Do UOL, em São Paulo

06/10/2012 07h06

Passada a missa de sétimo dia da apresentadora Hebe Camargo, que morreu aos 83 anos no último sábado (29) em São Paulo, a família deve se reunir para decidir o que será feito com as joias e objetos pessoais da diva da televisão brasileira. “Ainda estamos emocionalmente muito abalados. Mas nas próximas semanas devo me reunir com o Marcelo [Camargo] para, juntos, discutirmos essa questão”, afirmou Claudio Pessutti, empresário e sobrinho da estrela, em entrevista ao UOL.

Hebe é detentora de uma das maiores coleções de joias do Brasil, incluindo peças assinadas por designers, criações exclusivas e acessórios cravados de pedras preciosas que podem ser facilmente avaliados na casa dos milhões de reais. Por isso mesmo, as especulações sobre a herança da loira começaram cedo, já em seu enterro. Segundo Vida Alves, atriz pioneira da televisão brasileira, amiga pessoal de Hebe e presidente do Museu da TV, localizado na cidade de São Bernardo do Campo (SP), é possível que algumas peças de Hebe Camargo, incluindo artigos de luxo, sejam expostos no local. “Conversei com Pessutti a respeito do assunto no velório da Hebe, mas falamos brevemente. Ainda estou aguardando uma confirmação dele sobre o que será doado ao museu”, comentou. De acordo com o gerente da instituição, Elmo Francfort, Hebe mostrou interesse em colaborar com o acervo do museu durante a festa que comemorou os 60 anos da televisão brasileira. “Na nossa concepção, ter objetos da Hebe em nosso acervo seria uma forma de homenageá-la”, disse Francfort.

A coleção de joias da diva conta com inúmeras peças exuberantes, assinadas por designers queridinhos das celebridades. “Hebe gostava muito de pérolas, mas não queria nada que passasse despercebido, sempre gostou de peças grandes”, conta o joalheiro Júlio Okubo, que costumava confeccionar e reformar peças da apresentadora.  O sobrinho Pessutti contou que “nos seus últimos dias, suas joias preferidas eram um colar e um par de brincos confeccionados em rubis e diamantes”.

Outra designer de joias que estava entre as preferidas de Hebe é Lydia Sayeg, que esteve no reailty show "Mulheres Ricas". Ela confirma o gosto da apresentadora por peças de destaque. “Fiz para ela um anel de ouro branco 18 quilates com um rubi, lapidado em formato de coração, um anel de ouro amarelo 18 quilates com 120 brilhantes e uma esmeralda de 36 quilates, entre outras peças exclusivas”, conta. Herdeira da tradicional Casa Leão Joalheria, Lydia também foi a designer responsável pela gargantilha confeccionada em ouro 18 quilates com a palavra “vida”, que a apresentadora vinha usando desde o início do tratamento contra o câncer. “Aquela joia foi uma carta de amor que escrevi em ouro para ela e que acabou se tornando um símbolo de vida e de força para a Hebe, que não era apenas uma cliente, mas uma amiga muito, muito querida”, afirmou Lydia, que não conteve suas lágrimas durante a entrevista.

De perder a conta

A paixão da apresentadora por joias era tão grande que é difícil mensurar a quantidade de peças que ela possuía. De acordo com Diran Parseghian, outro designer que produzia para a estrela, além de adquirir várias peças todos os meses, ela também costumava ganhar joias de patrocinadores e amigos. “Hebe usava as joias como um adorno, não era apegada. Já a vi tirar uma joia do corpo e presentear uma amiga que havia elogiado a peça”, conta.

A diva também não se importava de usar peças de designers desconhecidos. “A Hebe não tinha um designer preferido. Ela ia a várias joalherias e aceitava indicações das amigas. O que importava para ela não era a marca, mas a peça casar com seu gosto pessoal”, garantiu Pessutti.

E mesmo com tantas joias em seu acervo, a atriz tomava o cuidado de escolher pessoalmente o que ia usar em cada ocasião. “Na época em que trabalhava no SBT, eu deixava o figurino na casa dela na sexta-feira para que ela pudesse escolher, durante o final de semana, as joias que iria usar com cada roupa. Essa sempre foi uma exigência dela”, recorda Luciano Amorim, figurinista do SBT, que trabalhou por 15 anos com a apresentadora na emissora de Sílvio Santos.

O futuro de suas joias e objetos pessoais continua incerto, mas há quem já arrisque seus palpites sobre o que poderia ser feito do imenso acervo. “A Hebe é um ícone, uma diva. Por isso, acredito que os familiares dela deveriam seguir o exemplo dos parentes da atriz norte-americana Elizabeth Taylor e do estilista Yves Saint Laurent. Eles realizaram um grande leilão e doaram a verba arrecadada para uma causa que consideraram nobre e que os comovia”, sugeriu o cabeleireiro das famosas Marco Antonio De Biaggi. Para o designer Diran Parseghian, outra alternativa seria criar a Fundação Hebe Camargo, um acervo em memória da apresentadora, que reunisse e tornasse público sua coleção de objetos pessoais.