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Saias são um clássico feminino; saiba como usar cada modelo no verão

As saias são um clássico do guarda-roupa feminino e ficam ótimas no verão. Além de dar um respiro às pernas no calor, podem incorporar diferentes estilos e combinações - Nathalia Machado/UOL
As saias são um clássico do guarda-roupa feminino e ficam ótimas no verão. Além de dar um respiro às pernas no calor, podem incorporar diferentes estilos e combinações Imagem: Nathalia Machado/UOL

Caroline Pereira

Do UOL, em São Paulo

21/11/2013 08h01

Peça icônica do guarda-roupa feminino, a saia está por todo lugar e enraizada no imaginário da sociedade como sinônimo de graça e beleza. Historicamente, também esteve ligada à luta feminista pela conquista da liberdade e vestir uma saia já significou estar inserida dos padrões da sociedade ou quebrando todos eles conforme o momento.

Os tipos de saia existentes são impossíveis de contar e dar nome. “Se você muda o lado do zíper, corta de um lado diferente, pronto, já tem um novo tipo de saia”, explica a professora de história da moda da Faculdade Santa Marcelina, Miti Shitara. Embora os cortes e técnicas sejam numerosos demais para listar, podemos partir de sua origem, o corte reto, como base para todas as outras.

O modelo reto que contorna o quadril e as pernas sem muitos adereços vem se modificando ao longo do tempo e de acordo com as necessidades sociais. A quantidade de tecido foi abundante em meados do século 16, com saias rodadas e volumosas combinadas aos desconfortáveis espartilhos. Saltando alguns séculos, durante a Segunda Guerra Mundial, a que valia era exatamente o oposto com racionamento de tecido (principalmente na França), que levou a uma severa transformação do vestuário.

Contemporâneo desta época e seguindo essa nova maneira de pensar a roupa, estava Jacques Fath, pai da saia lápis, que nasceu no meio do século 20. Feita para corpos mais maduros, ou seja, com curvas formadas, o modelo veio com o intuito de valorizar a silhueta feminina e conquistou fãs ao redor do mundo, principalmente estrelas como a atriz Marylin Monroe.

Na virada da década de 1920 para 1930, Jean Patou inaugurou o modelo conhecido atualmente como mullet. Avesso ao comprimento no joelho, comum à época, o estilista investiu em vestidos desiguais, com a parte traseira maior que a da frente. Na década de 1950, o estilista espanhol Cristóbal Balenciaga, inspirado na cultura da dança flamenca, criou saias assimétricas na frente e atrás com muito volume e efeitos visuais em diferentes texturas. As décadas de 1980 e 1990 também reviveram o modelo, desta vez com mais simplicidade e em um estilo menos glamuroso, mais urbano.

O modelo sereia apareceu pela primeira vez na virada do século 19 para o 20. Cortes charmosos em tecidos finos enfeitaram uma época de abundância. O modelo se transformou e ficou mais minimalista nos anos 1930, mais parecido como o que conhecemos hoje. 

A luta feminista que uma vez se dera por meio do uso de calças, ganhou mais um capítulo no início da década de 1960 com o aparecimento da minissaia -- criação de Andre Currege ou, para outros, da estilista Mary Quant. “O uso da minissaia simbolizou a libertação feminina como dona do próprio corpo”, afirma Miti. Com a produção dos anticoncepcionais e o controle da natalidade agora feito também pelas mulheres, elas passaram a exercer um papel social e sexual mais autônomo. A minissaia surge, então, como o símbolo do rompimento com os padrões controladores também da vestimenta.

Como usar os diferentes modelos:

A consultora de moda Uiara Andrade listou alguns dos tipos mais comuns de saias encontradas atualmente e indica maneiras de como vesti-las melhor nesta e na próxima estação.

Minissaia

Prefira sapatos baixos e blusas alongadas. “Fica equilibrado e mais jovial”, explica Uiara. Mulheres mais velhas também podem usar saias mais curtas, o importante é estar feliz com o próprio corpo e “sustentar a roupa”, ou seja, ficar natural e se sentir bem.

Longas

Geralmente o look fica mais despojado, leve. É interessante combinar com sapatos baixos, como sapatilhas, oxfords e rasteiras. Prefira os modelos com a cintura no lugar – cintura um pouco mais “alta” –, pois alonga a silhueta e evita o efeito achatado. Elas podem ser combinadas a regatas, camisetas e até camisas.

Mídi

Comprimento não muito bem visto pelas brasileiras, o mídi vai até o meio da canela e tem fama de só cair bem para as altas e magras. Mas Uiara defende: “o mídi pode ficar bem para qualquer estatura, é só combinar com os elementos certos”. Um truque pode ser investir em saias mais justas ao corpo, saltos altos e cores escuras.

Short-saia

Utilizado amplamente nos anos 1990, o short-saia está de volta em modelo mais assimétrico e com uma cara mais séria, inclusive em peças de alfaiataria. Seu uso pede um ambiente mais descontraído, principalmente porque a maioria das peças vêm mais curtas, inapropriadas para o trabalho, por exemplo.

Saia-lápis

Peça clássica e comumente associada ao ambiente de trabalho. Combina bem com camisas, terninhos, saltos altos e médios. Uma releitura da peça, no entanto é vista cada vez mais pelas ruas com a mistura do estilo "street" com a alfaiataria. Nesse caso, a saia lápis pode vir com um tênis e camisetas, mas o cuidado deve ser redobrado. Se quiser ousar, é preciso começar com peças básicas como uma camiseta branca e uma sandália.

Plissadas

As plissadas, ou com pregas, são comuns no estilo "college" (dos uniformes colegiais), mas é possível encontrar diversas outras opções com diferentes estampas, tecidos, texturas e volumes. O maior cuidado, aqui, é para não infantilizar o look nem mostrar demais, pois elas podem “subir” com facilidade. Prefira então comprimentos um pouco maiores, cores e estampas estão liberadas. As pregas podem ser maiores também, mais espaçadas para dar mais peso ao tecido e manter a saia no lugar.

Mullet

Para usar a saia mullet sem medo de errar é preciso evitar usá-la em ocasiões formais. Ajuda seguir as mesma regras da saia longa, pois vai bem com rasteiras e sapatilhas, ideais para um passeio informal durante o dia e, à noite, em um tecido mais trabalhado.

Evasê

Essas inspiram muita feminilidade, e o corte pode ir do formal em tecidos mais pesados, comprimento maior e tons pastéis, ao descontraído, chegando até à moda praia. Tamanha variedade facilita na hora do uso, basta combinar a blusa (camisa ou camiseta) com acessórios que se adequem ao ambiente. O tipo da saia também permite praticamente todos os tipos de sapatos, basta serem alinhados com o ambiente e o cumprimento da saia.

Estilo sereia

Praticamente uma mistura da saia lápis com a barra evasê, esse modelo virá com muita força na próxima estação. Ele tende a ser mais formal do que descontraído, por isso é possível seguir as diretrizes de sua prima-irmã, a saia lápis. Muito popular, é possível encontrar estampas coloridas e divertidas, apropriadas para uma ousadia maior na combinação, seja com uma camiseta ou camisa.